Boa partida para se assistir nesta Libertadores. Mas vamos deixar de papo-furado e fazer algumas considerações?
No gol do SPFC, 3 observações:
– Como um goleiro experiente se torna um verdadeiro treinador dentro de campo (Ceni mandou Alex para a área e saiu o gol);
– como a saída do Pato Abondazzieri (que jogou bem a Libertadores inteira e foi sacado pelo Roth) foi um erro. Se o Inter fosse eliminado, o treinador seria questionado, além do próprio goleiro, é claro;
– e como é legal o marcador do gol comemorar sem buscar câmeras ou soltar palavrões (comemorou mandando beijos e com o grupo; nada de ofensas, coreografias com frescuras ou camisas com mensagens).
Sobre o árbitro: Amarilla picou bastante o jogo no começo, querendo mostrar pulso. Aos poucos, se soltou e soltou também o jogo, com maestria. A partida, convenhamos, não teve tanta dificuldade nem lances polêmicos. Não gostei da aplicação dos cartões amarelos de forma agressiva! Isso é feio e desrespeita o atleta. Erga-se o cartão com elegância e a autoridade não se perde.
Tecnicamente, o árbitro foi muito bem no jogo. Achei que a falta de ataque do Dagoberto sobre o Nei, no começpo da partida, não deveria ser marcada, afinal, aquela mão nunca faria o jogador se projetar como ele pulou. Um erro mais significativo foi na não marcação de falta aos 27m do segundo tempo do Guinazu sobre o Hernanes. Aquilo é ser atropelado na linguagem do futebol. Infração clara, poderia ter sido auxiliado pelo bandeira.
Um lance discutível foi a expulsão do Tinga. Ao ver o jogador do Internacional levar um primeiro amarelo infantil e depois um segundo amarelo duvidoso (aquele cartão na linha lateral e ainda por cima no meio-de-campo é complicado, já que nem sempre empurrar é lance para cartão – eis o risco de se vulgarizar o cartão – embora o árbitro tenha o direito de interpretar que ali ele matou o contra-ataque e daí vale o cartão, ou usar o critério de excesso de faltas). A propósito, lembrei-me na hora do Márcio Rezende de Freitas e do próprio Tinga no Brasileirão de 2005, no Corinthians X Internacional. Dois meses depois daquele jogo, Márcio Rezende respondeu a uma pergunta minha sobre esse lance (estávamos em uma platéia de 40 pessoas num Congresso) e o ex-árbitro disse crer que era pênalti, e ao se aproximar do Tinga, ele teve mais certeza ainda porque o atleta desesperadamente fazia sinal de “não” com os dedos (igual o jogo de ontem) e dizia: “não foi pênalti mas eu também não me joguei professor, cai sozinho, não me dá cartão não”… E aí todos sabem o que aconteceu!
Aos 47m do segundo tempo, um erro que me deixou chateado, justamente por ter acontecido por um árbitro tão experiente: Rogério Ceni vai à área e é empurrado por Kleber, e se desvencilha dele com um safanão. Aquilo não é cotovelada! Mas o atleta colorado cai e “consome” 40 segundos do acréscimo de 3 minutos (que deveria ser novamente acrescido e que logicamente não foi). Por fim, quando da cobrança do escanteio, o árbitro marca falta do goleiro sãopaulino no goleiro Renan. Nada. Ali foi “perigo de gol”, não houve obstrução alguma. Detestei a atitude do Amarilla nesse minuto final, me pareceu árbitro de campeonato amador que tem medo de responsabilidade. Foi árbitro durante todo o jogo e mediador na hora derradeira.
Fica uma discussão futura: no placar agregado deu 2×2. A FIFA permite que as Confederações escolham 3 formas de decisão em partidas eliminatórias: número maior de gols marcado fora de casa; prorrogação de 15×15 minutos e disputa de tiros penais (antes existia a possibilidade de sorteio por moeda para se decidir um vencedor!). Estão na regra essas possibilidades, você pode escolher uma, duas ou três das opções. Mas confesso não gostar da primeira. Empate, não importando quem marcou mais ou menos gols como mandante ou visitante, é sempre empate!
Parabéns ao Internacional. Sem esquecer: a sina de Celso Roth acabou!
Será que teremos em dezembro Internazionale X Internacional no último jogo profissional e decisivo do ano? Há 3 anos, também nos EAU, eles jogaram amistosamente e vitória dos brasileiros. Repetição possível?

Grande Porcari,
Vou deixar aqui o que havia postado no Blog porque não aguento discutir com torcedor. Sinceramente, não sei como vocês conseguem atuar nesta profissião.
Achei o arbitragem do Amarilla fraca tecnicamente e mal disciplinarmente. Picou muito o jogo apitando qualquer contato físico. Mas, o único erro mesmo mais grave foi o pênalti no Fernandão. Porém, vamos ser justos. Este tipo de lance poucos árbitros têm coragem de marcar. A maioria faz vista grossa.
O desastre na minha opinião foi a parte disciplinar. O anti-jogo tem que ser punido. O goleiro Renam retardou a reposição de bola em todos os tiros-de-meta, sendo que o primeiro foi aos 2 minutos. O Indio fez 4 ou 5 faltas seguidas no Ricardo Oliveira.
Ora, tem que dar o amarelo e obrigar a jogar bola. Quer ganhar a vaga? Vai ganhar jogando bola e não praticando o anti-jogo.
Vou ler seu comentário. Será que vai bater? rsrs
abs,
Fernando Sampaio
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