– O “Legal” é ser Big Brother? Conteúdo e Inteligência versus Banalidade e Entretenimento

 

Amigos, muito boa a matéria do Terra Magazine sobre o programa Big Brother Brasil e seus participantes. Nela, um professor da Universidade Federal da Bahia falou sobre a idolatria e o sucesso instantâneo desses “artistas” frente a labuta de professores, críticos e outros segmentos da cultura ou do estudo. Ainda, aborda a exploração do mundo gay no programa da Rede Globo (a propósito, há 2 ex-alunos dele no BBB).

 

Confira, extraído de: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4884786-EI6581,00-Professor+Com+subcelebridades+ficou+chato+ser+inteligente.html

 

COM SUBCELEBRIDADES, SER INTELIGENTE FICOU CHATO

 

Por Cláudia Leal

 

A nova edição do Big Brother Brasil (BBB) despejará na mídia 17 subcelebridades que, daqui a alguns meses, lutarão por flashes em tentativas de sexo na praia, em desquites estrepitosos e nas visitas de praxe às padarias do Leblon.

Observador desse Olimpo de deuses afobados, o professor de comunicação da Universidade Federal da Bahia, Maurício Tavares, doutor pela PUC-SP, já se vacinou para sobreviver à temporada.

– Hoje em dia, a pessoa ser inteligente é até ofensivo em alguns meios, em alguns veículos. Ser inteligente ficou chato. Você tem que ser superficial, bonito e engraçado. … Uma mulher loira, mais ou menos bonita, vira uma pessoa mais importante que João Ubaldo Ribeiro – ironiza.

Crítico do “mundinho” de celebridades, Maurício Tavares aponta a “audiência massacrante” da Rede Globo e as artimanhas do diretor Boninho como os dois principais motivos da sobrevivência do BBB em onze edições. Estudioso do universo gay, Tavares avalia o uso de homossexuais na fórmula dos reality shows:

– Os gays são elementos ligados ao mundo da fofoca, embora Jean Wyllys tenha feito o papel da “boazinha”. Os gays vivem num mundo em que eles precisam muito estar lidando com coisas que envolvem a traição, um mundo menos “normal”.

O raio caiu duas vezes sobre o professor da Ufba. Ele é ex-professor do BBB Jean Wyllys, eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, e integrou a banca de conclusão de concurso do novo gladiador de Pedro Bial, o jornalista Lucival França.

Confira a entrevista.

Terra Magazine – Como o mundo de subcelebridades é alimentado pelos reality shows? Qual o efeito das últimas dez edições do BBB sobre a mídia?
Maurício Tavares – Você acompanha um fenômeno engraçado: o aumento do número de revistas que tratam de subcelebridades, “Contigo” e não sei o quê mais. Essas revistas, mais do que o jornalismo “normal”, têm falta de assunto. O BBB é um pouco uma fábrica dessas pequenas celebridades, para alimentar durante algum tempo essa rodinha. Até porque são pessoas ávidas pela fama, aquela fama imediata, não é aquela que você vai conseguir com o trabalho. Eu me incomodo muito, de maneira radical, com quem está trepando com não sei quem…

Por que se incomoda? Mais pela exposição ou pelo vazio da exposição?
Pelo vazio da exposição e pela desimportância de quem está comendo quem, quem está chupando quem. E daí, cara? Gostaria que essa imprensa de subcelebridades fosse mais atrevida: quem tá bebendo urina, coisas assim mais bizarras (risos).

E perversas…
Perversas. Mundo cão. Mas, pô, quem tá comendo quem? E a gente sabe que muitas dessas fofoquinhas são inventadas para alimentar essa mídia. É um processo circular: você inventa uma história porque vai sair na mídia, a mídia compra a história porque sempre tem alguém interessado em ler. Fico impressionado quando vou ao supermercado e tem aquela fila de revistas. Fico olhando quais as revistas que as pessoas pegam para olhar pelo menos a capa. Quase sempre são essas revistas. Lá tem Veja, Istoé, Época – uma vez ou outra alguém pega. Mas as revistas ligadas às novelas todo mundo pega. E o Leblon virou assim a Hollywood brasileira. Aquela coisa dos paparazzi lá na praia, no restaurante… E os próprios artistas que querem aparecer, outros não.

