– Deus: um Cabo Eleitoral

Intrigante, instigante e impressionante a matéria da Revista CartaCapital de 14/10/2009, páginas 32-37, por Gilberto Nascimento, sobre o título: “Que se cuidem os infiéis – um Deus cabo eleitoral“.

Nela, mostra-se como o eleitorado e os candidatos se relacionam em questões politico-religiosas, as diferentes profissões de fé frente as candidaturas de seus membros e como pode ocorrer virtudes e desvios dessa combinação explosiva. Ainda, a influência da mídia religiosa televisa e até um mal-estar envolvendo Sílvio Santos!

Independente da crença, vale a pena refletir (com todos os cuidados para não se ferir o foro intímo de cada um) sobre o tema:

QUE SE CUIDEM OS INFIÉIS

Um novo coronelismo eletrônico começa a tomar corpo no Brasil. Ele se espelha na velha estratégia de associar o controle dos meios de comunicação ao poder político, à moda de clãs como os Sarney, no Maranhão, e os Magalhães, na Bahia. Com uma diferença: os movimentos têm como pano de fundo a fé religiosa. 

Nunca antes grupos – sejam evangélicos, sejam católicos – acumularam tanta influência na mídia. E nunca trabalharam tão claramente para eleger diretamente deputados, senadores e governadores ou apoiar candidatos identificados com suas ideias e projetos, que incluem a oposição ao aborto e à união homossexual, para citar dois casos no campo dos direitos civis. “O deputado-pastor ou deputado-bispo tem a sua eleição garantida pela hierarquia religiosa que o escolhe, mas tem por função defender todo e qualquer interesse que envolva a sua agremiação religiosa. O seu mandato não é dos eleitores, mas daqueles que o colocam no Parlamento. Ele deve prestar contas somente a quem o indicou”, constata o presbiteriano Leonildo Silveira Campos, professor de pós-graduação em Ciências da Religião na Universidade Metodista. 

“Na Câmara, os representantes das igrejas vão defender os valores considerados legítimos por elas, como o combate ao aborto, e os interesses das corporações religiosas no campo da comunicação”, acrescenta Campos, autor do estudo Evangélicos e Mídia no Brasil – Uma história de acertos e desacertos. 

Igrejas evangélicas como a Universal do Reino de Deus, Internacional da Graça, Mundial do Poder de Deus e Assembleia de Deus e os movimentos ligados à Renovação Carismática (a versão católica do pentecostalismo) aumentam a cada dia a sua presença na mídia. Entre os carismáticos, o grupo que mais cresce é o da Canção Nova, fundada em 1978, em Cachoeira Paulista (SP), no Vale do Paraíba. 

Com o controle dos meios de comunicação para expor suas ideias, os grupos religiosos se fortalecem politicamente. Fazem o seu proselitismo, combatem ideias contrárias aos seus interesses e expõem maciçamente a imagem dos religiosos que, no futuro, podem se tornar líderes políticos.

A tendência, avalia o pesquisador Antônio Flávio Pierucci, professor do Departamento de Sociologia da USP dedicado aos estudos da religião, é o Congresso tornar-se mais conservador, principalmente em temas ligados aos direitos civis. “Há um risco para a sociedade de termos cada vez mais, na Câmara dos Deputados, políticos defendendo teses conservadoras. Eles estão lá para impedir a modernização cultural. Vão barrar propostas sobre aborto, união civil de homossexuais e outros temas morais. Questões como os direitos reprodutivos da mulher são combatidos pela bancada evangélica, com a ajuda da católica. Haverá um grande atraso para o País”, acredita Pierucci. 

Já o avanço de cultos no controle da mídia provoca reações do velho oligopólio dos meios de comunicação e não mais só da Rede Globo. Em sua estratégia de crescimento, as igrejas pentecostais elegeram como alvo as emissoras regionais e passaram a comprar canais afiliados às grandes redes. O SBT, a emissora que mais perdeu espaço para os evangélicos, decidiu agora declarar guerra a esses grupos. 

