– Panetones bentos e a corrupção do governo do DF

E o governador do DF? Está “pra lá” de enrolado… Já tínhamos até esquecido que o governador Arruda, do DEM-DF, houvera chorado um dia negando manipulação no painel eletrônico do Senado… Lágrimas de crocodilo!

O pior é justificar o dinheiro sujo como doação para a compra de panetones de Natal para crianças pobres. É muita cara-de-pau.

Olha que interessante: uma compilação dos vídeos, bem feita, sobre a recepção do dinheiro e os corruptos – acredite – agradecendo a Deus pela proprina!

Em: http://tvig.ig.com.br/noticias/escandalo-no-df/index.htm

Brasília continua sendo a ilha da fantasia… infelizmente.

– 50 Strippers e 1/2 kg de droga…

Sempre gostei da atuação e dos tipos do ator Robbin Williams (de Uma Babá Quase Perfeita, Patch AdamsO Homem Bicentenário). Mas sua última piada pode ser considerada de mau gosto. Entrevistado no David Letterman Show, famoso Talk Show americano, o ator declarou que Chicago perdeu as Olimpíadas porque Obama enviou Oprah e sua mulher Michelle Obama para o lobby. Já o Rio de Janeiro mandou 50 strippers e 1/2 kg de pó.

Podia ter brincado de outro jeito… Drogas, tô fora!

Veja o vídeo em: http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM1168155-7822-ROBIN+WILLIAMS+IMITA+TOM+CRUISE+NO+SOFA+DE+DAVID+LETTERMAN,00.html

– Sobre Boleiros e Apitadores, Tolerância e Vocação

Cada vez mais vivemos situações de disparates no futebol brasileiro. Nesse ano, tivemos de tudo em todos os campeonatos: partidas arranjadas do Maranhão em esquemas de mala preta à máfia de apostadores na Europa, confusões e polêmicas com árbitros desde os regionais até a definição de Seleções nas Eliminatórias da Copa do Mundo – Zona Europeia.

Não há local, temporalidade ou sazonalidade para a discussão que envolva arbitragem de futebol. Tudo é, sem dúvida, paixão. Paixão em algo profissional, onde os próprios dirigentes se tornam apaixonados torcedores e urram difamando contra adversários e até mesmo partem para o incentivo a agressão.

Esse sentimentalismo misturado ao profissionalismo levam a certos conformismos no imaginário popular e na literatura do futebol. Nesse ano, por diversas vezes, ouvi o ótimo jornalista Wanderley Nogueira, da Rádio Jovem Pan, massificar que “dizer que o juiz roubou, no futebol, tem outra conotação“. Sim, é verdade, embora seja incômoda tal afirmação. Os “roubos” popularmente conhecidos, que nada mais são do que os erros de uma partida de futebol, sem intenção ou previa disposição de prejuízo a outrém, acontecem. Assim como um goleiro falha e acaba tomando os “frangos”, usando da mesma literatura futebolísitca popular. Idem para o centroavante que na cara do gol erra o chute e desperdiça o gol da vitória. E também para o treinador que escala mal ou realiza uma substituição equivocada.

De fato, o futebol é um esporte de erros e acertos, onde a sua condição de “esporte” tem sido substituída por “jogo”. É a relação distinta entre o jogar e o disputar, o “play” x “game”. E isso tem trazido a intolerância em muitos casos.

Voltemos aos erros dos árbitros e jogadores. Quem erra mais? Um  atacante erra mas o torcedor tem esperança que na próxima jogada ele acerte. O árbitro erra e o torcedor eterniza o erro como determinante para a derrota da sua equipe.

Já imaginaram quantas vezes um árbitro e um jogador erram ou acertam numa partida?

Talvez esse seja um desafio interessante: quantas decisões um árbitro toma numa partida de futebol? Foi falta ou não? Foi escanteio ou tiro de meta? É lateral? Para quem? Cartão Amarelo ou Vermelho? Quanto de acréscimos?

