– A Conta das Empresas Aéreas: Centímetros que valem milhões!

Para quem voa com freqüência, sabe como é importante o conforto. Pois bem: o Ministério Público quer que a TAM amplie para 10 cm o espaço entre as poltronas. Em cada avião, isso significa 18 assentos a menos. E sabe quanto resulta em grana? Nas 143 das empresas, representa 3 milhões de reais por dia! Multiplique em um ano…

Detalhes assim que fazem a diferença no orçamento de qualquer empresa.

– Ronaldinho Gaúcho & Neymar: habilidosos, porém…

…diferentes quanto a irreverência!

 

Para aqueles que gostam de futebol-arte, os jogadores dribladores se tornam um sonho de consumo. E, na ausência de uma quantidade abundante, os poucos remanescentes a este estilo acabam ganhando muito destaque.

 

Neymar é um destes. Talvez, nos anos 60, seria apenas mais um atleta no meio de tantos. Na escassez atual, ele acaba chamando a atenção.

 

Mas acompanhando a tarde de ontem, vi um antagonismo muito grande entre os expoentes do futebol bem jogado. Explico: assisti Milan X Auxerre e Santos X Atlético-GO. E no final da noite, já dava perfeitamente para tirar algumas observações frescas sobre Ronaldinho Gaúcho e Neymar.

 

Vamos comparar alguns detalhes, embora ambos representem o futebol-arte?

 

R. Gaúcho joga para o time; ontem, armou, correu, serviu com maestria para os companheiros de equipe. Neymar joga também com maestria, mas para si próprio.

 

R. Gaúcho dribla com objetividade, com repertório variado. Neymar dribla com exibicionismo.

 

R. Gaúcho é respeitado pelo adversário. Neymar, odiado (ontem, após um sensacional drible de Ronaldinho sobre um francês do Auxerre, o adversário encostou nele e… o parabenizou!)

 

R. Gaúcho é um ídolo global. Neymar, um ídolo santista.

 

R. Gaúcho foi lançado por Luxemburgo, que o transformou em titular imediato na seleção. Neymar também foi dirigido por Luxemburgo, que o deixou no banco do Santos por diversas vezes.

 

R. Gaúcho teve seu irmão como orientador na carreira. Neymar, seu pai.

 

R. Gaúcho, quando não consegue as vitórias, elogia o adversário. Neymar chama para a briga o zagueiro que o anulou.

 

Ronaldinho Gaúcho tem 30 anos hoje, mas já teve os mesmos 18 de Neymar. Em campo, não me recordo de tantas confusões com o Gaúcho ao longo da carreira.

 

Neymar pensa em ser Pelé, com dribles de Denílson, insubordinações de Djalminha e cabeça de Edmundo. Quantos novos Zicos, novos Gersons, novos Didis já ouvimos falar e que sumiram ao longo dos jogos… Quando Neymar chegar a Ronaldinho Gaúcho, aí vai dar para discutir (embora o primeiro passo já tenha dado: ambos gostam da noite!).

 

Ninguém vence só com o talento. Abre o olho, garoto, pois Deus te deu uma chance ímpar! Discutir com adversário, com o capitão do time e contra o técnico, não dá certo. O mundo está errado e só você correto?

 

A cada jogo uma coletiva no dia seguinte pedindo desculpas, não dá!

 

E você, o que pensa disso: no futebol atual, dá para vencer só com o Talento?

– Neymar… de novo?

Estou cansando ver os atos de indisciplina dentro e fora de campo do jogador santista Neymar. Definitivamente, a ‘jóia santista’, como gosta de ser chamado, perdeu a noção do ridículo e do respeito.

 

Não vou repetir o que venho escrevendo sobre ele. Procure sobre isso no sistema de busca do meu site pessoal e verá quanta coisa já foi dita! (em: http://professorrafaelporcari.blog.terra.com.br/?s=Neymar).

 

Entretanto, é irresistível escrever sobre ontem! Fiz algumas observações a um amigo e reproduzo abaixo sobre o jogo de ontem e sobre a confusão:

 

Olá Wanderley. Assim como você, também gosto do estilo Vuaden, que é o típico anti-Neymar. Curiosamente, ambos se encontraram ontem.