Não se trata exatamente de um movimento para levar os fãs de Silvio Santos às ruas contra a liberdade religiosa. Mas o canal do homem-sorriso quer impedir que bispos e pastores continuem arrendando canais de tevê ou comprando espaços na programação. Em dificuldades para bancar o custo da transmissão dos programas das redes nacionais, as emissoras locais passaram a receber ofertas vantajosas das igrejas. 

A tevê “mais feliz do Brasil” (esse é o slogan do SBT) tem motivos de sobra para ficar triste. De 1995 para cá, o canal de Silvio Santos perdeu treze de suas emissoras afiliadas apenas para a Record, controlada pela Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo. 

Somente em 2009, outras cinco emissoras abandonaram o dono do Baú da Felicidade para passar a veicular os cultos e pregações do apóstolo Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus. De uma hora a outra, Silvio Santos ficou sem as tevês Alagoas, de Maceió, e Cidade Verde, de Cuiabá, Sapezal, Rondonópolis e Tangará da Serra, de Mato Grosso. 

No ano passado, o SBT perdeu para a Record quatro emissoras da Rede Santa Catarina (a de Florianópolis, a de Blumenau, a de Chapecó e a de Joinville). A RedeTV! é outra vítima. No dia 29 de setembro, ficou sem a TV Piauí (canal 19), de Teresina, que migrou para o grupo do apóstolo Santiago.

Dissidente da Universal, o apóstolo da Mundial é um novo fenômeno do pentecostalismo. Como Macedo, promete curas milagrosas e atrai multidões em seus cultos. Sua igreja ocupa atualmente 22 horas da programação diária de emissoras como o Canal 21, da Rede Bandeirantes. Valdemiro desbancou a PlayTV, da Gamecorp, empresa de jogos para celular e tevê que tem como sócio Fábio Luís Lula da Silva, o filho do presidente Lula, e era a responsável pela grade do Canal 21 até 2008. Pelo espaço na programação, a Mundial paga 3 milhões de reais, segundo seus dirigentes. Mas há quem garanta que o valor é maior.
A Band produz apenas um telejornal de duas horas e o restante da programação é completada com os cultos da Mundial. Na TV Alagoas e na TV Piauí, essa prática deve se repetir. Santiago ainda arrenda ou compra horários em outras catorze emissoras, entre elas a RedeTV!, a CNT e a Boas Novas (da Assembleia de Deus).
Para tentar frear o ímpeto dos evangélicos, o diretor de rede do SBT, Guilherme Stoliar, foi a Brasília pedir apoio ao ministro das Comunicações, Hélio Costa. O executivo da emissora considera ilegal o arrendamento de canais. Ele se baseia no Decreto 8.806, de 1983, que determina que as tevês não podem vender mais do que 25% de seus espaços.

A Record aluga hoje cinco horas diárias – 21% do seu espaço – apenas para a Universal. A igreja compra por valores majorados o horário das madrugadas, de baixíssima audiência. Segundo informações divulgadas pela imprensa, o valor teria chegado a 400 milhões de reais no ano passado. A Record diz que não divulga o total pago. Mas a própria Universal chegou a oferecer à TV Globo, em agosto, 545 milhões de reais por horários na grade da concorrente. A Globo nem sequer respondeu. Em 2007, já teria recusado proposta semelhante. 

Ao controlar a programação quase completa de várias emissoras, a Mundial estaria em situação irregular. “Não é legal e traz prejuízos para a radiodifusão e para a sociedade o arrendamento de programação parcial ou integral. A empresa que recebe uma concessão, dada pelo Executivo e homologada pelo Legislativo, não tem o direito de arrendar a terceiros”, defende Stoliar. A Mundial rebate. Diz que as igrejas têm o direito de divulgar suas mensagens e o acordo feito com as emissoras resulta num “contrato de gestão de conteúdo”.
Segundo Stoliar, a prática do arrendamento nas tevês tem aumentado. Ele diz, porém, não saber se a perda de suas emissoras deve-se unicamente ao dinheiro. “Não podemos afirmar, pois não temos como provar. Existem informações de que algumas foram compradas e outras alugadas por valores expressivos. Em nenhum dos casos fomos procurados por nossas afiliadas para uma negociação. Simplesmente fomos informados”, protesta.

