– Cadê nossos Wigan’s?

Na Inglaterra, o Tottenham derrotou o Wigan por 9 X 1. Placar elástico para um jogo da primeira divisão. Tão diverso do normal que os jogadores irão devolver o dinheiro aos torcedores!

Do jeito que muitos times estão fazendo lambanças (incluindo, às vezes, nós, árbitros), tem muita gente que acabará reembolsando o torcedor sobre danos morais! Tem cada jogo que se torna verdadeiramente um atentado contra o esporte.

– Estelionatários desfalcam clientes do MercadoLivre.com

O Jornal da Tarde trouxe impressionante matéria sobre como golpistas estão clonando páginas do site de vendas Mercado Livre e lesando os consumidores.

Cuidado com a autenticidade.

Extraído de: http://txt.jt.com.br/editorias/2009/11/24/ger-1.94.4.20091124.1.1.xml

ESTELIONATÁRIOS DESFALCAM CLIENTES DO “MERCADO LIVRE”

por Camilla Haddad – camilla.haddad@grupoestado.com.br

Os golpistas clonam páginas de vendedores bem cotados, anunciam mercadorias,são pagos e desaparecem. Polícia e site investigam casos

 A Polícia Civil de São Paulo investiga a ação de estelionatários suspeitos de utilizar o site MercadoLivre.com, que faz a intermediação de compra e venda de produtos entre terceiros, para aplicar golpes pela internet. As vítimas, na maioria das vezes, estão interessadas em eletrônicos como notebooks, celulares e MP3. Elas acessam páginas que acreditam ser de ‘vendedores’ de confiança e fazem o depósito bancário. Horas depois da confirmação da compra, o vendedor desaparece e o produto não é entregue. O site também apura as denúncias.Segundo policiais, os golpistas clonam a conta de vendedores que receberam classificações positivas e selos de graduação, sistema criado pelo site para orientar os compradores, levando-se em conta as transações já realizadas pelos vendedores. Nas páginas, são oferecidas mercadorias novas e na caixa, geralmente com o preço um pouco abaixo do das lojas. Até o momento, a 4ª Delegacia de Delitos Cometidos por Meios Eletrônicos do Departamento de Investigação sobre o Crime organizado (Deic) concentra as ocorrências, mas não divulga números. Há inquéritos sobre casos nos 15º DP (Itaim Bibi) e 14º DP (Pinheiros). O Jornal da Tarde recebeu reclamações de 12 vítimas.

Como os falsos vendedores apresentam boa qualificação, o internauta tem a sensação de garantia na compra. Quando é feito o depósito, ocorre a surpresa: não é mais possível entrar em contato com o vendedor. Os telefones não atendem e os e-mails cobrando a entrega são ignorados.

Há casos em que os golpistas estão sendo rastreados pelo MercadoLivre.com. Quando isso acontece, clientes recebem mensagens online do site para não confiar em determinados vendedores. Foi o que ocorreu com o consultor de tecnologia da informação Marcelo Cardoso, de 35 anos, uma das vítimas que enviaram reclamação ao JT. Em outubro deste ano, Cardoso comprou um netbook com uma maleta de brinde. O valor anunciado era R$ 799. Se pago à vista, receberia um desconto de 13,5%. Segundo Cardoso, o valor final foi de R$ 691. Ele depositou a quantia, mais R$ 40 pelo frete. O vendedor do produto, que se identificava como Cleodinei, tinha qualificações positivas. Ao concluir a compra, Cardoso recebeu uma mensagem do MercadoLivre.com com a mensagem: “Demos início a um processo de investigação sobre o usuário Cleodinei. Aconselhamos que não dê continuidade à transação”.

“Eu tentei falar sem sucesso com vendedor e depois vieram mais ou menos seis e-mails do MercadoLivre.com, dizendo para não avançar nas negociações pois o vendedor estaria sob suspeita de fraude e investigação. Só que já era tarde”, contou Cardoso.

Situação semelhante passou o engenheiro Rodrigo Araújo, de 40 anos. Em setembro, ele procurou um celular usado no site. O vendedor escolhido por ele era credenciado e autorizado, segundo as classificações do MercadoLivre.com. No mesmo dia, Araújo comprou um aparelho com cartão de crédito no valor de R$ 700. A compra foi dividida em 12 vezes. “Tive fé que ia receber o aparelho em cinco dias úteis, mas recebi, sim, um e-mail do MercadoLivre.com quatro dias depois, me dizendo que o vendedor estava sob investigação e portanto a negociação estaria paralisada até o fim do processo.” Segundo ele, a compra não foi cancelada pelo cartão.

O delegado Antônio Carlos Menezes Barbosa, da Divisão de investigações sobre Infrações contra o Consumidor, afirma que queixas de compras na internet são constantes. “A vítima pode procurar nossa delegacia. Se for do interior ou da Grande SP, deve ir à delegacia mais próxima de casa.” Segundo ele, o suspeito pode ser acusado de estelionato, com pena de um a cinco anos de detenção, e publicidade enganosa (de três meses a um ano de prisão).