Leve em conta o número de decisões a serem tomadas em segundos, sem o auxílio de uma TV, suado, cansado, desconfortavelmente em muitos casos, que um árbitro toma, por exemplo, num lance de falta próximo à área penal:

1- Foi falta; ou o jogador caiu sozinho por força da jogada; ou simulou?

2- Se foi falta, haverá vantagem ou não?

3- Se não vantagem, o lance foi dentro da área ou fora? Se dentro é pênalty, se fora é tiro direto.

4- Se foi falta mesmo, foi por imprudência, ação temerária ou uso de força excessiva?

5- Simplesmente marco a falta, aplico uma advertência verbal, aplico o cartão amarelo ou o cartão vermelho?

6- Ôpa: permito a rápida cobrança ou é prudente mandar esperar o apito para uma eventual formação de barreira?

Cronometre o tempo que você leu essas possibilidades de tomadas de decisões e tente cronometrar numa partida de futebol o tempo real que o árbitro tem para pensar e decidir sobre tudo isso.

Vamos ao comparativo com os jogadores: a preparação física, mental / motivacional e a questão sobre remuneração.

Jogadores de grandes equipes têm à sua disposição: preparador físico, fisiologista, fisioterapeuta, médico, podólogo, nutricionista, psicólogo e palestras motivacionais. Treinam em horários e dias específicos. Hospedam-se em bons hotéis e sempre que possível (de SP a P.Prudente, por exemplo) viajam de avião. Recebem, se time grande, entre R$ 200.000,00 a R$ 300.000,00/ mês. Milhões de brasileiros torcem por eles.

Árbitros que apitam jogos de grandes equipes: preparam-se por conta própria; esforçam-se na contratação de personal trainer e plano de saúde bancado do próprio bolso. Treinam ou de dia, de noite ou no almoço; ou quando puderem! Viajam de carro ou ônibus normalmente na madrugada ou no mesmo dia dos jogos. Recebem, se FIFA, R$ 2.800,00. A família e amigos são sua torcida.

Leve em conta que o árbitro tem sua vida profissional no dia-a-dia paralela ao futebol; para o jogador, a vida profissional e o dia-a-dia são o futebol. Considere ainda a não frequência em escalas, pressões e torcida contrária que o árbitro sofre. Antes dele entrar em campo já é questionado, mesmo se ilustre desconhecido.

Confidencio uma experiência própria: meu pai, apaixonado por futebol, tempos atrás resolveu ir assistir a uma partida da série A2 em que eu estava escalado. Foi por conta própria, comprou seu ingresso na bilheteria, misturou-se na torcida e ali permaneceu, aguardando o início do jogo, como único e legítimo torcedor do árbitro. Imediatamente a entrada do quarteto de arbitragem em campo, um senhor idoso que sentava ao seu lado, acompanhado do netinho, gritava: juiz ladrão, safado, vai morrer… o garotinho, sem papas na língua, emendava: seu fdp, não vai roubar aqui, sem vergonha… e o vovô todo orgulhoso! Meu pai cutucou o velhote e perguntou: o senhor conhece o juiz? E ele: nunca vi na vida… Após o jogo, e depois de muitos xingamentos, novamente meu pai o abordou: o que senhor achou do juiz? E o vovô: apesar de todo juiz ser safado, até que esse foi bem. Com confiança, meu pai disse: ele é meu filho, e tenho certeza que não é ladrão. E a sabedoria do velho: Parabéns ao seu filho, suportar um velho chato como eu que até ensinei meu netinho a xingar o juiz, é para vocacionados.

É esse o termo: vocacionado! O árbitro que ganha 1% do salário de um atacante que divide na área com o zagueiro e que deve em segundos analisar inúmeras hipóteses e marcar ou não o pênalty que decide o campeonato, é, de fato, um abnegado! Apesar de todos os contras, sabe e gosta do que faz. Com a TV contrária a ele, com a torcida e os jogadores o tendo como inimigo (logo ele, que é responsável por defender as regras e o fair play), mesmo assim ama apitar futebol (e tal narrativa acontece à maioria dos árbitros)

Senhores dirigentes, um pouquinho mais de compaixão e tolerânica com os árbitros em 2010. Os papais e as mamães, filhos e filhas dos árbitros agradecerão!