Vemos um grande modismo nos EUA atualmente: Bilionários prometendo a doação de suas fortunas para entidades filantrópicas.
Os comandantes desta operação de beneméritos são Bill Gates, da Microsoft, e Warren Buffet, megainvestidor. Conhecidíssimos e riquíssimos, se juntam a uma lista de 38 bilionários americanos com patrimônio estimado em US$ 230 bilhões. A ideia é convencer essas pessoas a doarem metade de suas fortunas aos pobres. Bill Gates disse que após a morte, dos seus 53 bilhões de dólares, os 3 filhos ficarão com “apenas” 10 milhões e o resto será doado. Buffett doará 99% dos seus 47 bilhões.
Bonito, não? Mas… será que desinteressadamente?
Calma, não me chamem de azedo. Se você está acessando esse blog, é porque tem hábitos que o diferenciam de demais pessoas. Assim, somos privilegiados intelectualmente por termos acesso a boas discussões e desenvolver espírito crítico. Não seria interessante desenvolver um debate sobre as reais motivações?
Vamos lá: cada vez mais as empresas investem em ações de Responsabilidade Social. Ajudam sua comunidade, descontam o custo filantrópico de impostos e divulgam sua marca corporativa. É bom para todos.
A questão é: doar para quem, para quê e por quê. Isso é relevante e vale para os bilionários ou para nós, cidadãos comuns, que somos constantemente convidados a doar.
Para quais instituições vou doar? São confiáveis?
Para quê servirá o dinheiro? Quem ajudarei?
Por quê faço isso? Por espírito humanitário ou por interesse?
É interessante lembrar que muitas empresas doam ou realizam atividades sociais e têm como volta um grande reforço financeiro, com elevação no valor de suas ações em bolsa por reforço de imagem ou alavancamento de vendas.
Tudo isso é válido para ajudar. Mas a eficiência é importante. Qual a melhor forma de ajudar?
Li recentemente um artigo de uma socióloga nigeriana que critica celebridades como Angelina Jolie e Brad Pitt, por adotarem crianças pobres. Ela argumenta que a ajuda é individualizada a essas crianças e as capas promocionais de revistas dão muito maior valor aos pais adotivos. Eficiente seria gastar todo o dinheiro em programas assistenciais em vilas africanas, pois com o mesmo custo ajudaria muito mais crianças. A “contrapartida” é que a fama de solidário não acompanharia os doadores…
Resumindo: ao invés de doar em morte, que tal doar em vida (é sabido que todas essas pessoas citadas já fazem em vida suas ações filantrópicas)? Quer ser verdadeiramente solidário: faça sem esperar retorno, franciscamente, por amor ao próximo. Já imaginaram quantas pessoas doam muito menos e ajudam muito mais? E nem se sabe quem são esses bondosos anônimos.
A filantropia deve ser melhorada na sua gestão. Para isso, ela precisa ser transformada em CARIDADE, o ato de ajudar com amor e lutar para a concretização dos ideais de ajuda.
Lembro-me de uma passagem do Evangelho, onde Jesus fala sobre a importância de uma viúva que deu uma moedinha como esmola. A moeda era a fortuna dela, pois era pobre; era tudo o que ela possuía. O valor de gesto fraterno tem mais valor do que ações demagogas, não importando o valor.
Nós vemos ótimas instituições em Jundiaí, por exemplo, que podemos ajudar: Pastorais da Igreja, ONGs, enfim, projetos que permitem ver a materialização e o alcance das doações. Quer um ótimo exemplo? O Grendacc, onde você pode ajudar financeiramente ou voluntariamente e vê a coisa se realizar.
Por fim, o que você pensa sobre tudo isso? Se fosse bilionário, doaria tudo em vida ou tal gesto é de difícil prática? Como você ajuda o próximo? Deixe seu comentário.
Aproveitando, como hoje é domingo e Dia dos Pais, deixo um mensagem ao meu querido pai e extensiva a todos os papais (CLIQUE NO LINK AO LADO): FELIZ DIA DOS PAIS!
