– A Prova virou Panfleto

Que a Revista Veja está brigada com o Lula, é sabido. Que Lula usa e abusa bem da mídia, idem. Que o MEC, de repente, poderia fazer propaganda da gestão lulista e sugerir uma ideologia aos estudantes, para mim é assustador.

Digo isso devido a uma questão polêmica do Enade. Veja abaixo e tira suas conclusões:

Extraído de: http://veja.abril.com.br/181109/prova-virou-panfleto-p-082.shtml

O ENADE FAZ PROPAGANDA DO GOVERNO

Era só o que faltava: o exame aplicado pelo MEC nas universidades faz propaganda descarada do governo e ataca a imprensa. Por Bruno Meier:

QUESTÃO:

Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a crise financeira mundial era um tsunami no exterior, mas, no Brasil, seria uma ‘’marolinha’’, vários veículos da mídia criticaram a fala presidencial. Agora é a imprensa internacional que lembra e confirma a previsão de Lula. Considerando a realidade atual da economia, no exterior e no Brasil, é correto afirmar que houve, por parte dos críticos:

A) atitude preconceituosa
B) irresponsabilidade
C) livre exercício da crítica
D) manipulação política da mídia
E) prejulgamento

Resposta: A

É consenso que uma boa prova é aquela capaz de aferir – com isenção e objetividade – o nível de conhecimento do aluno. Por isso mesmo, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), aplicado na semana passada a 1 milhão de universitários no país, é um exemplo de prova ruim. Das dez questões de conhecimentos gerais, comuns a todos os alunos das 23 áreas testadas pelo Ministério da Educação (MEC), quatro são propaganda escancarada do governo federal. A primeira, em seu enunciado, fala sobre o suposto sucesso de uma campanha do Ministério do Meio Ambiente para reduzir o uso de sacolas plásticas. A resposta considerada certa pressupõe que o aluno acredite que o programa está funcionando a pleno vapor. A segunda pergunta o que seria fatal à formação de novos leitores no país. Acertou, de novo, quem marcou a opção favorável ao governo: “A desaceleração da distribuição de livros didáticos pelo MEC”.

Para completar o absurdo, nas demais questões impertinentes, a propaganda e a ideologia se aliaram para atacar a imprensa, uma constante no governo Lula. Numa, o aluno é induzido a pensar que o presidente foi alvo de preconceito e críticas injustas ao dizer que a crise internacional não passava de uma “marolinha”. Na outra, com base num texto estapafúrdio que desqualifica o trabalho dos jornalistas que cobrem a Fórmula 1, o estudante é levado a assinalar que a imprensa é negligente e omissa em relação às “artimanhas” que caracterizariam o esporte. Resume o historiador Marco Antonio Villa: “Trata-se de uma prova obtusa e autoritária. A resposta certa é determinada à revelia da ciência e do bom senso”.

Criado pelo atual governo em 2004, para substituir o antigo Provão, o Enade tem o propósito de medir a qualidade dos cursos superiores no país. Como no ano passado, a prova foi concebida numa parceria entre comissões formadas por professores de cada área testada – a quem o MEC delega a elaboração das diretrizes gerais – e a empresa mineira Consulplan, especializada em concursos públicos, que se encarregou da confecção do exame propriamente dito. A VEJA, um funcionário da Consulplan, que acompanhou de perto o processo, disse, sem meias palavras: “Decidimos incluir questões sobre as ações do governo porque recebemos instruções claras dos profissionais que trabalharam para o MEC”. Não é o que afirmam tais profissionais. “Nas diretrizes que traçamos, não há nenhuma menção à inclusão de perguntas com viés ideológico”, afirma o professor Luis Carlos Bittencourt, do grupo dedicado à área de comunicação social.

Os valentes que usaram o exame para fazer propaganda e disseminar sua ideologia nefasta de ódio à liberdade de informação e opinião agora se escondem no anonimato. Nada mais típico. “Talvez seja preciso repensar o sistema de concepção da prova para o ano que vem”, limita-se a dizer Reynaldo Fernandes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, órgão vinculado ao MEC. Uma sugestão para o Enade de 2010 é incluir a seguinte questão:

Defina o exame de 2009:

a) Peça de propaganda do governo federal;
b) Panfleto anti-imprensa;
c) Teste de péssima qualidade acadêmica;
d) Todas as respostas anteriores.
Alguém tem dúvida sobre a alternativa correta?

Um comentário sobre “– A Prova virou Panfleto

  1. Caro Prof Porcari, é por isso que a situação do país está assim, caótica no ensino! O pouco que os alunos poderiam aprender ou estudar se refere a propaganda explícita do governo!
    Prof Gervásio Lima – SP

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  2. Parabéns por ajudar a divulgar essa imoralidade. Nosso governo pensa que os professores são alienados, querendo nos tornar instrumentos de sua manipulação. É uma pena.

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  3. Tratando-se de Conhecimentos Gerais, o assunto é bem atual e oportuno de prova. Só não concordo com o gabarito “A”. O gabarito oficial deveria ser letra C – Livre exercício da crítica -, para evitar ainda mais tendenciosidade, inclusive dos próprios críticos.

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  4. Ja escrevi vários artigos denunciando a censura na liberdade de expressão dos meios de comunicação. Não me surpreende as covardias praticadas por este grupo que está instalado no poder. É formado por ex-terroristas e mantém um braço armado legalizado, inclusive com verbas públicas para atacar propriedades produtivas. Seu lider maior, assacou com a genialidade de sempre, duas pérolas recentes: Jesus Cristo se aliaria a Judas… A atitude tomada por um partido em formar lideranças no nordeste é prática nazista. Pois bem. Prática nazista é o que este governo vem fazendo com a população do país e com o s meios de informação. Durante o período do nazismo a máquina de propaganda do Hitler dizia que uma mentira contada mil vezes passa a ser verdade. É a prática corrente destre governo – negar fatos, criar factóides, engabelar os pobrs com esmolas – vide a distribuição de 11 milhões de aparelhos celulares, e outras práticas ilusórias, mentirosas que só servem para mantê-los no poder e aplicar com mão de ferro a censura nos meios de comunicação.

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