Em contrapartida, representantes da Mundial lembram que o próprio dirigente do SBT é dono da TV Alphaville, de São Paulo, e transmite nessa emissora programas de religiosos, inclusive do apóstolo Santiago. “Na televisão fechada não existe nenhum impedimento legal de se vender programação a terceiros. A tevê a cabo é essencialmente uma distribuidora de conteúdos de terceiros. As leis para a cabo e para a radiodifusão são distintas”, defende-se Stoliar. 

O executivo não revelou o teor de sua conversa com Hélio Costa. O Ministério das Comunicações informou, por meio de sua assessoria, que só se posiciona nesse tipo de caso quando provocado por uma denúncia formal. O dirigente do SBT, entretanto, não teria feito uma representação. Por outro lado, o ministério abriu processo contra a Record por ter transformado sua retransmissora de Campinas em geradora.
O novo inimigo da rede de Silvio Santos, Santiago, repete hoje Edir Macedo. O apóstolo ergue diariamente novos templos no Brasil e no exterior. Seus seguidores dizem que o número de igrejas no País pulou de 487, em 2008, para 1.600 neste ano. O crescimento é de 328,5%. 

Em Moçambique, a Mundial conta com 30 templos. Na Argentina, 12. A Igreja está instalada ainda nos Estados Unidos, no Japão, em Portugal, no Uruguai e em Angola. Sua programação religiosa vai para toda a África e Europa por meio de um satélite. Uma produtora se encarrega de fazer a tradução simultânea, ao estilo dos programas dos tele-evangelistas americanos, como Rex Humbard, Billy Graham e Jimmy Swaggart, famosos nos anos 1980. 

A sede das igrejas pelo seu próprio veículo de comunicação, segundo Leo-nildo Campos, é resultado da competitividade no campo religioso do País, a partir dos anos 1980. “É preciso atrair mais fiéis. A mídia, numa sociedade urbana e de massas, é o único meio para anunciar a sua mensagem. Porém, como outros estão nessa competição acirrada, torna-se necessário vencer a concorrência por meio de uma decisão religiosa. Essa decisão pode ser estimulada por uma propaganda religiosa apropriada e daí vem a importância do veículo de comunicação”, detecta o professor. “O religioso, então, supera o seu púlpito e torna-se um pregador das multidões.” 

Outra razão para o crescimento das novas igrejas na mídia é o fato de terem um caixa único, observa Campos. “Se alguém faz uma doação para a Universal no Acre, no dia seguinte está na conta. Isso possibilita à igreja ter uma quantidade de dinheiro suficiente para participar de um leilão ou de uma disputa em melhor condição”, avalia o estudioso. “A Universal pode ter 10 milhões de reais na conta. Não precisa dividir com paróquias ou bispos. Essa foi a grande sacada do Edir Macedo: ter dinheiro na mão para fazer negócio.” 

As igrejas buscam os veículos de comunicação e o poder político também para tentar superar as concorrentes. “Eles vão se comer uns aos outros. Há ataques violentíssimos feitos por integrantes da Mundial à Universal. A igreja de Edir Macedo cresceu, ficou muito forte e a sua trajetória é imitável. O Valdemiro quer chegar aonde o Macedo chegou. Por isso, ele peita o Macedo”, diz Pierucci. 

A Rede Record, que diz ter a Universal apenas como uma “cliente”, reúne hoje 30 emissoras no País (cinco próprias e 25 afiliadas) e 747 retransmissoras, segundo o Ministério das Comunicações. A Record afirma ter 105 emissoras (entre próprias e afiliadas). Conta ainda com a Record News, a Rede Família e a Record Internacional (Estados Unidos, Canadá, Japão, Europa e África). A Igreja Internacional da Graça, do missionário R.R. Soares – fundador da Universal, ao lado de Macedo – montou a Rede Internacional de Televisão (RIT), com oito emissoras próprias. Já chegou a Portugal e aos Estados Unidos. 

