– Consciência Eleitoral com Inconsciência Criminal

Triste e desolador ver nos noticiários a história do “Poderosinho”. Para quem não leu, esse apelido é de um garoto de 10 anos, chefe do tráfico de drogas em São Manuel/SP.

É, você entendeu certo: só 10 anos. Estamos vivendo tempos do mundo-cão! Cada vez mais observamos as drogas entrando na vida dos adolescentes e das crianças, mas é descabido imaginar que uma criança possa chefiar uma quadrilha.

Mas será que é exclusividade de São Manuel um caso como esse, ou poderíamos crer que aqui mesmo em Jundiaí e em diversas localidades do Brasil existam casos semelhantes? Talvez não de liderança criminal-infantil, mas de dependência precoce das drogas?

O problema é que não existe uma solução plausível e simplória: se o menino é dependente, interne-o. Mas e no caso do “Poderosinho”? Cadeia? Fundação Casa?

O que assusta mais ainda é que ele é apenas uma criança. O que alguém de 10 anos sabe sobre a vida? Sabe discernir o que é certo ou errado? Deve ter noções, mas 10 anos é muito mais infantilidade do que racionalidade.

E vamos incorrer em outra questão tão séria quanto: o limite da maioridade penal. Quando a pessoa se torna realmente responsável em seus atos, na prática? Sabemos da lei dizer que é 18 anos. Mas vejam por aí jovens de 15 anos de bigode e barba fazendo cada coisa e depois dizem “sou de menor!”

O problema é profundo. Se um jovem de 16 anos pode escolher o Presidente da República, por que alguém de 17 anos não pode responder por seus crimes?

É claro que o menino de 10 anos não pode se encaixar nesse caso. O vício e certamente a não-educação o levaram a isso. É uma criança. Mas insisto na questão: o que fazer com esse garoto?

 

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