A Copa do Mundo vai começar, as seleções se aprontam, torcedores gelam suas cervejas, locutores afinam suas gargantas e o clima de festa começa a embalar.
Vamos para o campo futebolístico: as equipes ganham entrosamento, fazem amistosos ou jogos-treinos e realizam seus últimos acertos. Mas o calcanhar-de-Aquiles da FIFA, a arbitragem, não está no mesmo nível de preparação.
Como não? Alguém dirá: os árbitros estão há 3 anos e meio trabalhando para essa Copa, realizaram simpósios, treinos, preparação física apurada… Mas o essencial, que só pode ser feito na reta final, ficou esquecido: dar aos juízes RITMO DE JOGO.
Os árbitros sulamericanos, até por força das competições que ocorriam no período pré-Copa, estão mais preparados para a dinâmica do jogo do que os europeus, cujos campeonatos se encerraram antes.
Para quem não é árbitro, é importante fazer a seguinte comparação: se um atleta fica 30 dias parado, lesionado ou de férias, por melhor que seja o seu condicionamento físico, ainda sofrerá para ter ritmo de jogo. Imagine o árbitro! Tempo de bola para se posicionar nas jogadas, rispidez de faltas, reflexo para a marcação dos lances, discernimento para a escolha do cartão a ser aplicado (ou não), além de outras coisas, dependem muito da freqüência de partidas apitadas. Um mês parado é algo sofrível para um juiz, cujos treinos são diferentes dos de jogadores. Aliás, treino de árbitro é o próprio jogo!
Os árbitros da Copa apitaram quantos amistosos internacionais nesse período? Eles estão reclusos, quase que incomunicáveis (numa cidadela a 30 km de Petrória), aguardando a competição.
Esperemos que a arbitragem vá bem, para o bem do esporte. Mas esqueçam a não-existência de lances e decisões polêmicas. Afinal, elas fazem parte do futebol.
E você, o que espera dos árbitros na Copa do Mundo?
