Há certas ironias no futebol que impressionam. Craques viram cabeças-de-bagre e vice-versa num único jogo. Renomados entram em situação calamitosa e pendurados se sustentam ganhando um pouco mais de fôlego.
No Choque-Rei deste domingo, presenciei algo surreal: um técnico campeão de Copa do Mundo, reclamando (a ponto de ser expulso) de uma barreira que não tinha 11 metros (claro, ela deve ter 9,15 m). Pior: depois de sua expulsão, após um tempo e meio de jogo, durante a coletiva, repetia como um mantra que na falta tem que ter 11 metros de distância. Incrível, não percebeu a bobagem que falava? Na S.E. Palmeiras não havia um profissional que conhecesse a regra e o alertasse do erro que insistia? Ou os seus pares também desconheciam disso?
Quero crer que, por ter passado muito tempo no exterior, Felipão houvera confundido a unidade de medida “Metro” por “Jardas”, usual lá fora (mesmo assim, a distância é 10 jardas). A única distância de 11 metros no futebol é a do ponto penal à linha de meta.
O mais contraditório é que o técnico que impede a imprensa de entrevistar seus jogadores, pede à mesma para defendê-lo de uma ilusória conspiração dos árbitros!
Está ficando feio. Um treinador com essa experiência, após perder um duelo para um treinador iniciante (quantos anos e títulos no futebol profissional tem Felipão e quantos tem Baresi?) ir a público e convocar a imprensa para sustentá-lo é algo apelativo.
Quanto ao jogo, José Henrique de Carvalho o expulsou após o chamado de Emerson Augusto Carvalho, seu assistente no. 1. Trabalhei com o Emerson em algumas partidas. Ele é FIFA, e um dos melhores do quadro. É do tipo “bandeira-surdo”, que não entra na pilha dos treinadores reclamões. Quando cansa, chama a atenção veementemente deles. A TV Globo mostrou a orientação de Felipão ao seu jogador Tadeu, como uma possível confusão de gritos do treinador para com o seu jogador, ao invés do árbitro. Mas antes já houvera acontecido reclamações contra a arbitragem. Pelo rádio, antes desse lance, já havia o registro da insistência do unfair-play de Luiz Felipe Scolari. Sem lances polêmicos, a partida foi apitada com cautela (jogo picado, com muitas faltas marcadas e a não permissão de maiores divididas – talvez estilo adotado por prudência / cautela do árbitro) e com apenas 2 lances mais discutíveis: um escorregão do atacante sãopaulino Lucas, onde pediu-se pênalti e que acertadamente nada marcou; um toque involuntário de mão do também sãopaulino Casemiro dentro da área, onde o jogo prosseguiu com correção.
Dias atrás escrevi: Felipão se gabava de nunca ter sido expulso na Inglaterra ou no Uzbequistão pelos árbitros. Relembro: os ingleses e uzbeques não entendem português…
E você, acha que Felipão está ofuscando o seu brilho com tais atitudes, ou que isso vale para ganhar tempo até remontar sua equipe? Deixe o seu comentário:
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