Anos atrás, todos aguardavam ansiosos a chegada do Google na China. Como país ditador, algumas restrições foram impostas: a busca de termos como “democracia” ou “direitos humanos” era censurada. E, para fazer negócios, o Google aceitou (esqueça responsabilidade social: negócios, para muitas empresas, são simplesmente negócios).
Agora o Google muda sua base de busca da China para Hong Kong, a fim de evitar censura. Mas é por não concordar com o controle da liberdade de expressão e da ditadura chinesa, ou pelo fato dos hackers oficiais do governo estarem censurando novos termos?
Na China, o Google continuará com serviços que não implicam em busca de termos que possam fazer apologia à liberdade, como o Google Maps, por exemplo.
Extraído de: http://pt.euronews.net/2010/03/23/google-muda-motor-de-busca-da-china-para-hong-kong/
GOOGLE MUDA MOTOR DE BUSCA DA CHINA PARA HONG KONG
A partir de agora as buscas feitas no site da Google China, “google.cn”, passam a ser redireccionadas para o motor de busca de Hong Kong, “google.hk”.
O motor de busca mais popular do mundo provocou a ira dos chineses, aproveitando-se do facto de Hong Kong beneficiar do estatuto de Região Administrativa Especial, não estando sujeito às restrições aplicadas no resto da República Popular.
A medida legal vai permitir aos internautas chineses aceder a páginas até agora “seladas”, como o Facebook, Twitter, YouTube, entre outras.
Um blogger explica como poderia ter sido resolvido este conflito:
“Você pode pedir a qualquer companhia, chinesa ou estrangeira para cumprir a leis nacionais.
Mas as companhias não adivinham o conteúdo dessas leis, que devem ser clarificadas e mais específicas. Se o governo chinês especificar o que é censurado na internet, então penso que é mais fácil para as companhias cumprirem a lei. Por exemplo, porque não podemos falar sobre Hu Jintao na internet, devemos saber que o seu nome juntamente com outros conteúdos é proibido”.
O conflito entre a Google e Pequim intensificou-se em Janeiro, quando a empresa anunciou que deixaria de censurar os resultados das buscas na versão em mandarim.
A decisão foi tomada após vários ciberataques da China a contas do Gmail, pertencentes a vários activistas chineses dos direitos humanos.
