– Feliz Dia das Mães

Todo dia deve ser considerado dia das mães. Claro, essa manjada frase quer demonstrar o carinho que devemos ter àquela que nos criou. Sim, considero mãe quem cria, não quem gera, pois “fazer filho” é fácil; criá-los, eis o desafio! Às vezes, a mãe é a avó, ou uma tia, ou o próprio pai. Não importa. O que vale é o amor dado e retribuído não só nesta data, mas durante a vida.
Particularmente, tenho muita dificuldade em falar sobre mãe. Perdi minha querida mãezinha em Maio de 1997, com 42 anos, uma semana depois do Dia das Mães. E a saudade sempre foi grande. Enorme. Insubstituível. Afinal, amor de mãe é singular. É diferente de amor de irmão, de pai, de esposa. Mãe é única. Mãe é um ser tão especial que até mesmo Deus quis ter uma!
Minha mãe foi minha heroína na terra. Hoje, a tenho como uma santa no Céu, me ajudando cada vez mais. Não tenho tristeza pelo seu falecimento, afinal, ela sofreu muito em vida com sua doença, mas a dor do desejo de um abraço impossibilitado pela distância é indescritível.
Não posso me queixar de não ter uma mãe hoje, ao meu lado para ajudar, pois minha querida sogra é minha segunda mãe. De fato, não só de expressão. Ela é mais um anjo que o Senhor pôs na minha vida para me ajudar. Mas é um amor tão grande e ao mesmo tempo diferente. São amores distintos, intensos, ambos com carinho maternal, mas em momentos diversos.
A guerreira mãe que tive mal concluiu a quarta série primária, e ajudou-me a entrar em doutorados, ensinando-me a ler e a escrever, veja só, com a “cartilha da Mimi”. Educou-me para a fé, preparou-me para a vida. Como todo adolescente, dei “algum trabalho” a ela, mas nada grave nem condenável. E entrava na linha rapidamente, pois felizmente a vara de marmelo (que agradeço a Deus por ter existido) não me deixava fugir de alguns caminhos. Um puxão de orelhas não é violência doméstica, mas correção de alguém que ama outro. A amava, e poucas vezes talvez disse isso a ela, embora nunca tenhamos nos separados e ela certamente sabia desse amor.
Como é bom ter mãe… Aos meus dez anos, lembro-me dela e meu pai cuidando do meu avô, que teve câncer por tanto fumar. Maldito cigarro, tirou-me o poeta Manelão, meu vô Pi, meu amigo que ensinava-me a fazer arapucas. Aliás, também perdi meus 2 avôs cedo (meu vô Toninho, incrível, fantástico, alegre, amigo, farreiro…outra grande saudade). Lembro-me também de depois de meu avô, logo em seguida, a corrida aos médicos com minha avó. Outro anjo nesta terra. Câncer em múltiplos órgãos. E minha mãe (sempre junto com meu pai) lutando bravamente pela vida (como é importante viver…). Depois da morte dos avós, o martírio de minha mãe, também com o câncer. Quase 8 anos de luta. Recordo-me como se fosse hoje, meu pai triste por um médico dizer a ele clara e friamente que a mãe deveria ter seis meses de vida, no máximo. A luta foi grande, médicos diferentes, tratamentos diversos, e a batalha para a vida, ou melhor, uma sobrevida. E nunca questionando nada, nenhum “por quê”, somente agradecendo a Deus por poder acordar mais um dia. E a disposição de vencer durou muito mais que seis meses. Em sua última quimioterapia, quando eu tinha 21 anos, o médico me chamou e disse: “Infelizmente, tudo foi feito. Será questão de dias…” Essa frase ainda povoa vez ou outra minha mente, e talvez confidenciando-a, ela me abandone. Mas duro foi vê-la, após a realização da quimio, de cadeira de rodas, a poucos minutos de eu receber tal notícia, sair da ala de oncologia com um sorriso maravilhoso dizer que “hoje tinha sido muito bom, nenhuma reação colateral até então”. Dói. Dói muito saber que tal carinho e alegria durariam pouco tempo.
Uma semana depois do dia das mães de 97, o câncer era de múltiplos órgãos e ocasionava vários problemas, dos cardíacos à trombose. Quanta dor e sofrimento, mas sempre com a alegria no coração e o desejo de viver. Na última tarde, sem poder se mexer pelos medicamentos, mas totalmente consciente, pudemos , tanto eu e meu pai, revezadamente, conversar com ela pela derradeira vez. A maior e mais espetacular experiência que tive, estar frente a frente com o momento de despedida desta terra ao Reino dos Céus. Pude falar tudo a ela, toda a minha vida e meu sentimento. Uma despedida, ou, se Deus quiser, um até logo afetuoso.

