– Abolir o Replay ajuda o Árbitro?

No final de julho, a RAI, emissora de TV de sinal aberto da Itália, anunciou que não mostrará o replay de lances polêmicos que envolvam arbitragem nas partidas de futebol que transmitirá no Campeonato Italiano. De imediato a Associação Italiana de Árbitros aplaudiu a decisão. Na última segunda-feira, a emissora ratificou a decisão.

 

A idéia é de que o jogo seja muito mais discutido e menos reclamado. Sem a repetição da imagem, os torcedores discutiriam mais os lances, polemizariam, já que estariam em dúvidas, e não ficariam sempre reclamando de que foram prejudicados. A dúvida do prejuízo ficaria no ar.

 

Sabem o que penso disso? Sinceramente, uma idiotice. Querem blindar erros de arbitragem como que se assim eles deixassem de existir.

 

Alguns motivos para discordar dessa decisão devem ser explicados através dos erros e sua tolerância:

 

1) Existe um mito de que os árbitros de hoje são ruins. Ora, existem fases e ciclos no futebol, de bom e de ruim desempenho. Acontecem com os clubes, com os jogadores e com os árbitros também. Mas será que os árbitros de hoje (que correm muito mais do que os de antigamente, que apitam mais jogos que os de antes, que tem mais concorrentes no apito do que anteriormente, que tem melhor material esportivo e mais recursos para os auxiliarem, sem falar na própria subjetividade da interpretação de algumas regras) são piores do que os de ontem? Não tenho dúvida alguma que os de hoje são tão bons (ou melhores) dos de antigamente, pelo simples fato de que os de ontem (não estou tirando o mérito de árbitros como Dulcídio, Goycocheia e outros) tinham menos câmeras para flagrar seus erros. Todo árbitro erra; com 1 ou 2 câmeras de 30 anos atrás flagra-se muito menos do que com 20 câmeras atualmente.

 

2) Como o futebol tem maior visibilidade, um arremesso lateral marcado para o time errado já ganha status de erro grave ao fanático torcedor. O mundo vê e os erros se tornam imperdoáveis.

 

3) Pelas altas cifras, é claro que os dirigentes esportivos justificam nos erros de arbitragem suas derrotas.

 

4) Por fim: se durante o jogo não houve replay, pós-jogo eles serão discutidos e reclamados da mesma forma. As emissoras mostrarão o lance exaustivamente como já fazem hoje.

 

Essa medida, portanto, é uma grande bobagem. O que me parece é que a RAI quer evitar a seguinte situação: num lance de suposto pênalti não marcado, o replay é mostrado e imediatamente um cartola que assiste o jogo da sua casa ou no seu camarote liga no celular do treinador e diz: o Arnaldo falou que foi, esse f… está roubando nosso time!” – essa é uma frase padrão e posso garantir que ela é constante nos gramados.

 

A verdade é uma só: a informação de erros e acertos dos árbitros divulgada instantaneamente pela TV chega para dentro de campo. É ilusão acreditar que os atores da partida – árbitros, jogadores e treinadores – fiquem imunes a ela. Sem o replay, ela demorará um pouco mais a chegar. E para ser preciso, será o tempo de 30 segundos de uma fita rebobinada (fita é bom, hein? DVD, professor…).

 

Leve em conta ainda outro fator: quem garante o acerto do “comentário do comentarista”? Canso de ver erros de avaliação de comentaristas. Lances faltosos como dito normais e vice-versa. Não por má-fé ou por incompetência, mas pela própria natureza do futebol.

 

É o que costumamos dizer quando avaliamos um jogo que apitamos e discordamos do comentário do analista de arbitragem: “Ele está brigando com a imagem…”

 

E você, o que pensa disso? No que vai mudar no futebol (dentro e fora de campo) se tirar o replay das transmissões televisivas?

 

(Obs.: se realmente for o caso de evitar tumultos intra-campo, proíbam jornalistas atrás do gol de soprar informação aos goleiros, tirem os celulares das comissões técnicas (idéia essa já levantada há algum tempo no Brasil) e obriguem o uso de protetores auriculares.

 

Me parece mais uma daquelas absurdas medidas da FIGC, como a da proibição de palavrões durante o jogo.