 

DICAS DE SEGURANÇA1 Ao utilizar o site MercadoLivre.com, observe a qualificação do vendedor e a seção de perguntas e respostas do produto. Leia os comentários dos outros usuários

2 Desconfie dos produtos novos com preço muito abaixo da média do mercado. A venda na web permite uma redução de custos, mas não de forma exagerada

3 Tire todas as suas dúvidas sobre o produto no campo de perguntas. Pergunte cor, modelo, tamanho, marca, custo do frete, trocas e devoluções

4 Prefira negociações que aceitem o sitema mercadopago. Por ele, o comprador deposita no mercadopago, mas o dinheiro só é enviado ao vendedor quando o comprador receber o produto, conferir e liberar o pagamento. Pelo mercadopago, o comprador pode usar cartão de crédito, parcelar em várias vezes e o vendedor recebe à vista

5 Se for pagar por meio de depósito bancário, verifique se o nome do vendedor coincide com o nome do titular da conta. Nunca deposite em contas de terceiros

6 Desconfie de depósitos em conta-poupança e em cidades distantes de onde o anúncio informa estar o produto

7 Garanta que o vendedor ofereça mais de um meio de contato (telefone, e-mail, celular) para situações posteriores de trocas e devoluções

8 Navegue pelo site. Comprar ou vender é apenas uma das ferramentas que o MercadoLivre.com disponibiliza. Entre nas comunidades, peça informações, deixe suas perguntas. Participe de fóruns, visite a área de tendências, guias de compra, melhores vendedores, portal de segurança, produtos mais ofertados. Sinta-se seguro na escolha do usuário e do produto comprado

 

Em caso de dúvidas, acesse:

Guia do comprador pelo link: http://www.mercadolivre.com.br/ajuda_compra.html
Portal de segurança: inclui questões sobre como comprar e vender de forma segura, como funciona o sistema de qualificações dos vendedores e como proteger o cadastro. O link é: http://www.mercadolivre.com.br/brasil/ml/p_loadhtml?as_menu=CSEG&as_html_code=CSEG01

Proteção ao comprador:

www.mercadolivre.com.br/brasil/ml/p_loadhtml?as_menu=M08S03&as_html_code=PPC_PROGRAMA

– Pedreiro e Pescador diplomados

Diploma não é bem o nome do documento, mas sim “Certificado de Aptidão” para o exercício da profissão.

Um programa do governo federal visará reconhecer a qualificação dos pedreiros e pescadores, que trabalham sem qualquer atestado.

O trabalho será ingrato: pelo método, pelo número de profissionais e pela validade do programa.

A seguir, detalhes, extraído da Folha de São Paulo, 247/11/2009, pg B7, da Sucursal de Brasília

PEDREIRO E PESCADOR PODERÃO RECEBER CERTIFICADO DE APTIDÃO

Trabalhadores como pedreiros e pescadores que não tiverem formação específica para o seu ofício poderão receber um certificado oficial atestando sua aptidão para exercer a atividade.

Um programa dos ministérios da Educação e do Trabalho prevê que os institutos federais de educação, ciência e tecnologia, que oferecem ensino técnico, avaliem e atestem o aprendizado não formal.

Para isso, o trabalhador teria que ser aprovado por um exame. A partir da portaria que foi publicada ontem no Diário Oficial da União, deverão ser criados parâmetros nacionais de avaliação.

Caso o profissional tenha alguma deficiência em sua formação -se ele for analfabeto, por exemplo-, o governo poderia oferecer a ele cursos complementares antes de entregar o certificado.

O objetivo do programa é validar a experiência anterior do profissional e facilitar a sua contratação.

Como muitas vezes trabalhadores de áreas como a construção civil não têm carteira assinada, eles acabam não tendo como comprovar as suas habilidades e experiências anteriores na hora de procurar emprego.

Programa piloto

Em quatro Estados, a experiência já começou como um programa piloto em convênio com as prefeituras.

São eles Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.

A ideia agora é que, no máximo até o ano que vem, todos os institutos façam a sua adesão ao programa de certificação, afirma Luiz Caldas, diretor de políticas da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação.

Segundo ele, a ideia é que todas as áreas tecnológicas que hoje são ensinadas e pesquisadas pelos institutos federais sejam certificadas.

A princípio, devem ser priorizados os ofícios relacionados à construção civil, à pesca, ao turismo e à área metal mecânica (que envolve conhecimentos de metalurgia e siderurgia).

Futuramente, outras profissões, como a de cozinheiro e costureiro, também deverão ser contempladas.

O processo de certificação será gratuito e não deverá haver limite de vagas.

– A Pedagogia é uma Jabuticaba?

Compartilho interessantíssimo artigo sobre como a educação pode ajudar os mais pobres, publicado na Folha de São Paulo, em 17/08/2009, Pg 3, e reproduzido (com as devidas citações) pelo Jornal da Ciência.

Vale a pena lê-lo!

Extraído de: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=65451

A PEDAGOGIA É UMA JABUTICABA?

