– Tecnologia em Campo: demagogia ou realidade?

Nesta Copa do Mundo, muitos erros de arbitragem têm sido observados. É verdade que as super-câmeras podem mostrar lances mais detalhados, e até ludibriar o telespectador (uma mão nas costas pode dar a impressão de falta em slow-motion, o que na dinâmica do jogo pode não ter ocorrido, por não se ter a noção de força exercida no lance). Mas a observação de erros provindos de flagrantes da câmera lenta e de erros grotescos que dispensariam qualquer câmera mostra que a preparação para a Copa do Mundo foi falha e que, acima, disso, chegamos no exato momento em que a tecnologia deve entrar em auxílio da arbitragem.

Muitos têm medo da introdução de recursos tecnológicos. Se ela chegar de maneira radical, mudará o esporte, é claro! Mas ninguém quer mudanças abruptas. A tecnologia vem chegando de mansinho, e veja os exemplos: bandeiras eletrônicas e rádios-comunicadores para o quarteto de arbitragem. Desafio qualquer árbitro que negue a ajuda sensível que esses equipamentos nos trazem!

Por que não permitir que o capitão de uma equipe peça a revisão de uma decisão do árbitro em algum momento capital? Dê a cada equipe o direito de um pedido revisional, isso não diminui a autoridade do árbitro.

Tomemos como exemplo o jogo Argentina X México: Após o lance do gol argentino (em claríssimo impedimento e erroneamente confirmado), e antes do reinício do jogo (essa deve ser uma condição sine qua non), o capitão mexicano Rafa Marques poderia pedir ao árbitro que avaliasse com seus bandeiras e o quarto árbitro a decisão tomada, através do replay no telão ali mesmo já instalado.

Pensou que emoção adicional à partida? Ao público? À audiência da TV?

A sugestão seria essa: um pedido por equipe, em situações de gol confirmado ou não, antes do reinício do jogo. Em impedimentos paralisados sem a conclusão da jogada, interpretações de pênaltis ou avaliação de aplicação de cartões, não caberia o pedido (pelo fato de serem situações interpretativas e mais subjetivas).

 

Avalie o que a simples medida teria evitado:

1)      Salvaríamos a Irlanda da desclassificação da Copa do Mundo,

2)      anularíamos o gol do Luis Fabiano na segunda rodada,

3)      não anularíamos o gol norte-americano pelo árbitro de Mali,

4)      confirmaríamos o gol da Inglaterra contra a Alemanha, e

5)      não daríamos o gol irregular da Argentina.

 

Quanta coisa ‘consertada’ em uma única Copa!

 

Na minha carreira como árbitro, sempre ouvi falar que o empecilho é a universalização da regra. Ora, bandeira eletrônica e rádio não estão na regra, mas são usados em campeonatos de maior prestígio. A Copa do Mundo é o torneio de maior prestígio existente, e lá se incluem o quarto e o quinto árbitro em alguns jogos, devido à sua importância. Assim sendo, por que não permitir o recurso televisivo? O custo financeiro seria zero, justamente pelos estádios já terem telões, e o ganho moral seria altíssimo!

 

Tecnologia já, dona FIFA. Por favor.

 

E você, o que pensa sobre isso? Gostaria da sua opinião!

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