– Democratura: Liberdade de Expressão e Censura

Amigos, estamos em época eleitoral, coincidindo com preparativos de eventos importantes em nosso país.

 

Há dias, comentamos sobre a má gestão do dinheiro público nos esportes (clique aqui). Pois bem, recebo do amigo Reinaldo Oliveira, ator e jornalista, um artigo que resume bem nossa indignação nessa relação Governo X Dinheiro X Demagogia X Esporte. Abaixo, publicado originalmente em 15.10.09 no Jornal de Itupeva.

 

DEMOCRATURA: LIBERDADE DE EXPRESSÃO E CENSURA

 

Festa, sorrisos, abraços e alegria dos brasileiros, na Dinamarca, logo após proclamado o país e cidade onde será realizada as Olimpíadas de 2016. Tem início a entrevista coletiva. As perguntas triviais feitas por um tipo de imprensa totalmente compromi$ com o governo e, quem respondia as perguntas era o presidente Lula.


Eis que, quase no fim da entrevista um repórter do Correio Braziliense, fez uma pergunta inteligente e oportuna para a ocasião: “Depois de ter sido vaiado na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-americanos em 2007, como o senhor se sente retornando vitorioso ao Rio de Janeiro, tendo participado ativamente da campanha em favor do Rio de Janeiro, fato que levou àquela cidade à conquista para sediar as olimpíadas?”.


O presidente começou a responder a pergunta do repórter, mas foi abrupta e indelicadamente interrompido pelo governador do Rio, Sergio Cabral, que passou a responder a pergunta, gerando mal estar e constrangimento ao presidente. Tudo que é ruim pode piorar ainda mais.


E o pior estava por vir. Terminada a entrevista coletiva, o presidente do COB – Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, criticou severamente o repórter pela pergunta que ele fez ao presidente. Com educação ele deu uma resposta baseado no princípio jornalístico, bem como na liberdade de livre expressão: “Eu simplesmente fiz uma pergunta jornalisticamente correta. E mais: Sua esposa (Márcia Peltier), que também é jornalista, sabe bem que eu fiz uma pergunta correta e pertinente ao assunto”. Espanto geral: ela que acompanhava o marido, não gostou do comentário e também engrossou o grito autoritário da censura.


Então pelo exposto acima, percebe-se apenas a ponta do iceberg de como anda a grita contra a liberdade de expressão no país. E a imprensa séria tem que sobreviver, apesar destas cotoveladas.


Mas ainda sobre o assunto é pertinente dizer que devido à tran com que é tratado o dinheiro público no país, esse oceano de dinheiro que será liberado para as olimpíadas, é o mesmo que dar queijo para as ratazanas. Senão vejamos: existem dezenas de gravíssimas irregularidades cometidas com a verba liberada para os Jogos Pan-americanos realizados em 2007 no Rio de Janeiro.


O TCU – Tribunal de Contas da União cobra a devolução aos cofres públicos de R$ 20 milhões gastos naquele evento e para os quais não foram comprovadas as despesas. Por conta disso o Ministro Marcos Vilaça – do TCU, aponta em seu relatório, de julho último, sobre uma das irregularidades do Pan 2007: “Quanto aos condicionadores de ar, a empresa Fast apresentou novos elementos, inclusive cópia das notas fiscais que demonstram a aquisição de todas as unidades contratadas. É, portanto, bastante verossímil a hipótese de que os equipamentos existam fisicamente.


O que não se entende é o motivo pelo qual não houve ainda a sua apropriação pelo Ministério do Esporte, já que não demonstrou até hoje perante o Tribunal, sua anexação ao patrimônio do órgão ou dos entes a que estão destinados”. E conclui: “Dos 1628 equipamentos de ar-condicionado adquiridos, 813, ou seja, metade, sequer foi instalada por desnecessária. Trata-se de evidente desperdício do dinheiro público”. Ainda sobre os aparelhos de ar-condicionado, passados mais de dois anos do evento, mais de 200 aparelhos não foram nem tirados das caixas. No entanto o Ministério do Esporte pagou pelas 813 unidades.

Pois bem. Quem vai administrar este oceano de dinheiro para as Olimpíadas, são os mesmos que administraram o dinheiro do Pan 2007. São os mesmos que estiveram na Dinamarca e quiseram calar o questionamento que o repórter fez. E são com estes mesmos personagens que a imprensa séria tem que dialogar. Logo, são tratados com grosseria e, quando denunciadas as maracutaias, tentam desqualificar a imprensa séria, e logo são inocentados pelos representantes eleitos por nós. Aqui também, bem pertinho de você, acontecem estas coisas. É isso!!

– Trabalhos Acadêmicos na Última Semana

Realizamos algumas atividades com as diversas salas de aula.

 

Quarto semestre: falamos sobre Virtudes que um líder espera de seus subordinados, e solicitamos uma atividade baseada em um determinado tópico.

Em geral, os alunos disseram que são pessoas mal-informadas, mas que buscam a informação (poucos se disseram bem informados); a grande maioria disse ter dificuldade em se expressar (um aluno(a) relatou que sofre com o sotaque – ora, esqueça o sotaque, isso não é problema, é charme, desde que não seja carregado ou forçado).

O fato negativo são os erros de português: Intendo (entendo), expresar (expressar), dezempenho (desempenho), puliciar (policiar), abto (hábito)… Não pode acontecer de novo, ok pessoal?

 

Primeiro semestre: em atividade referente às funções do administrador, os alunos se dividiram em Bill Gates como grande Planejador e/ou grande líder. Ambos estão corretos. Quanto a justificativa, algumas respostas a desejar: “É UM LÍDER QUE LIDERA…” ou “ ELE É UM GRANDE ADMINISTRADOR PORQUE FICOU RICO”. Vamos conversar mais sobre o assunto…

 

Segundo semestre: abordamos a atuação / ação de empresas públicas e privadas. Nenhuma atividade no papel, mas uma excepcional discussão sobre “as razões de serem” das corporações. Esta classe está com ótimo espírito crítico! Politizada e analista, espero que a sala consiga manter o ritmo.