Infeliz ao extremo a declaração do Governador do Paraná, Roberto Requião – PMDB. Ele disse que os índices de câncer de mama em homens no Brasil deve estar aumentando em decorrência do número de passeatas gays!
Sem graça a brincadeira. É provado que homens também sofrem desse mal. Sou homem, heterossexual, e pelos fatores genéticos da minha família pertenço ao grupo de risco de pessoas que podem desenvolver a doença no futuro. Fui aconselhado a me previnir do câncer de mama desde 1997, pelo Prof Dr Sérgio Daniel Simon, renomado oncologista do Hospital Abert Einstein (um dos “papas” da Oncologia no mundo).
Talvez o governador não deva ter tido a infelicidade de ter pessoas queridas com esse mal na família.
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O CÂNCER DE MAMA EM HOMENS CRESCE NO BRASIL
Pouca gente sabe, mas os homens também desenvolvem o tumor de mama como as mulheres. Embora a incidência da doença ainda seja considerada baixa – equivalente a 1% dos cânceres malignos –, ela vem aumentado a cada ano. Os índices de cura estão diretamente relacionados ao diagnóstico, ou seja, as chances de cura crescem à medida que o tumor é descoberto precocemente. “Quanto antes for diagnosticado, melhor o prognóstico. Pois, como na mulher, os índices de cura para o diagnóstico precoce são de cerca de 80% a 90%, enquanto que, se descoberto tardiamente, este índice cai brutalmente, atingindo apenas 10% a 20% dos casos”, revela o cirurgião oncológico do Hospital e Maternidade São Luiz (São Paulo), Renato Santos.Geralmente, este tipo de câncer acomete o homem de idade mais avançada, sendo mais freqüente na faixa etária de 50, 60 anos de idade. Segundo Santos, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer, órgão ligado ao Ministério da Saúde, é de que surjam cerca de 250 casos novos em todo Brasil, a cada ano, baseado nos números de 2002.
Diferentemente do que acontece com a mulher, que já possui o hábito de realizar o auto-exame, o homem, por desconhecimento deste tipo de doença, não se previne e não realiza este tipo de “acompanhamento”, o que dificulta o diagnóstico, prejudicando conseqüentemente o tratamento e a cura do tumor. “É muito comum o diagnóstico tardio no homem, quando a doença já se encontra evoluída. Para reverter este quadro, é necessário chamar atenção da população masculina para os primeiros indícios da doença e fazer um alerta para que estes homens procurem um oncologista ao notarem qualquer alteração na mama. Isto é fundamental”, alerta o especialista.