Te amo mãe! Do Céu, onde piamente creio que a senhora está, um beijo no coração. E continue intercedendo por mim, pela sua filha Priscila, seu marido Milton, sua nora Andréia, sua netinha Marina e seu futuro genro Augusto…  e a todos enfim!

Feliz dia das mães a todos!

– Adidas vem com tudo para brigar pelo Brasil

Um contrato em branco! Imagine só: a Adidas vem para o Brasil, tenta tirar o patrocínio da Nike para com a Seleção Brasileira, e entrega a folha para a CBF preencher os valores. Quanto o Brasil pedir, a Adidas pagará para vestir a amarelinha na Copa de 2014!

Extraído de: Ribeiro, Marili (OESP, Economia, pg 15, 09/05/2010)

ADIDAS VEM COM TUDO PARA BRIGAR PELO BRASIL

Com investimento em marketing no Brasil 30% acima do que foi aplicado na última Copa do Mundo – a de 2006 na Alemanha, que teve verba recorde por abrigar a sede da companhia -, a Adidas do Brasil indica sua disposição de explorar a maior vitrine do futebol no mundo. A Copa da África do Sul, como reconhece Rodrigo Messias, diretor de marketing da empresa, é um bom ensaio para a “guerra” por espaço que será travada com a arquirrival Nike em 2014.

A perspectiva da Adidas do Brasil é dobrar o tamanho do negócio de produtos voltados à prática de futebol no País ainda este ano. Para essa estratégia de crescimento manter o atual ritmo, será fundamental destacar sua presença no ano em que a disputa global será realizada no Brasil, em 2014.

A cada Copa do Mundo as vendas de produtos relacionados ao futebol aumentam entre 20% e 30%, pelas projeções da companhia. Em 2006, a Adidas faturou 1,2 bilhão só com futebol. Vendeu 15 milhões de bolas e 500 mil uniformes da seleção alemã, que segue sendo uma das 12 que patrocina este ano. Com esses indicadores, fica fácil entender porque os fabricantes de artigos esportivos guerreiam pela atenção de consumidores embalados pelo clima de disputa movida pela bandeira nacional, que ocorre a cada quatro anos.

No caso do Brasil, a Adidas tem ficado atrás da sua maior concorrente na hora de chamar a atenção do grande público. Afinal, a Nike é, desde 1997, a patrocinadora oficial da seleção brasileira. O atual contrato só vai expirar em 2014, depois da esperada Copa no País. O último campeonato mundial no País foi em 1950. Embora o valor do contrato da Nike não seja declarado, é sabido que a empresa americana paga por ano à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) 47 milhões, fora o fornecimento dos materiais para os atletas.

A seleção do Brasil é um ícone global. Assinar seu uniforme não tem preço – dizem os publicitários, plagiando um conhecido slogan do meio -, e a própria Adidas sabe disso. “No mundo, e especialmente na Europa que é o berço da prática futebolística, a marca Adidas é líder, tanto em faturamento de vendas, como em lembrança da marca”, conta Paulo Ziliotto, gerente de marketing da Adidas no Brasil. “Dados da pesquisa NPD Sports Tracking Europe referentes a junho de 2009, mostram que a Adidas tem 34 % do mercado global e 50% de participação de mercado na Alemanha, onde a empresa nasceu.”

A liderança mundial em vendas, entretanto, não garante a visibilidade que gostariam de ter no País de chuteiras. Assim, como os dois executivos reconhecem, a disputa pelo patrocínio da seleção brasileira segue no portfólio de ambições do marketing da companhia. Ziliotto, por seu lado, sabe que 2010 funcionará como um pré-vestibular, ou uma espécie de treinamento avançado para alavancar a briga pela conquista do mercado nacional em 2014. “A campanha de comunicação desta Copa é a maior e mais longa já realizada pela empresa no Brasil”, diz.

Na primeira semana de junho, uma bola gigante, com 15 metros de diâmetro, será instalada no shopping Eldorado, em São Paulo, para promover a Copa da África do Sul. “Vamos oferecer a experiência de assistir a uma partida de futebol em Johannesburgo. Vamos reproduzir o típico colorido africano e o barulho das “vuvuzelas”, que são longas cornetas sopradas sem parar pelas torcidas para animar os jogos”, explica Ziliotto.

A verba investida não é revelada. Cerca de metade se concentrará na internet. A Adidas aposta nesse canal para cativar público apaixonado por futebol com um farto histórico de participação em Copas da empresa. Em 1954, a Alemanha ganhou o torneio com as chuteiras de travas, que revolucionaram o esporte.