Vamos falar rapidamente dos lances, e, na sequência, de Neymar?
Vuaden tirava 10 até os 29m do segundo tempo. Marcou todas as faltas recebidas em Neymar, e não marcou as faltas simuladas nele. Ótimo, não entrou na onda do garoto (Dorival Jr fez a reclamação preventiva na véspera, alegando rodízio de faltas). Mas você percebeu que nas faltas não-marcadas o Neymar não esboçou nenhuma reclamação? Sabia que poderia ser punido a qualquer amarelo por reclamação, conforme a regra (nos últimos jogos, havia reclamação por todo lance simulado; ontem, não).


Aos 29m, Vuaden erra ao não marcar o pênalti de Léo sobre o adversário no. 11, após a furada do atacante Elias. Estava 1×2, com possibilidade de ser ampliado para 1×3 caso o pênalti fosse assinalado.


Já o pênalti a favor do Santos, embora de difícil interpretação, não ocorreu. Neymar tenta parar a bola para o dribe e se desequilibra. Repare que ele é tocado após o seu próprio desequilíbrio! Vuaden errou, mas confesso que talvez eu também erraria, até mesmo pela rapidez da jogada.


E justamente esse pênalti mal marcado foi o gerador da discórdia. Não lhe parece um menino mimado? Não tinha nada, e agora que tem tudo, se lambuza!
Você reparou que aos 41m do segundo tempo, na lateral e no meio campo, ele começou a dar rolinho, passar o pé sobre a bola, fazer graça e exibicionismo? Se o drible ou jogadas assim são para o ataque, visando o gol, tudo bem. Mas na lateral do campo, parar e rebolar com 4×2, é desrespeitoso ao adversário, que jogou uma partida inteira sem dar pontapés!


Daqui a pouco, vai querer dar embaixadinhas como o Edilson fez num COR X PAL e achar que está tudo bem…


Abraços,
Rafael Porcari

 

Este amigo é o jornalista Wanderley Nogueira, que reproduziu brilhantemente em seu blog a seguinte matéria que corroboro integralmente! Penso como você, Wanderley:

 

(Extraído de: http://wanderleynogueira.blog.terra.com.br/2010/09/16/estamos-criando-um-monstro/)

 

ESTAMOS CRIANDO UM MONSTRO

 

O texto abaixo (”O Santos precisa da Supernanny!”) foi publicado no meu blog no dia 3 de Agosto. Estava muito fácil diagnosticar que era preciso colocar, verdadeiramente, limites aos jogadores mais jovens do Santos. 

De lá para cá, Neymar foi protagonista de situações constrangedoras.

Talentoso, é considerado intocável na Vila Belmiro. Instantes depois de cometer suas molecagens e indelicadezas é acariciado por alguns “companheiros de time”, parte da imprensa, pelos pais, pela diretoria do Santos e pelo treinador Dorival Júnior, que ontem sentiu mais uma vez o tamanho do problema que está ajudando a construir.

Neymar não aceitou ser preterido por Marcel, na cobrança de uma penalidade. Ofendido pelo jogador, o treinador disse que vai resolver o assunto internamente “com o Neymar, com diretoria e com o pai do Neymar” .

Depois de Antônio Lopes, ontem foi a vez de Renê Simões afirmar que “estamos criando um monstro”. Revelou que poucas vezes viu um jogador tão sem educação. Seria muito bom ouvir sobre Neymar que ali estava um jovem herói, um cavaleiro, defensor do bem, com virtudes ilimitadas com a bola nos pés.

 

O SANTOS PRECISA DA SUPERNANNY! (publicado no dia 3 de agosto)

 

Novamente, alguns “meninos” do Santos criaram problemas para o clube e levaram “fumaça” para o ambiente do time, horas antes de uma importante disputa. Foi mais uma molecagem, dizem alguns. Coisa de garotos levados, inocentes e brincalhões, afirmam vários analistas.

Dirigentes do Santos não viram nada tão importante no gesto da “garotada”. É verdade, também, que alguns cartolas do clube reconhecem que ficaram incomodados diante de mais uma brincadeirinha indigesta.

