– Até nos Planos de Saúde os Políticos tem Privilégios

 

Como cidadão, torço para a recuperação do senador Romeu Tuma. Mas como contribuinte, me assusto ao saber que ele é o segundo brasileiro a ter um coração de 700 mil reais (e bancado pelo Senado!)

 

Simples mortais não teriam tais privilégios. Compare o Plano de Saúde dos senadores ao seu:

 

(Extraído de: Revista Época, ed 648, 18/10/2010, pg 68)

 

PRIVILÉGIO DE POUCOS

 

Por Cristiane Segatto e Leandro Loyola

 

Como funciona o plano de saúde que pagou R$ 700 mil pelo coração artificial de Romeu Tuma

 

Na véspera da eleição de 3 de outubro, a principal preocupação dos políticos era com o resultado das urnas. A da família do senador Romeu Tuma (PTB-SP) era mantê-lo vivo. Enquanto o Brasil discutia se haveria segundo turno para presidente, Tuma recebia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, um coração artificial – dispositivo de R$ 700 mil inacessível aos 6 milhões de brasileiros que, como ele, sofrem de insuficiência cardíaca. Tuma não foi reeleito, mas driblou a morte.

A história médica do senador é conhecida. Há 12 anos ele recebeu quatro pontes de safena, depois de um infarto. Nos anos seguintes, passou a sofrer de insuficiência cardíaca, condição em que o músculo do coração não tem força para continuar bombeando o sangue. A doença era controlada com medicamentos. Em setembro, porém, eles deixaram de ser suficientes e Tuma foi internado. Três semanas depois, surgiu o boato de que teria morrido. Na semana passada, o neurologista Rogério Tuma, filho do senador, falou a ÉPOCA sobre a saúde do pai. “Durante a campanha, ele teve uma inflamação na faringe, mas não se cuidou”, diz ele. “Não comia nem tomava líquidos como deveria. Começou a ter disfunção renal. A condição do coração piorou. Estava muito fragilizado quando decidimos pela cirurgia.”

Tuma recebeu um coração artificial totalmente implantável. Foi o segundo paciente a recebê-lo no Brasil (o primeiro morreu em 2008, um dia depois da cirurgia). Deverá usá-lo para sempre. O aparelho é colocado ao lado do coração para ajudá-lo a bombear o sangue (leia o quadro abaixo). Chama-se Incor e é fabricado pela empresa alemã Berlin Heart. Quem o distribui no Brasil é a empresa Neurotechs. O preço de R$ 700 mil inclui o coração e a vinda de um médico e um engenheiro alemães que acompanham a cirurgia. Rogério Tuma diz não saber quanto custou o tratamento porque a conta ainda não foi fechada. De qualquer forma, a família não terá de pagar. O senador tem tratamento gratuito porque faz parte de uma elite de cerca de 400 brasileiros cujos gastos elevados em saúde são pagos pelo Senado Federal. São os 81 senadores, seus dependentes – marido ou mulher e filhos até 24 anos que estiverem na universidade – e ex-senadores com direito ao plano de saúde do Senado. O plano tem regras simples e claras. Os senadores não pagam nada. Para ter acesso a ele, é preciso ter exercido o mandato por pelo menos seis meses. Não há limite de gastos para eles e seus dependentes. Há uma rede credenciada, mas os senadores podem buscar atendimento onde quiserem, mediante autorização do Senado. Nesse caso, eles pagam, e o Senado faz o reembolso. Só precisam se preocupar com as despesas “psicoterápicas” e odontológicas, que não podem ultrapassar R$ 25.998,96 anuais. Neste ano, o Senado gastou R$ 32 milhões com despesas médicas.

“Muita gente deve estar achando que o Senado não deveria pagar a conta de meu pai e que deveríamos deixá-lo morrer, mas o Senado o infartou”, diz Rogério Tuma. “O problema não é o meu pai ter recebido esse coração. O problema é esse tipo de recurso não estar disponível no SUS.” O acesso a dispositivos como esse continuará sendo um privilégio. “Se esse aparelho fosse baratinho, certamente poderíamos salvar muita gente que hoje morre quando os remédios deixam de funcionar”, diz Edimar Alcides Bocchi, diretor do Laboratório de Insuficiência Cardíaca do Incor, em São Paulo. Bocchi cuida do coração de Tuma há mais de dez anos. Ele recomendou a cirurgia, mas diz que o risco é elevado. “Cerca de 25% dos pacientes morrem nos primeiros dois meses.” O senador continua na UTI, sob efeito de sedativos.

– Propinas para 2018?

 

Leio no OESP, pg E7: “Denúncia de compra de votos abala a FIFA” (por Jamil Chade).

 

Quer dizer que tem suspeita dirigente de federação pedindo grana para votar em determinado país para a sede da próxima Copa do Mundo?

 

Grande novidade…

 

Veja o caso do Internacional-RS: tem grana na mão para reformar o Estádio Beira-Rio para a Copa 2014, mas a FIFA exige que ele pegue um empréstimo bancário. Sinistro.

– Governar para Humanos???

“Meu governo será voltado para a pessoa humana”.

 

E para os não-humanos?

 

Falar para o povão é uma arte mesmo, não? Essa pérola foi repetida algumas vezes no debate de ontem. Não digo por quem, mas é uma candidata que começa com DIL e termina com MA.

– Que rodada! Pitacos rápidos do Brasileirão:

 

No GUA X COR: 2 lances dificílimos para o Ednilson Corona. Se errou ou acertou, é covardia julgá-lo, pois, só quem está lá sabe da dificuldade dos lances.

 

No PAL X CEA: que pênalti matusquela para o Vovô, não? Lance daquele tipo, em que o árbitro vem praticamente por trás dos jogadores, tem o ângulo de visão muito prejudicado. Se estivesse à esquerda do lance o árbitro teria acertado.

 

No SÃO X SAN: jogão e ótima arbitragem. Um único lance que felizmente não comprometeu o placar (quase foi o fator maior da partida): o pênalti do Alex Silva no Neymar! Ali não é falta, nem tranco desleal, nada disso. O problema é que o Sandro Meira Ricci (melhor do Brasileirão até então) estava com a lateralidade comprometida, pois o corpo do Alex encobre o Neymar que, quando cai, leva à ilusão do pênalti. Neymar escorregou na dividida…

 

No FLA X INT e GRE X CRU: não vou comentar, pois vi apenas os lances isolados e os árbitros (Seneme e PC) são meus amigos. Se erraram, tem muiiiiitto crédito. Se tiver tempo eu assisto e comento algo.

 

Destaques pessoais: René Simões e Carpegiani. Esses caras deram vida nova aos seus clubes. Com os mesmos jogadores, eles mudaram os times. Ou foram os jogadores que mudaram o comportamento?

– A Metodologia Contestada

 

Segundo Fernando Mello, na Revista Veja desta semana (Ed 13 de Outubro de 2010, pg 72-74), na matéria intitulada “O fracasso dos profetas”, nunca existiram tantos erros de pesquisas eleitorais na história do Brasil quanto essa última eleição presidencial.

 

Os números que assustam: 135.800.000 brasileiros podem votar; e o Ibope ouviu na última pesquisa 3010 pessoas (0,002%). Isso equivale a 4 pessoas entrevistas com um público de 3 Maracanãs lotados!

 

E você, acredita piamente nas pesquisas?