Os católicos também continuam a construir o seu império de comunicação. Mas, por contarem com a simpatia dos meios de comunicação dominantes e de setores influentes da sociedade, raramente são criticados por isso. Em março, o Ministério das Comunicações concedeu quatro retransmissoras para a Rede Vida: em Joinville (SC), São Roque (SP), Oiapoque (AP) e Pedra Branca do Amapari (AP). A rede já contabiliza 472 transmissoras. 

Reconhecida em 2008 como uma nova comunidade da Igreja Católica, a Canção Nova cresce a passos largos. Já possui duas emissoras de tevê e 272 retransmissoras, além de uma rede de rádio. Conta com tevê e rádio em Portugal e casas de formação em Israel, França, Itália, Portugal, Inglaterra, Estados Unidos e África. O site da Canção Nova é uma das páginas religiosas mais acessadas no mundo. Tem 7 milhões de acessos ao mês e reveza-se na liderança com o portal do Vaticano, segundo os dirigentes do movimento.

Para o pesquisador Pierucci, grupos católicos, como a Canção Nova, querem trilhar o mesmo caminho que os evangélicos, mas não conseguirão êxito. “A estrutura é muito diferente. Na Igreja Católica, sempre há alguém acima mandando mais que o padre. Entre os evangélicos, se há algum problema o pastor sai e funda outra igreja. Os católicos não têm como fazê-lo”, analisa. 

Como acontece entre os laicos, a expansão do controle midiático implica imediatamente aumento do poder político. Católicos e evangélicos trabalham com uma intensidade inédita para aumentar sua representação política em 2010. A Canção Nova vai lançar candidatos à Câmara dos Deputados e às assembleias de todos os estados. Para o Senado, já tem ao menos três nomes de políticos ligados ao movimento: o vereador Gabriel Chalita (PSB), em São Paulo; o deputado estadual Eros Biondini (PTB), em Minas Gerais; e Marcio Pacheco (PSC), no Rio de Janeiro. 

Integrante da Canção Nova, a atriz Myriam Rios vai atrás de votos dos cariocas. Concorrerá a uma vaga de deputada estadual pelo PDT. Outros políticos ligados à Renovação Carismática devem disputar a reeleição, como os deputados Alexandre Molon (PT), na Assembleia do Rio, e Miguel Martini (PHS-MG) e Odair Cunha (PT-MG), na Câmara. “Nós não podemos substituir o partido em relação ao movimento nem o movimento pode se tornar um partido”, ressalta, sem muita clareza, o mineiro Cunha. 

A Mundial segue na mesma linha. Nas últimas eleições, a igreja elegeu um vereador em São Paulo, José Olímpio (PP). No ano que vem, pretende lançar candidatos a deputado federal em todas as capitais do País. Deve ainda dar apoio a políticos como Marconi Perillo (PSDB) e Jaques Vagner (PT), candidatos ao governo em Goiás e na Bahia, respectivamente, e ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que disputa a reeleição.
O candidato a deputado mais conhecido da Mundial é o pastor Ronaldo Didini (PSC), ex-Universal e ex-Internacional da Graça. Didini assume que sua principal bandeira é o combate ao casamento de gays. O pastor também promete propor na Câmara mecanismos para controlar o que “pode sair e entrar nas igrejas e o que deve ou não ser tributado”.

Para puxar votos, a Universal do Reino de Deus pensa em lançar a deputado federal em São Paulo o bispo e atual senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), segundo comentários nos meios religiosos. Procurada, a igreja não falou sobre o assunto. Outros deputados ligados à Universal devem concorrer à reeleição, entre eles o bispo Antonio Bulhões (PMDB-SP). A Internacional da Graça e a Renascer devem repetir as candidaturas de Jorge Tadeu Mudalen (PMDB-SP) e do Bispo Gê (DEM-SP), respectivamente. 

