– Punições à Inglesa

– Punições à Inglesa

 

É comum e batido um velho chavão utilizado para situações em que se faz algo apenas protocolar, sem a verdadeira intenção da anunciada ou sem a plena atitude de tal. Este chavão é: “fazer média para inglês ver”.

 

Leio que a CBF anunciou, semana passada, punições a árbitros de futebol por má atuações. Serão estes os punidos:

 

Árbitros afastados pelo descumprimento da Regra 12 (faltas e incorreções)

Francisco Nascimento (asp-FIFA/AL) – Vitória x Fluminense – 26/9

Andrey da Silva e Silva (PA) – Vila Nova x Paraná – 24/9

Suelson Medeiros (RN) – Ponte Preta x Coritiba  – 28/9

 

Árbitros afastados pela Regra 11 (impedimento)

Erich Bandeira (FIFA-PE) – Corinthians x Botafogo – 29/9

Marcos Pessanha (RJ) – Santos x Cruzeiro – 25/9

Cleriston Rios (SE) – Cruzeiro x Ceará – 22/9

Paulo Conceição (RS) – Cruzeiro x Ceará – 22/9

Elan Souza – Ceará x Goiás – 19/9 

 

Pois bem: os nomes passarão por ‘reciclagem’ em suas federações. Quero, preciso e vou falar abertamente sobre tal medida:

 

Suspensão para árbitro de nome só ocorre para se fazer média. E isso ocorre em todo lugar. É como multar o jogador com parte dos seus salários. Nenhum atleta paga essa multa.

 

Paulo César de Oliveira foi punido pela FPF no Paulistão desse ano com suspensão, após reclamação do Palmeiras. Coincidiu de que ele estava escalado na Libertadores da América nesse período de suspensão. Dirigente feliz com sua força política, Comissão de Árbitro faz sua média política e árbitro é gozado pelos jogadores por ter sido punido. Mas é uma punição torta, de escracho, política e não verdadeira.

 

Simon foi punido pela CBF após um suposto erro na partida Fluminense X Palmeiras no Brasileirão do ano passado (coincidentemente, após reclamação do Palmeiras também). Coincidiu de que o período de punição era às vésperas de uma etapa de preparação ao Mundial da FIFA…

 

Árbitros são instrumentos políticos das entidades. Puni-los pós-reclamação de clubes é massagear o ego dos dirigentes que reclamam. O árbitro fica desmoralizado, e a punição efetiva nunca ocorre. É a média política.

 

É fácil verificar isso: Herbert Roberto Lopes, excepcional árbitro e boníssima pessoa, teve uma atuação infeliz na partida Botafogo x Cruzeiro no Engenhão. Foi punido? Não.

 

Ricardo Marques Ribeiro, mineiro da FIFA, deixou de expulsar o gremista Douglas após uma entrada criminosa no sãopaulino Richarlysson. Foi punido? Não. (Será que o São Paulo reclamou? Hum… de repente, o peso de um reclamante pode ser maior do que de outro…)

 

Punir-se a quem pode ser punido. Alguém imagina que o assistente FIFA Erich Bandeira ficará todos esses dias treinando como punição? A “reciclagem” a ele é impraticável! Ficará relendo o livro de regras que já deve saber de cor e salteado, e não poderá treinar, pois, pela metodologia do futebol, o treino é a prática na partida. Como ele vai reciclar a regra do impedimento em jogo virtual? No vídeo-game? Como treinar sem jogo?

 

Tal medida dá força política àqueles que reclamam no microfone e desmoraliza a categoria. Cadê o sindicato e a associação de árbitros? São chapas-brancas?

 

Estas são, sem dúvidas, punições para ingleses verem…

 

O que você acha dessas punições? Deixe seu comentário:

 

(Particularmente, penso que punição é para erro grave. Erro de interpretação, de distância de jogador a frente, ou demais erros comuns de jogo, devem ser punidos com treinamento, que é a escala em outras divisões. Como o cara vai treinar se ele está impedido de entrar em campo?)

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