Eu, confesso, já cansei dessa historia de passar a mão na cabeça dos chamados garotos do Santos. Não são garotos, são profissionais. Ganham muito bem, têm procuradores, agentes, gestores e familiares. Um grupo para cada um. Cada menino tem um staff. Coisa de astro. Todos eles têm assessores de imprensa. São tratados como intocáveis e tudo é perdoado. Sempre aparece alguém para dizer que eles não fazem por mal…

Concluí que lá na Vila Belmiro está faltando a Supernanny. Esse programa foi criado na Inglaterra para mostrar em capítulos como impôr disciplina aos “garotos”.  A Supernanny é chamada quando os responsáveis pelas “crianças” não têm autoridade e não sabem colocar limites nos meninos. Ela certamente diria aos dirigentes do Santos que não colocando limites o prejuizo será muito grande para todos.

De longe a impressão que eu tenho é que os responsáveis pelos moleques da Vila têm medo de “perder” o amor dos pimpolhos. E diante desse temor não colocam regras, limites, disciplina e rotina.

A solução é mesmo a Supernanny. Ela vai explicar aos peraltas quais são as regras que devem ser seguidas dentro e fora do campo.  Se a diretoria estabelece algumas regras e os meninos fazem birra, não adianta impôr sua vontade pela força. Ela vai explicar que os responsáveis precisam falar com autoridade e amor. Mas devem manter as regras até o fim. A cartolagem não pode voltar atrás em uma decisão, vai demonstrar falha na autoridade e os meninos ficarão confusos.

A molecada do Santos, diria a Supernanny, precisa ouvir todo dia, com paciência, que não pode deixar de arrumar os seus brinquedos e que devem fazer seus deveres corretamente. Ela vai recomendar que os dirigentes falem olhando nos olhos dos meninos. Eles precisam saber quem manda.

Se depois de vários dias insistindo eles continuarem não cumprindo o combinado, podem ser punidos. Primeiro avise-os da punição, caso eles continuem desobedientes. Depois, vem o castigo. Podem proibir o videogame, a TV, a internet ou algo que eles adorem. Mas nunca use a violência. Isso vai deixar marcas negativas nos moleques da Vila. Prefira sempre a disciplina, diria a Supernanny.

Mas, além estipular regras e castigos, tambem é importante oferecer prêmios quando as crianças obedecem e acertam. Pode ser um brinquedo novo, um passeio ou guloseimas. Antes, combine com os meninos quais os prêmios adequados. Lá na concentração do Santos poderia ser criado o “Cantinho da disciplina”. Nesse local a criança deverá permanecer e refletir sobre o que fez. Deixe o rebento sair apenas quando reconhecer o erro e pedir desculpas.

A Supernanny vai dizer aos dirigentes do Santos que é preciso dizer não. Lembrará que aceitar tudo é um bom caminho para uma má educação. Os responsáveis, que não cuidam direito dos meninos, farão com que as crianças só entrem em confusão no mundo externo e nas relações com outros garotos.

Está muito claro que a Supernanny acabaria com a dominação dos moleques. Hoje os pimpolhos sentem-se donos do pedaço. Os dirigentes precisam mostrar que ficaram bravos quando os moleques fizeram algo errado e mostrar felicidade quando tem atitudes certas. Colocar esses “malinhas” sob uma redoma vai fazer com que um dia a sociedade cobre limites .

O Santos não tem  escolha: precisa da Supernanny. Ela é a salvação…

– Ronaldo Abre o Jogo nos Negócios

Tive a oportunidade de ver e conversar com Ronaldo Nazário, outrora “Ronaldinho do Cruzeiro” e hoje “Ronaldo Fenômeno” por 2 oportunidades; a primeira num evento social onde apitei graciosamente um campeonato de favelas (a patrocinadora do Ronaldo era a mesma do evento e ele fez do nosso vestiário o seu ‘camarim’, já que participaria da solenidade de encerramento da festividade – foi muito atencioso e gentil); a segunda, durante a Festa de Encerramento do Paulistão de 2009, onde ele estava praticamente blindado e mesmo assim foi solícito.

O que me impressionava no Ronaldo era a mudança física. De garoto mirrado a tanque de guerra! Mas hoje, o que mais me admira na mudança, é em referência do jogador ao homem de negócios.