 

Alguns detalhes sobre a medida, extraídos do jornal La Stampa:

http://www.lastampa.it/sport/cmsSezioni/calcio/201007articoli/28286girata.asp

 

RAI, ADDIO MOVIOLA NEI PROGRAMMI SPORTIVI

 

La Rai dice basta alla moviola nelle trasmissioni sul campionato di calcio. La consueta rubrica che analizzava i casi controversi di serie A e serie B sarà sostituita da approfondimenti tecnici, a scopo didattico, affidati non più ai noti ex arbitri.


La notizia è riportata da un quotidiano e confermata dal presidente della Rai, Paolo Galimberti, che ha già espresso la sua approvazione per la decisione presa dal direttore di Rai Sport Eugenio De Paoli.


Le immagini televisive serviranno solo a chiarire la norma applicata in quel determinato episodio, ma senza dare spazio al solito dibattito per «pensare ad un calcio meno urlato e più ragionato» spiega Galimberti. Il commento sarà affidato ad esperti dei regolamenti, che potrebbero anche essere suggeriti dall’Associazione italiana arbitri. Ogni domenica, verranno mostrate le immagini di tre-quattro casi e non di più.


Spiegare il calcio attraverso la tecnica e la tattica e non con polemiche buone solo a tirare fuori al tifoso il peggio di sè. È questa la filosofia che ha portato il direttore di Rai Sport, Eugenio De Paoli, a dire basta alla moviola come annunciato dal presidente della Rai, Paolo Garimberti. «Ma noi – spiega De Paoli – non ignoreremo i fatti: tanto che è in arrivo un accordo in esclusiva con l’associazione italiana arbitri per istituire la Cassazione, un organismo che analizzerà e spiegherà, regolamento alla mano, tre casi controversi per turno di campionato individuati da noi della Rai».


Il primo a mandare i complimenti al direttore della svolta, Eugenio De Paoli, è stato Pierluigi Collina. Una vita sotto la lente d’ingrandimento del ralenty, l’attuale commissario arbitrale Uefa ha mandato in mattinata un sms di complimenti a De Paoli, felicitandosi perchè per la gente questo può significare «il ritorno al piacere di sentire parlare di calcio». «È fondamentale che uno strumento come la tv contribuisca a fare cultura calcistica. Il concetto della “Cassazione” mista Aia-Rai, ovvero una chiarificazione sulle interpretazioni regolamentari, è importante per quello che può significare non solo in serie A ma anche tra i ragazzini», ha spiegato l’ex designatore arbitrale. «Lo scopo non deve essere – ha continuato – quello di evitare di parlare di arbitri, ma di evitare la ricerca spasmodica dell’episodio da rilevare per fare polemica. In ogni gara si cercano 4-5 episodi, questo non avviene in nessun altro paese oltre all’Italia. E da responsabile della commissione arbitrale dell’Uefa mi fa piacere che anche nel nostro Paese ci si sia resi conto della stortura di questo stato di cose».


Anche Marcello Nicchi ha apprezzato la svolta della Rai. Il presidente dell’Associazione italiana arbitri (Aia) «plaude alla iniziativa oggi comunicata dalla Rai. Lascerà spazio alla visione di gesti tecnici e atletici, abbandonando così le polemiche che scaturivano da commenti e dibattiti da Bar Sport attorno alla moviola, deleteri per la crescita dei nostri arbitri e dei giovani calciatori. L’Aia si rende disponibile a dare il proprio contributo alla rivoluzionaria iniziativa culturale».

– Biocombustível de Animais!

“Eles são mortos, congelados e depois vão para a usina”,

conta Tommy Tuvunger, funcionário da Prefeitura de Estocolmo – cidade que resolveu transformar os coelhos, considerados uma praga urbana, em biocombustível. Mais de 9 mil animais já foram queimados para produzir eletricidade.

Extraído da Revista Superinteressante, Fevereiro / 2010, pg 17.

Incrível, não?

– São Paulo X Internacional: uma análise e alguns pitacos

Boa partida para se assistir nesta Libertadores. Mas vamos deixar de papo-furado e fazer algumas considerações?