Outro dia saiu Caetano Veloso comprando mamão num supermercado do Leblon.
Tem umas coisas assim de um ridículo atroz.

Isso não cria um problema para as celebridades mais ligadas ao talento, à produção artística? Para aparecer, não vão ter mais dificuldade?
Claro que sim, claro que tem. É um problema de queda de valores. Hoje em dia, a pessoa ser inteligente é até ofensivo em alguns meios, em alguns veículos. Ser inteligente ficou chato. Você tem que ser superficial, bonito e engraçado. E alguns professores até caem nisso. As pessoas loiras que estão aparecendo… Uma mulher loira, mais ou menos bonita, vira uma pessoa mais importante que João Ubaldo Ribeiro. (risos) Há esses critérios meio malucos.

Por que, apesar de estar na 11ª edição, a fórmula do BBB não se esgotou totalmente?
Achei que no terceiro, no quarto, se esgotaria. É impressionante. Mas tem também um pouco das artimanhas desse Boninho (diretor do BBB). Ele é diabólico, inventa coisas. Li alguns textos sobre o BBB e, numa época, até escrevi sacaneando um pouco com Pedro Bial: há o fascínio de ver as pessoas no dia-a-dia. É insuportável. No ano passado, tentei ver uns pedaços, mas não deu. Foi uma artimanha dele botar dois gays, aquelas pintosas lá pra animar o negócio. E eu: meu Deus, como é que pode, é de uma banalidade, é de um nada total. Agora ele vai inventar sabotadores. Primeiro, a estrutura do BBB é de uma novela. Tem o vilão, caracteriza as pessoas. Depois, tem pessoas reais e uma parte dos espectadores gostaria de estar ali. Uma boa parte, aliás, mandou vídeos e nunca conseguiu.

Você tem dois ex-alunos no BBB…
É, o segundo agora, fui da banca dele, Lucival (França). Era da faculdade Jorge Amado. Ele fez um trabalho de conclusão de curso sobre um pai-de-santo gay que matou a garota que era namorada do namorado dele. O livro reportagem é interessante. Depois ficamos amigos.

Como avalia essa tendência de ter gays nos reality shows?
É fundamental. Tem um fascínio da ambiguidade sexual de alguns, porque os gays são assumidos. E os gays são elementos ligados ao mundo da fofoca, embora Jean Wyllys tenha feito o papel da “boazinha”. Os gays vivem num mundo em que eles precisam muito estar lidando com coisas que envolvem a traição, um mundo menos “normal”. Não tem “mundo normal”, mas eles carregam um pouco isso. Até o comportamento do gay Serginho, do outro BBB, tinha essa facilidade de transitar de um lado para outro, não se envolver muito. Tem elementos fortes.

Nesse segmento de reality show, há mais abertura para homossexuais do que nas novelas. Por quê?
Porque é ficção. Paradoxo maluco. Até agora, não teve beijo, só teve bitoca, não teve ainda um romance gay. Não sei se Lucival vai proporcionar isso… Ele já falou que só debaixo dos edredons. Às vezes tem uma linguagem que numa novela não sairia. Isso tem um dedo de Boninho. Não é ele que jogava ovo nas pessoas?

Você acompanha o fenômeno das subcelebridades em outros países?
Tive recentemente na Argentina. A televisão de lá consegue ser pior do que a daqui e tem esse mundinho de celebridades. O modelo português (Renato Seabra, ex-participante de reality show) que matou o amante dele (nos Estados Unidos) é um fenômeno mundial. Mas, no Brasil, algumas coisas ganham uma dimensão que é desproporcional. Garanto que alguns lugares devem ter, de alguma maneira. Nos Estados Unidos, a quantidade de reality show é muito maior do que aqui, nas tevês a cabo. Você tem de cabeleireiros a top models, uma quantidade gigantesca. Por que aqui ainda é tão desproporcional? A Globo tem uma audiência massacrante em relação ao resto dos canais. O buchicho que “A Fazenda” provoca é muito pequeno em relação ao BBB. E “A Fazenda” usa até o recurso das semicelebridades. As pessoas não vão se tornar subcelebridades, elas já são e tentam sair do limbo.