 

Na Revista IstoÉDinheiro desta semana, há uma entrevista deliciosa cedida pelo atleta. Entre outras coisas que ele diz (como empresário e quase ex-jogador):

 

“- Se o Corinthians ganhar o Brasileirão, continuo até o final da Libertadores de 2011. Senão, paro no final do ano;

 

– Me arrependo de ter comprado uma Ferrari aos 22 anos, nunca fui exibicionista;

 

– Não compro nada, pois ganho quase tudo o que uso;

 

– Deveria ter investido no Neymar há 1 ano.”

 

Abaixo, suas relações comerciais e a sua palavra (impressiona uma resposta encabulada sobre sua networking – ele confirma, um pouco sem jeito, que se ligar para o Bono Vox ou para o rei Juan Carlos, eles provavelmente o atenderão na hora, por ter seu número pessoal na agenda do celular... que nem eu! Rsrsrs)

 

Extraído de: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/33959_RONALDO+ABRE+O+JOGO

 

RONALDO ABRE O JOGO

 

O craque revela com exclusividade os detalhes da parceria milionária com o grupo WPP para criar uma empresa de marketing esportivo, conta quais são seus investimentos e como lida com o dinheiro

 

Por Eliane Sobral

 

A ideia surgiu na casa do apresentador de tevê Fausto Silva, que todo mês reúne os amigos em torno de uma pizza. Do seleto grupo daquela noite de abril de 2009 faziam parte o publicitário e presidente do grupo Ogilvy no Brasil, Sérgio Amado, e o jovem empresário Marcus Buaiz, herdeiro do grupo capixaba Buaiz que tem negócios em diversas áreas, de alimentação a shopping center. 

 

Foi Buaiz o encarregado de levar o mais ilustre convidado da noite, o jogador Ronaldo Nazário de Lima, que entre uma garfada e outra comentava a preocupação em definir o futuro depois de encerrar a carreira no futebol.

“O Faustão deu a ideia: por que não cria uma empresa de marketing e consultoria esportiva?”, diz Ronaldo. Na última segunda-feira, às vésperas do feriado de 7 de setembro, um ano e meio depois da pizza na casa de Fausto Silva, Ronaldo Fenômeno recebeu a reportagem de DINHEIRO para falar com exclusividade de seu mais novo empreendimento, a 9INE, resultado da associação entre ele, o amigo Buaiz e o grupo britânico WPP – dono da Ogilvy e de um faturamento de US$ 6,8 bilhões no primeiro semestre deste ano. 

 

A 9INE nasce com investimentos de R$ 5 milhões – aplicados ao longo dos três primeiros anos – e potencial de receita de R$ 50 milhões dentro de quatro anos. Mais: antes mesmo de abrir as portas na arborizada avenida São Gualter, no elegante bairro de Alto de Pinheiros, a 9INE já registra uma base de pelo menos 100 marcas, que hoje estão na carteira de clientes do grupo WPP no Brasil e no Exterior. 

 

Ronaldo se diz bastante animado com a ideia de trocar os gramados pela vida de empresário e faz planos que incluem seus colegas de profissão. “Quero dar consultoria a jogadores de futebol que mal sabem fazer uma declaração de Imposto de Renda. Tem gente com um potencial enorme e que está mal assessorado”, garante o Fenômeno, com a autoridade de quem tem um tino empresarial muito bem desenvolvido. 

 

Ronaldo não confirma, mas Kaká e Alexandre Pato estão prestes a assinar contrato com a 9INE para que o ex-camisa 9 da Seleção Brasileira cuide da vida empresarial dos dois fora das quatro linhas. Além disso, o craque dá pistas de que poderá entrar no disputado mercado de compra de jogadores. “É um negócio atraente. Você compra dez jogadores e, se um der certo, já paga os outros nove. Eu devia ter investido no Neymar um ano atrás. Agora passou. Putz! Perdi a oportunidade”, diz sorrindo. A princípio, o Fenômeno pretende entrar de cabeça na administração da carreira de outros jogadores. 

Administrar, aliás, é um verbo que Ronaldo sabe conjugar como poucos em seu meio. A fortuna do craque é estimada em US$ 250 milhões (leia quadro) e não para de crescer, graças ao perfil administrativo que Ronaldo forjou ao longo de 20 anos de carreira e à maturidade que adquiriu depois de alguns tropeços. Até a sua postura diante de impulsos consumistas mudou. 

