– História de uma Véspera de Copa do Mundo

A Copa do Mundo se encerra amanhã. Assim, independente de quem seja o vencedor no jogo do próximo domingo, vale tentar entender que tipo de paixão arrebatadora é o futebol. Compartilho a curiosa história reproduzida pelo Estadão de dias atrás:

 

Extraído de: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100629/not_imp573442,0.php

 

AMERICANA REALIZA SONHO DE CRIANÇA

 

POR Christian Carvalho Cruz

 

Fã de Pelé, Stacey, de 50 anos, contraria a família e economiza US$ 8 mil em 4 anos para assistir ao Mundial

 

Uma torcida multicolorida, engrossada por seguidores de seleções já desclassificadas, ajudou a empurrar o Brasil ontem no Ellis Park. Além do nosso verde-amarelo, havia também o dos sul-africanos (em grande número) e australianos, o azul japonês, o verde camaronês e até o azul e branco argentino ? para provocar. Um grupo de hermanos destacou-se nas arquibancadas brandindo um cartaz: “Diego está esperando.”

Logo abaixo deles, a professora americana Stacey Nickson, vestindo camiseta, blusa, casaco, gorro, cachecol e tênis da seleção brasileira, contava sua saga particular. Ela economizou US$ 8 mil nos últimos quatro anos para estar na Copa da África. “Só para ver o Brasil. Tenho ingressos para os sete jogos. Se vocês forem desclassificados dou meus tíquetes e vou embora.”

Stacey vive em Auburn, sul dos EUA. Conta que se apaixonou pelo futebol brasileiro quando era criança, por causa de Pelé. “Menos pela maneira que ele jogava e mais pelo que representava. Pelé fez as crianças negras de todas as partes acreditarem que há lugar no mundo para elas. Isso foi fundamental na minha formação.”

Assistindo ao penta pela TV em 2002, ela decidiu se dar o maior presente de aniversário quando completasse 50 anos: seguir a seleção na Copa. E aqui está. Segundo Stacey, sua família a chamou de maluca quando anunciou que realizaria o sonho. “E se o Brasil perde? Você vai desperdiçar seu dinheiro à toa”, lhe disseram. Ela respondeu: “Não se preocupem. Sou torcedora do Chicago Cubs (time de beisebol), que não ganha nada desde 1909. É uma questão de amor.”