– Jundiaí: uma cidade racista ou não? A origem do termo ‘Macaquitos’ utilizado pelos Argentinos.

Para chegarmos ao contexto local, vale o global-histórico. E falaremos de uma personagem importante. Antonio Palacio Zino: eis o culpado!

Quem é ele?

Zino foi jornalista do periódico A Crônica, de Buenos Aires. Em 1920, quando a Seleção Brasileira de Futebol foi se apresentar na Argentina, ele destilou todo o seu racismo e desconsideração ao Brasil. Chamou nossos atletas de macaquitos e ironizou a conduta moral de nossas mulheres. Eis o artigo:

E estão os macaquinhos em terras argentinas. Hoje temos de acender a luz às 4h da tarde, pois os temos visto passeando pelas ruas, aos saltos (…) No carnaval, os maridos se abrem e as mulheres vão para a festa, como lhes dá vontade. Por isso que, cada vez que nasce uma criança, o casal tenta descobrir com qual vizinho se parece (…) A uma hora e meia da bela capital brasileira, gente inocente é degolada, se assalta sem medo e é latente a escravidão em suas nuances selvagens”.

Dá para imaginar um artigo desse em jornal atual? Seria incidente diplomático na certa.

Ridículo imaginar que se julgam as pessoas pela cor da pele. Não só no século passado, mas ainda hoje.

Mas, justiça seja feita: ele levou o termo racista macaquitos ao futebol, resgatando uma antiga ofensa portenha aos negros brasileiros. Durante a Guerra do Paraguai, no século XIX, o exército de soldados puramente brancos da Argentina se uniu a uma tropa brasileira formada por escravos negros, que garantiriam sua plena liberdade em caso de vitória na Guerra. Revoltados por serem oficiais unidos a escravos, os nossos hermanos, a cada desentendimento, ofendiam-os com o termo racista.

Século XXI: o racismo persiste em todas as áreas e em todos os povos, lamentavelmente. Alguns lugares mais tolerantes, outros menos. E preconceito no quesito raça, sexo e religião. Assim, que tal dar sua opinião: na sua comunidade/cidade, o racismo/preconceito para quaisquer grupos é perceptível?

Ops: creio que nossa Jundiaí é uma cidade mais tolerante do que muitas por aí, mas ainda não ideal.

(Informações extraídas de: Revista ESPN, edição 11, setembro / 2010, Coluna Página2 , pg 16).

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