A escola pode mudar a vida das populações mais pobres, mas essa é ainda uma realidade de poucos países. Qual o segredo?” POR João Batista Araujo e Oliveira – psicólogo, doutor em educação, é presidente do Instituto Alfa e Beto. Foi secretário-executivo do Ministério da Educação (1995).

A escola pode mudar a trajetória de vida das populações mais pobres. Não se trata de afirmação vazia. A evidência científica demonstra isso. Mas essa é ainda uma realidade de poucos países, notadamente Coreia, Hungria e especialmente Cuba.

Qual o segredo? Nenhum. A pedagogia não pode ser uma jabuticaba brasileira. Basta copiar o que fazem as boas escolas: programas de ensino claros, professores bem formados antes de entrar para o magistério, gestão escolar eficiente e uso de pedagogias adequadas. 

O Brasil recebe, agora em agosto, um expert internacional para discutir com nossos especialistas a importância da pedagogia. Trata-se do professor Martin Carnoy, que, sob o patrocínio da Fundação Lemann, lança aqui o livro “A Vantagem Acadêmica de Cuba”, em que compara a eficácia do ensino naquele país com a ineficácia de Chile e Brasil. 

Também em agosto um ciclo de seminários trará a seis capitais do país renomados especialistas como Clermont Gauthier (Universidade de Laval, Canadá), Roger Beard (Universidade de Londres), José Morais (Universidade de Bruxelas) e Nuno Crato (Academia Portuguesa de Matemática) para debater as pedagogias eficazes. O tema volta à cena e é um convite à reflexão. 

Quem faz diferença, professor ou pedagogia? A resposta: os dois. A pedagogia sozinha não faz nada. O professor sem pedagogia também não. Bom professor é o que usa as pedagogias adequadas. Resta saber quais são essas pedagogias adequadas. 

Nos últimos 30 anos, os tigres asiáticos e os países desenvolvidos descobriram que a qualidade da educação é o seu trunfo na economia global. Isso tem suscitado inúmeros avanços no conhecimento sobre o que funciona em educação. Métodos de pesquisa mais rigorosos têm propiciado conhecimentos cada vez mais consistentes e seguros nesse campo. 

O que não funciona é quase tudo o que se apregoa nas faculdades de educação brasileiras. Os resultados disso são conhecidos. Confundimos pedagogia tradicional com tradição pedagógica e, usando esse pretexto, praticamente abolimos as pedagogias eficazes da sala de aula. 

Mas, afinal, o que funciona? Quais as pedagogias eficazes? O leitor vai se surpreender com a falta de novidades. 

Primeiro, precisamos ter objetivos claros sobre o que ensinar. Antigamente isso se chamava programa de ensino. Nos países desenvolvidos ainda responde por esse nome. 

Segundo, devemos ter metas ambiciosas, estabelecidas por escolas e professores. Nos países da OCDE, mais de 80% dos alunos atingem as metas mínimas ao final do ensino fundamental. 

Terceiro, o ensino deve ser organizado, o professor apresenta a matéria, explica, serve de modelo, dá exemplos, interage com os alunos. Revisões e a avaliação são frequentes -normalmente é semanal, no máximo, mensal. O dever de casa é regular -de todas, essa é a pedagogia mais eficaz. 

O resto são detalhes específicos de determinadas disciplinas. Alguns exemplos: o currículo em espiral, que repete um pouco de tudo a cada ano, pode ser eficaz no ensino da língua, mas é comprovadamente desastroso em matemática: é preciso saber diminuir antes de aprender a dividir, por exemplo. A contextualização excessiva em matemática, que pode servir para motivar, dificulta o processo de transferência de aprendizagem: o ensino mais eficaz é o que leva rapidamente à abstração. 

A superaprendizagem é fundamental -por isso os bons alunos sabem a tabuada de cor e resolvem muitos problemas. 

Em ciências, a aprendizagem sólida dos conceitos e a capacidade de relacioná-los são mais importantes do que usar ou não laboratórios ou atividades práticas. 

Saber fazer perguntas é mais significativo do que conhecer a resposta correta, mas fazer boas perguntas exige capacidade de observar e a orientação sobre o que e como observar. 

Na alfabetização, métodos fônicos são superiores aos demais. Na leitura, é essencial adquirir e desenvolver fluência para poder compreender o que se lê. Dominar a ortografia e a sintaxe libera o cérebro para cuidar do sentido do que se escreve. No ensino da língua, o ensino da gramática no contexto da sintaxe da frase é mais eficaz do que o ensino de regras de aplicação genérica. E por aí vai. 

Nada disso, é claro, funciona sem um professor que conheça o conteúdo, tenha o domínio da turma e a capacidade de ensinar de maneira organizada. Assegurado o conhecimento do conteúdo, o professor é tão bom quanto os métodos pedagógicos que domina. Portanto, o resgate do professor passa, necessariamente, pelo resgate da tradição pedagógica. 

A evidência científica em todas as áreas de ensino é francamente favorável ao modelo instrutivista em contraposição ao modelo construtivista.