Morreu José Saramago na última sexta-feira. Por falta de tempo, só hoje pude escrever. E ao invés de falar algo novo sobre ele e suas polêmicas (Saramago era ateu, comunista, único prêmio Nobel de Literatura da língua portuguesa e defendia que Portugal deveria se tornar parte do território espanhol), resolvi republicar um artigo que reproduzi em 28/11/2008. Abaixo:
A HUMANIDADE NÃO MERECE A VIDA, SEGUNDO SARAMAGO
Confesso que nunca morri de amores por José Saramago, o escritor português que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1998, e aclamado como um dos maiores do mundo na sua área.
Aos 86 anos, numa sabatina na Folha de São Paulo, o português deu respostas polêmicas, sinceras e diretas. Mas a força de suas palavras não me trouxe empatia, apesar da qualidade de suas obras. Como escritor, genial. Como pessoa, não haverá unanimidade. Veja o que o autor diz sobre temas diversos:
“A Humanidade não merece a vida, a história da humanidade é um desastre contínuo “.
“Sou aquilo que se pode chamar de comunista hormonal. Assim como tenho no corpo um hormônio que me faz crescer a barba, há outro que me obriga a ser comunista”.
“Por que eu teria de mudar [minha concepção de Deus após a minha doença]? Porque supostamente me salvou a vida? Quem me salvou foram os médicos e minha mulher (…) Não quero ofender ninguém, mas Deus simplesmente não existe. Inventamos Deus porque tínhamos medo de morrer. (…) A Bíblia não é um livro que se possa deixar nas mãos de um inocente. Só tem maus conselhos, assassinatos, incestos…”
De bestial à besta em uma sabatina.