Nesse emaranhado de siglas e crenças, pouca coisa une os grupos religiosos. Um partido, porém, reúne religiosos de grupos distintos. O Partido Social Cristão (PSC), vai lançar candidatos como o católico Márcio Pacheco, Ronaldo Didini, da Mundial, e o ex-deputado e pastor Gilberto Nascimento, da Assembleia de Deus.
Na eleição de 2006, as bancadas da Universal e da Assembleia de Deus tiveram significativa redução por causa do envolvimento de seus parlamentares com os escândalos dos sanguessugas e de caixa 2 (conhecido como mensalão). A bancada da Universal caiu de 18 para 6 deputados e a da Assembleia de Deus, de 22 para 9. Os candidatos da Assembleia receberam 200 mil votos a menos do que em 2002. E de uma eleição para a outra a Universal teve a votação de seus representantes reduzida de 1,6 milhão de votos para 573 mil. Sinal, aliás, de que a fé religiosa não gera políticos mais éticos. O objetivo de ambas é recuperar o terreno perdido. Para tanto, contam com os púlpitos midiáticos.

– Roque Santeiro, o filme!

Na minha adolescência, um marco foi a novela “Roque Santeiro”. Minha geração viu pela primeira vez falarem abertamente de política e de questões antes proibidas através desse sucesso na TV. E nem adianta falar que o cara não gostava de novelas, pois o Brasil inteiro assistiu a Roque Santeiro. Foi a maior audiência de todos os tempos!

Agora, o folhetim virará um filme, com elenco consagrado. E atacará o governo Lula, a política atual e vários outros temas.

Em duas horas vai dar? Olha só:

Extraído de: http://br.noticias.yahoo.com/s/16102009/25/entretenimento-sucesso-na-tv-roque-santeiro.html

Sucesso na TV, ‘Roque Santeiro’ vai virar filme em 2010

O trio viúva Porcina, Roque Santeiro e Sinhozinho Malta se prepara para voltar. Depois de ganhar o País em forma de novela de Dias Gomes, em 1986, o autor Aguinaldo Silva, que colaborava com Gomes no passado, irá recontar a história, desta vez, para o cinema. O filme será lançado em 2010, ano de eleição, e o assunto política será explorado com críticas ao governo. A história de Aguinaldo, atualizada, trará famílias acomodadas que usufruem de um auxílio semelhante ao Bolsa Família, uma bandeira do governo Lula.

José Wilker, que fazia Roque Santeiro, e Regina Duarte, a viúva Porcina, serão substituídos respectivamente por Lázaro Ramos e Fernanda Torres. O galã Antônio Fagundes vai herdar as pulseiras de Sinhozinho Malta, antes vivido por Lima Duarte.

A novela se tornou um dos maiores sucessos de audiência da TV nos anos 80. “Chegávamos a dar picos de 81 pontos de Ibope (hoje, uma novela de muito sucesso não passa de 50 de média). As pessoas torciam pelo Roque Santeiro e se divertiam com a Porcina”, lembra o diretor Marcos Paulo.

Na novela, Roque Santeiro, recém-casado com Porcina, foi dado como morto após defender dois homens da cidade de Asa Branca do bandido da Navalhada. Diante da atitude altruísta, Roque virou santo aos olhos da população. Comerciantes vendiam produtos com a imagem do herói. Mas após 20 anos, Roque Santeiro retorna à cidade para azar de Sinhozinho Malta, novo companheiro de Porcina, mulher que o herói deixou ‘viúva’ em Asa Branca.

Aguinaldo Silva escreve as primeiras páginas do roteiro, mas já tem certeza do que vai mudar. Sem ter mais de dividir o texto com outro autor, diz o que quer fazer: “Dessa vez, ninguém me segura. O Roque não irá voltar a Asa Branca só pela Porcina, eu farei críticas ao Brasil atual. O Lázaro vai revolucionar.” O cenário nordestino será o mesmo. Juazeiro do Norte está entre as cidades cotadas para virar Asa Branca.