 

“Comprar aquela Ferrari foi uma das maiores bobagens que eu já fiz”, diz ele em relação ao carrão italiano, pelo qual pagou US$ 500 mil, 12 anos atrás. Hoje, Ronaldo diz ter uma relação tranquila com o dinheiro. “Gasto muito pouco comigo. Não que eu seja pão-duro. É desinteresse mesmo. Tenho tudo”, diz. A relação tranquila com a fortuna que amealhou, e continua amealhando, não significa, porém, que Ronaldo seja displicente em relação às próprias finanças. “Aplico em fundos de perfil conservador. 

 

Há um ano e meio passei a investir em ações e o resultado tem sido ótimo”, afirma. Ele ainda aponta os papéis que compõem sua carteira de ações. “Aplico nas tradicionais, Vale e Petrobras e outras menores.” O craque acompanha tudo de perto. Sempre que pode, entre uma concentração (que, faz questão de lembrar, ele detesta) e um jogo do Corinthians, checa no computador como andam os investimentos. 

 

Não se mete com as despesas de casa. Dessas, Bia Antony, sua mulher, se encarrega de cuidar.  “Ela não esbanja, então fico sossegado”, diz o jogador, dando uma boa risada em seguida. Com a agenda carregada que tem, repleta de compromissos ora com o Corinthians, ora com patrocinadores (AmBev, Claro, Vale e Hypermarcas, além da Nike), Ronaldo conta com a assessoria de uma equipe que cuida de seu patrimônio.

Segundo ele, são 20 profissionais entre advogados, economistas e contadores espalhados por três países: Espanha, Suíça e Brasil. A cada trimestre, Ronaldo  recebe, e diz ler atentamente, relatórios financeiros enviados pelos consultores e também pelo pessoal do Bradesco, encarregado de gerir os fundos de investimento do craque no Brasil. 

 

O lado empresarial do Fenômeno é conhecido apenas por aqueles que estão à sua volta e estes garantem: Ronaldo estipula metas, prazos para cumpri-las e cobra resultados. “Ele tem um tino comercial e uma capacidade analítica muito apurados”, descreve Fabiano Farah, empresário do jogador há oito anos. 

 

Segundo Farah, não é exagero afirmar que, a cada ano, Ronaldo recebe mais de uma centena de propostas para se tornar sócio de algum “negócio mirabolante” com taxas de retorno “excepcionais”. “Já propuseram sociedade num negócio com retorno sobre o capital investido acima de 30% em menos de um ano”, conta Farah. 

 

Ronaldo ouve com atenção, mostra-se realmente entusiasmado com a ideia alheia, mas só para não ser deselegante com o interlocutor. Os amigos do craque dizem que ele é capaz de demorar meses para tomar uma decisão de investimento. 

“É um empresário extremamente racional e que não se impressiona com belas apresentações em Power Point”, garante Farah. Normalmente, diz ele, na primeira reunião, Ronaldo percebe se o negócio é bom ou não. Um dos lemas do craque, segundo o empresário é: “Ter uma boa ideia todo mundo tem, todos os dias.

O que faz a diferença é a capacidade de execução e de entrega.” Hoje, o maior artilheiro da história da Copa do Mundo (com 15 gols) tem participação em negócios diversificados. O edifício de seis andares, numa área de sete mil metros quadrados onde funciona a Universidade Estácio de Sá, é de Ronaldo. 

 

“O prédio é meu e eu recebo um percentual sobre cada matrícula efetuada”, revela o jogador. Ele tem ainda 8% na holding que comanda a rede de academias A!BodyTech, com 19 unidades, espalhadas em cinco Estados, e faturamento de R$ 130 milhões previsto para este ano. 

 

Na A!BodyTech, Ronaldo tem como sócios os empresários João Paulo Diniz (herdeiro do Grupo Pão de Açúcar), Alexandre Accioly (rei da noite carioca), o consagrado treinador de vôlei Bernardinho e o ex-banqueiro Luiz Urquiza.  

 

O papel de Ronaldo empresário está bem definido na sociedade que ele acaba de firmar com o WPP. “Vou usar minha ampla rede de relacionamentos para promover negócios.” E, tratando-se de Ronaldo, o network é de dar inveja à mais estrelada das celebridades. 

