Mais um emocionante Brasileirão se encerrou. Com polêmicas, claro, pois elas fazem parte da rotina do torneio. E passada a derradeira semana do Campeonato, valem algumas avaliações. A principal, penso com sinceridade, deve ser quanto à burla da fórmula de disputa.
Sempre acreditei que o formato “pontos corridos” fosse o mais justo. Talvez seja mesmo, se tivéssemos o mesmo interesse de todos os participantes. O que me faz coçar a cabeça são os jogos “desprezados” por algumas equipes em determinados momentos. Priorizar a Libertadores está correto, e o adversário que enfrentar um finalista da América pode se beneficiar com um time misto ou reserva. Uma equipe já rebaixada antecipadamente poderá fazer “corpo mole” mais cedo no torneio. Talvez, entre pontos “não-disputados” com afinco ou em partidas com erros graves de arbitragem o resultado possa se equivaler. Mas não seria mais adequado reestudar algumas situações?
Vamos lá: Se o Campeonato é de turno único e posteriormente se transforma em play-offs eliminatórios, a emoção é garantida (nos de pontos corridos também, já que nesse ano tivemos, na última rodada, praticamente 4 finais: 3 para o tíutulo e 1 para o rebaixamento). Mas e os demais clubes não classificados? Quem for eliminado ficará um longo período em inatividade.Além de que, claro, teremos a situação de um 8º colocado vencendo um 3º numa possível final. Mas aí fica a outra questão: queremos esportividade, competitividade ou justiça no esporte?
No Paraná, a Federação Estadual criou um campeonato com “super-mandos”. Um torneio de turno único onde existe um mata-mata entre os 8 melhores. Os jogos eliminatórios são sempre na casa de quem tiver mais pontos, em jogo único. Salvo engano, ele joga pelo empate. A idéia é “promover a justiça com quem teve mais pontos”. Seria justo para o 8º? Quem entra nessa posição, joga o restante inteiro do campeonato fora de casa e tendo que ganhar. Novamente vem a questão: queremos esportividade, competitividade ou justiça no esporte?
Já que o nosso sistema é de pontos corridos, temos que pensar então o que fazer para salvaguardá-lo, caso ele continue. Algumas idéias para debate:
– Média ponderada dos últimos anos, tanto para o título como para o rebaixamento? (Na Argentina, só vale para a parte de baixo da tabela).
– Premiação financeira equivalente ao posicionamento. Aqui, tirando os clubes ponteiros, há faixas de premiação. Se a premiação fosse individualizada pelo posicionamento e não por faixa, os dirigentes não forçariam o empenho por melhores colocações?
– Redução de clubes na série A. Com 20 times, as chances de partidas sem valor no final do campeonato são maiores do que com 12. Não saberia de pronto dizer qual número é o ideal, mas que os clubes não se acomodariam, certamente!
– Marcar os clássicos de grande rivalidade todos na última rodada, a fim de evitar corpo mole. De repente, a picuinha rival fosse determinante para o esforço.
E você, o que pensa sobre a fórmula do Campeonato Brasileiro? Responda ainda: você quer esportividade, competitividade ou justiça no futebol?
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