– Descasos de Autoridades / Celebridades contra Outrem

 

Há tempos não assistia o Jornal Nacional da Rede Globo. E 3 fatos me deixaram indignado ontem:

1) A brilhante matéria sobre as péssimas condições da Saúde Pública de Rondônia. É assustador ver o quanto o cidadão pobre sofre e é abandonado. Pessoas são internadas no chão! Corredores abarrotados e gente desprezada esperando atendimento.


2) O flagrante de uma Promotora de Justiça que invadiu uma rua pela contramão e atropelou uma empregada doméstica. Não é que a Promotora estava visivelmente bêbada e toda sorridente, brincando porque não enxergava bem, em frente a atropelada e na cena do crime?

E o pior: encaminhada para a delegacia, completamente sem condições de sobriedade, foi liberada, pois, afinal, é uma autoridade…


3) A reportagem sobre Ronaldinho Gaúcho e sua apresentação no Flamengo. O mais novo camisa 10 rubro-negro irá dar uma entrevista na Gávea. Porém, as respostas serão de perguntas previamente selecionadas. Ou seja, responderá o que quiser e de quem quiser. Puríssima bajulação e vergonhosa imposição do seu Staff.


Durma-se com situações como essa…

– Festa de São Sebastião de Itupeva

 

Amigos, uma das mais tradicionais celebrações do interior paulista acontecerá nos próximos dias: a Festa de São Sebastião em Itupeva / SP.

 

O evento é tipicamente familiar e vale a pena participar. Abaixo, a matéria do jornalista Reinaldo Oliveira:

 

ITUPEVA FESTEJA O SEU PADROEIRO

 

A cidade de Itupeva realiza nos dias 15, 16, 20, 22 e 23 de janeiro a Grande Festa de São Sebastião, padroeiro da cidade. Ela acontece no salão de Festas da Igreja Santo Antonio e, por conta disso foi elaborado um calendário de celebrações, com a missa de abertura no dia 15 às 18h na igreja de Santo Antonio. No dia 16 tem o tradicional Desfile de Cavaleiros, com início às 10h30, chegada na Igreja Santo Antonio às 12h, com bênção aos cavaleiros, seguido de almoço com macarronada, leilão de prendas das 14h às l7h, missa às 18h. Do dia 17 ao dia 19 tem as celebrações do Tríduo preparatório na Igreja Matriz de São Sebastião, com missa todos os dias, às 19h30, celebrada por padres convidados. No dia 20, data jubilar de São Sebastião, o pároco de Itupeva, padre Adilson Amadi, preside a celebração solene às 18h. A festa prossegue nos dia 22 e 23, com celebração de missa às 18h. No dia 22, a partir das 12h, haverá almoço de rizzoto. Todas as noites haverá shows e completo serviço de bar com as barracas de pastel, frango frito, polenta, batata frita, churrasco, porções, cachorro quente, frutas e doces. A comissão organizadora convida e espera a presença da comunidade de Itupeva e demais cidades da região.

– Cachê de Caetano mostra Descaso com o Dinheiro Público

 

Segundo Felipe Patury, coluna Panorama da revista Veja desta semana (12/01/2011, pg 40), Caetano Veloso se apresentou em um show na cidade de Avaré/SP. Cachê: 110 mil reais. Em Dezembro, se apresentou em Fortaleza/CE. Cachê: 715 mil reais.

 

Depois das dúvidas da lisura dos contratos, a irônica resposta de Caetano: “é a prefeita Luizianne Lins quem deve explicar”.

 

Pois é… o dinheiro público cada vez mais sendo mal usado.