No gol do SPFC, 3 observações:

– Como um goleiro experiente se torna um verdadeiro treinador dentro de campo (Ceni mandou Alex para a área e saiu o gol);

– como a saída do Pato Abondazzieri (que jogou bem a Libertadores inteira e foi sacado pelo Roth) foi um erro. Se o Inter fosse eliminado, o treinador seria questionado, além do próprio goleiro, é claro;

– e como é legal o marcador do gol comemorar sem buscar câmeras ou soltar palavrões (comemorou mandando beijos e com o grupo; nada de ofensas, coreografias com frescuras ou camisas com mensagens).

Sobre o árbitro: Amarilla picou bastante o jogo no começo, querendo mostrar pulso. Aos poucos, se soltou e soltou também o jogo, com maestria. A partida, convenhamos, não teve tanta dificuldade nem lances polêmicos. Não gostei da aplicação dos cartões amarelos de forma agressiva! Isso é feio e desrespeita o atleta. Erga-se o cartão com elegância e a autoridade não se perde.

Tecnicamente, o árbitro foi muito bem no jogo. Achei que a falta de ataque do Dagoberto sobre o Nei, no começpo da partida, não deveria ser marcada, afinal, aquela mão nunca faria o jogador se projetar como ele pulou. Um erro mais significativo foi na não marcação de falta aos 27m do segundo tempo do Guinazu sobre o Hernanes. Aquilo é ser atropelado na linguagem do futebol. Infração clara, poderia ter sido auxiliado pelo bandeira.

Um lance discutível foi a expulsão do Tinga. Ao ver o jogador do Internacional levar um primeiro amarelo infantil e depois um segundo amarelo duvidoso (aquele cartão na linha lateral e ainda por cima no meio-de-campo é complicado, já que nem sempre empurrar é lance para cartão – eis o risco de se vulgarizar o cartão – embora o árbitro tenha o direito de interpretar que ali ele matou o contra-ataque e daí vale o cartão, ou usar o critério de excesso de faltas). A propósito, lembrei-me na hora do Márcio Rezende de Freitas e do próprio Tinga no Brasileirão de 2005, no Corinthians X Internacional. Dois meses depois daquele jogo, Márcio Rezende respondeu a uma pergunta minha sobre esse lance (estávamos em uma platéia de 40 pessoas num Congresso) e o ex-árbitro disse crer que era pênalti, e ao se aproximar do Tinga, ele teve mais certeza ainda porque o atleta desesperadamente fazia sinal de “não” com os dedos (igual o jogo de ontem) e dizia: “não foi pênalti mas eu também não me joguei professor, cai sozinho, não me dá cartão não”… E aí todos sabem o que aconteceu!

Aos 47m do segundo tempo, um erro que me deixou chateado, justamente por ter acontecido por um árbitro tão experiente: Rogério Ceni vai à área e é empurrado por Kleber, e se desvencilha dele com um safanão. Aquilo não é cotovelada! Mas o atleta colorado cai e “consome” 40 segundos do acréscimo de 3 minutos (que deveria ser novamente acrescido e que logicamente não foi). Por fim, quando da cobrança do escanteio, o árbitro marca falta do goleiro sãopaulino no goleiro Renan. Nada. Ali foi “perigo de gol”, não houve obstrução alguma. Detestei a atitude do Amarilla nesse minuto final, me pareceu árbitro de campeonato amador que tem medo de responsabilidade. Foi árbitro durante todo o jogo e mediador na hora derradeira.

Fica uma discussão futura: no placar agregado deu 2×2. A FIFA permite que as Confederações escolham 3 formas de decisão em partidas eliminatórias: número maior de gols marcado fora de casa; prorrogação de 15×15 minutos e disputa de tiros penais (antes existia a possibilidade de sorteio por moeda para se decidir um vencedor!). Estão na regra essas possibilidades, você pode escolher uma, duas ou três das opções. Mas confesso não gostar da primeira. Empate, não importando quem marcou mais ou menos gols como mandante ou visitante, é sempre empate!

 

Parabéns ao Internacional. Sem esquecer: a sina de Celso Roth acabou!

 

Será que teremos em dezembro Internazionale X Internacional no último jogo profissional e decisivo do ano? Há 3 anos, também nos EAU, eles jogaram amistosamente e vitória dos brasileiros. Repetição possível?