Em princípio ele minimiza, mas acaba reconhecendo o peso (sem trocadilhos) que tem. Se você ligar agora para o rei Juan Carlos da Espanha ele te atende, não é? “Acho que sim.” E se você ligar para o Bono Vox (líder da banda U2), ele também te atende na hora? “Acho que sim”, responde o camisa 9, com um ar meio encabulado. 

 

Até o sisudo CEO do grupo WPP, Martin Sorrell se rendeu aos “encantos” do Fenômeno. Sorrell é, ele próprio, um dos empresários mais influentes da Europa. Gosta de ser tratado por “sir”, título dos cavaleiros da rainha da Inglaterra com o qual foi condecorado por Elizabeth II. 

 

Sorrell é quase uma unanimidade entre seus pares no mundo dos negócios – não exatamente pela sua simpatia. Quem acompanhou as primeiras conversas entre Ronaldo e Sérgio Amado foi a vice-presidente do WPP para a América Latina, Ann Newman. É ela quem prospecta novos negócios para o grupo, inclusive a compra e a fusão de empresas na região. 

 

Sorrell só foi conhecer Ronaldo pessoalmente num evento promovido pelo grupo WPP em março deste ano, no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Diante de uma plateia de cerca de 200 pessoas – entre empresários, clientes das agências do grupo e executivos do WPP. 

 

Ronaldo fez um rápido discurso e avisou a plateia que iria chamar ao palco “um inglesinho metido que acha que a Inglaterra vai ganhar a Copa”. Para quem gosta de ser chamado de “sir”,  talvez Sorrell tenha ficado impressionado com a falta de cerimônias do novo sócio – que o presenteou com a camisa 9 da Seleção Brasileira. 

 

“O Martin ficou encantado com o Ronaldo. E olha que para o Martin se encantar com alguém é bem difícil”, comenta Sérgio Amado. A partir do encontro no Copacabana Palace, Sorrell deu o sinal verde para a concretização da parceria. 

 

À DINHEIRO o CEO do WPP disse ter ficado realmente impressionado com a força da imagem do craque. “Acredito que esta é a década do Brasil e o País representa uma grande oportunidade no mercado de marketing esportivo. Estou particularmente feliz porque o melhor jogador de futebol do mundo agora joga no meu time”, disse ele.  

 

Claro que o calendário esportivo no Brasil está na mira de empresas do mundo inteiro e não seria diferente com a 9INE. O foco inicial estará na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016. Mas a atuação da empresa não ficará restrita ao mercado brasileiro. 

 

“Esta é uma operação que nasce no Brasil e vai para o mundo. A primeira parada será Londres”, diz Ronaldo. Preocupação comum aos três sócios, Ronaldo, Buaiz e Amado, é deixar claro ao mercado que a 9INE não é uma agência de publicidade ou de relações públicas. “Nosso papel será o de aproximar as empresas do esporte e indicar quais são as melhores estratégias para cada marca. Vamos promover eventos e criar conteúdo, inclusive para a tevê”, diz Ronaldo. 

“Quem quiser saber mais pode nos contratar”, diz Luiz Fernando Musa, diretor-geral da Ogilvy. Foi dele a ideia de escalar Ronaldo como garoto-propaganda da operadora Claro. Em março, o craque lançou o Claro Ronaldo, página do jogador no Twitter. Em 40 dias, o camisa 9 do Corinthians já contabilizava 650 mil seguidores. “Ronaldo agrega, em média, cinco mil novos seguidores por dia. É muita coisa”, comenta Sérgio Amado (assista à entrevista no site da IstoÉ Dinheiro). 

 

Oficialmente a 9INE começa a operar em outubro. No plano de negócios está prevista a contratação de 20 profissionais. Há dois nomes disputando o cargo de presidente da empresa – um deles, inclusive, não é do mercado publicitário e, caso seja confirmado, vai causar novo alvoroço na praça. 

 

Além de definir quem terá o metódico empresário Ronaldo Nazário de Lima como patrão, os três sócios vivem o frenesi dos preparativos para o lançamento da empresa – que será em grande estilo, com direito a coquetel e presenças ilustres. Oficialmente o trabalho começa em outubro, mas os corintianos não precisam se preocupar. “Estou me preparando para jogar até o fim deste ano, mas se a gente (o Corinthians) vencer o Brasileiro, posso disputar a Libertadores”, diz Ronaldo.

 

ENTREVISTA

 

“Eu deveria ter investido no Neymar um ano atrás” 

 

Às vésperas de completar 34 anos (no dia 22 de setembro), Ronaldo Nazário de Lima diz que aprendeu a ter uma relação madura com o dinheiro que ganhou ao longo de quase 20 anos de carreira. Hoje, diz ele, gasta muito pouco consigo mesmo. 

 

“Não é porque eu seja pão-duro. É desinteresse mesmo. Tenho tudo.” Ele vê o dinheiro que tem apenas como fator de segurança para ele e sua família. “É bom saber que o dinheiro está lá, caso eu precise.

É para isso que serve. Mais nada.” Acompanhe, a seguir, a entrevista exclusiva que o craque – agora como empresário – concedeu à DINHEIRO, na qual fala sobre o seu futuro, novos negócios e até sobre o arrependimento de não ter comprado o passe do craque santista Neymar:

 

DINHEIRO – O que significa ser um jovem milionário aos 34 anos de idade? 

 

RONALDO – Significa tranquilidade e segurança para a minha família. É bom saber que o dinheiro está lá, caso eu precise. Mas é para isso. Mais nada. Não sou consumista. Gasto pouco comigo e não é porque eu seja pão-duro. É desinteresse mesmo. Minha relação com o dinheiro hoje é baseada apenas na necessidade. Nem tênis eu compro. A Nike me dá todos os modelos que eu quiser.

 

 

DINHEIRO – Mas nem sempre foi assim. Houve o episódio da Ferrari (há 12 anos, Ronaldo comprou uma Ferrari avaliada em US$ 500 mil), quando disseram que era uma afronta num país pobre como o nosso. 

 

RONALDO – Claro que a minha vida mudou quando comecei a ganhar dinheiro. Passei a ter acesso a coisas com as quais eu só sonhava. Quando comprei a Ferrari, tinha 22 anos. Era um sonho que eu tinha desde criança. Mas te digo que esse carro me deu muito mais dor de cabeça do que prazer. Na Europa e nos Estados Unidos, quando você compra um carro bacana, as pessoas ficam felizes por você estar se realizando profissional e financeiramente. Aqui no Brasil não. É uma afronta. Dizem que é exibicionismo. É por isso que eu digo que o brasileiro não respeita seus ídolos. O Michael Jordan e o Tiger Woods são caras respeitadíssimos nos Estados Unidos. Aqui é diferente. O brasileiro não valoriza o sucesso e o ídolo é motivo de chacota.  

 

 

DINHEIRO – Você fica muito aborrecido com isso? 

 

RONALDO – Fico mais preocupado do que aborrecido. Porque aqui no Brasil o sucesso é visto como afronta, e não como reconhecimento. Isso é preocupante. 

 

 

DINHEIRO – Você está se preparando para encerrar a carreira. Já tem data marcada para parar? 

 

RONALDO – Provavelmente vou parar no fim deste ano, mas, se a gente (o Corinthians) vencer o Brasileiro e for para a Libertadores, talvez eu fique até a final, em julho do ano que vem. Ainda estou em dúvida. Não sei se me aposento agora ou se espero para disputar a Libertadores. Eu realmente estou muito cansado. Meu corpo está cansado. 

 

 

DINHEIRO – E você se imagina como executivo, sentado atrás de uma mesa? 

 

RONALDO – Sinceramente não. Mas também acho que meu papel não vai ser o de ficar atrás de uma mesa de escritório. Tenho várias coisas para fazer, inclusive prestar orientação aos meus colegas de profissão. 

 

 

DINHEIRO – Como seria isso? Você vai ser empresário de jogador? 

 

RONALDO – Passe de jogador é um negócio atraente. Já fui muito procurado para entrar e é um negócio de bom retorno. Um retorno rápido. Você compra dez jogadores e, se um der certo, já paga os outros nove. Eu devia ter investido no Neymar um ano atrás. Agora passou. Putz, perdi a oportunidade (rindo)… Mas esse não é um negócio que me interesse. Pelo menos não agora. Acho que eu não investiria meu dinheiro, mas usaria a minha imagem e credibilidade para indicar investimentos e receberia um percentual. O que os agentes fazem hoje? Procuram a família, dão um dinheiro e tratam o jogador como mercadoria. Não é isso. 

 

 

DINHEIRO – O que você faria?

 

RONALDO – Tem que trabalhar o jogador. Não é só comprar, tem que trabalhar a imagem dele. O que eu quero é prestar consultoria que proporcione aos jogadores a mesma segurança que eu sempre tive. Fui muito cedo para a Europa, mas sempre fui muito bem orientado a fazer tudo direito, dentro da lei. Acho que os jogadores de futebol precisam ter uma orientação não só sobre gestão financeira. Os caras não têm noção de como fazer um Imposto de Renda. Imagina fazer um contrato de publicidade! 

 

 

DINHEIRO – Qual é a sua avaliação do futebol como negócio no Brasil e o que você mudaria? 

 

RONALDO – Tem que mudar muito. Outro dia vi uma pesquisa que mostrava que só 3% dos jogadores de futebol ganham acima de R$ 10 mil e 96% deles ganham entre dois e três salários mínimos por mês. É muito pouco pelo que o futebol gera, pelo público que tem, pela arrecadação com direitos de tevê, pelo que a CBF ganha. Somos nós que damos o espetáculo e ganhamos muito mal. E eu vejo cada vez mais empresas entrando no futebol…  Pega o exemplo da Copa do Mundo. É tudo da Fifa. Só de direitos de televisão, rende uns US$ 5 bilhões e a Fifa não repassa nada. Já pensou se, às vésperas de uma decisão, os jogadores resolvem fazer greve? Na Argentina, eles param e só voltam depois de muita negociação. 

 

 

DINHEIRO – Pelo discurso podemos esperar um líder da categoria? 

 

RONALDO – Faria esse papel com o maior prazer, mas não penso em nada relacionado a política ou algo nesta direção. Mas apoio a ideia do governo de criar um plano de previdência para os jogadores. Na 9INE pretendemos explorar essa parte de assessoria financeira para os jogadores. O William (zagueiro e capitão do Corinthians) já disse que vai se aposentar no fim deste ano e abrir uma empresa de consultoria financeira. A 9INE pode usar a empresa do William para prestar este serviço. 

 

 

DINHEIRO – Mas onde entraria o Ronaldo nesta história? 

 

RONALDO – Eu posso usar a minha experiência para orientar os jogadores. Tem muito a desenvolver no futebol como negócio aqui no Brasil. Você vê clubes como Manchester United, Real Madrid, Barcelona. A maior parte da receita dessas equipes vem do licenciamento. Aqui não. O torcedor não tem grana para comprar. Então ele compra a camisa e só. Por isso que nunca me interessei em entrar na área de licenciamento. Dá certo para a Xuxa, mas acho que para mim não. Ninguém compraria o bonequinho do Ronaldo.

 

 

DINHEIRO – Você acha que o modelo de negócio desenvolvido entre você e o Corinthians pode ser replicado em outros clubes brasileiros? 

 

RONALDO – Acho que sim. Acho que esse pode ser o caminho. Seria bom para o clube e ótimo para o jogador. Se tem uma coisa de que o torcedor corintiano nunca vai poder me acusar é de ser mercenário. Fui eu que levei todos os patrocinadores para lá. Não dou despesa para o clube. Ao contrário, levo receita e recebo minha parte. Oitenta por cento da publicidade no ombro da camisa e no short fica comigo.

– Laurentino Gomes é o cara!

1808, 1822 e 1889: o que essas datas significam para você?

 

Para um bom estudante e para qualquer cidadão atento, são 3 datas históricas cuja resposta é imediata: a da Família Real no Brasil, Independência do País e Proclamação da República, respectivamente.

 

Tais temas são, muitas vezes, contados folcloricamente ou até mesmo marginalizados. De pronto, poucos lembram o significado para a História do Brasil destas datas. E aí temos o escritor Laurentino Gomes: de maneira didática e romancista, escreveu 2 livros sobre as primeiras datas (ambos sucesso de vendas), e se prepara para o seu terceiro (1889).

 

Este post não é promocional, mas um chamamento à boa literatura: entretenimento e ensino somados em best-sellers. Só nos resta ler e louvar sua brilhante forma de retratar os acontecimentos marcantes do país. E aguardar, quem sabe, um próximo livro. Qual data a ser retratada você sugeriria?