O elenco ainda não está todo fechado, mas atores que fizeram parte da novela na TV torcem para serem chamados. “Eu sirvo até cafezinho”, diz Lucinha Lins que despontou no folhetim como Mocinha Abelha, uma viúva virgem. “Eu também gostaria. Mas só o fato do Lázaro Ramos representar nós negros me deixa feliz. É a quebra de um paradigma”, diz Milton Gonçalves, que esteve na trama em 1986. As informações são do Jornal da Tarde.

– Pitacos da F1 no Brasil

A Batavo gostou de ver o Rubinho com a camisa do Corinthians e resolveu bancar o capacete do brasileiro nesta corrida. Itaipava, patrocínio na escuderia. Mapfre, idem.

Para o mercado, uma prova sensacional pelas oportunidades de negócios e divulgação de marcas. Esportivamente, estou pessimista, embora gosto e torço pelo Rubinho. Racionalmente, acho que é difícil Rubinho tirar 5 pontos sobre Button. Mas falando irracionalmente… também acho que Button leva o Mundial aqui!

Apenas palpite. Tudo pode acontecer, lógico.

Para o ano que vem, um detalhe interessante: já que as equipes terão um “congelamento no desenvolvimento de motores”, os pequenos detalhes serão o diferencial para os carros se tornarem mais competitivos. E nessa, a Petrobras está com os olhos bem abertos, principalmente para as novas escuderias. A boa ou excepcional qualidade da gasolina pode ser importantíssima e decisiva determinante para qualquer equipe ser campeã. Nesse esporte (se é que a F1 é esporte), tudo é negócio!

– Parque Ibirapuera Michael Jackson e Sala São Paulo Michael Jackson

Você se assustou com esses novos nomes de pontos turístico-culturais marcantes de São Paulo? É bom respirar fundo… O vereador paulistano Agnaldo Timóteo (que já foi vereador pelo Rio de Janeiro, e que hoje comemora 73 anos – bom cantor, daqueles que precisava ter voz para fazer sucesso), propôs um novo nome ao Parque do Ibirapuera e à Sala São Paulo. Não é mudança de nome, é acréscimo de nome! o Parque não se chamará Parque Michael Jackson, mas Parque Ibirapuera Michael Jackson. Para a Sala São Paulo, idem.

Cá entre nós: o que Michael Jackson tem a ver com o Ibirapuera? E o que Timóteo quer com homenagens tão esdrúxulas? Que tal trabalhar por coisas úteis?

– A Paradinha e a Paradona

Nesta semana, a Revista Veja trouxe mais uma vez o assunto “paradinha” no futebol. O assunto já foi cansativamente debatido aqui. Não vejo nada contra, pois a regra de jogo permite várias saídas ao goleiro. Basta aprendê-las…

Abaixo, matéria da Revista Veja e minha carta à Redação com opinião pessoal:

Extraído de: http://veja.abril.com.br/141009/goleiros-estao-maior-torcida-p-118.shtml

Pênalti: Fifa quer o fim da Paradinha

O pênalti é um momento decisivo do futebol. “Coisa tão séria que deveria ser batido pelo presidente do clube”, na frase atribuída ao lendário Neném Prancha, “filósofo da bola” e roupeiro do Botafogo. Em meio segundo – tempo médio que a bola leva para percorrer os 11 metros que a separam da linha do gol -, pode-se definir o resultado de uma disputa de 90 minutos. Para o cobrador do pênalti, as chances de gol são, em teoria, de 50%. Ou ele acerta, ou o goleiro pega. A tensão sobre o jogador é enorme. Tudo pode influir: o cansaço, o nervosismo, o vento, as irregularidades do campo, o modo como o pé bate na bola. Se chutar para fora, o jogador pode sair do campo sob vaia. “No momento de cobrar o pênalti, as pernas tremem, o gol diminui e o goleiro cresce”, disse Pelé em 1989, já na sua fase de comentarista esportivo. Na prática, mostram as estatísticas, o goleiro está em nítida desvantagem. O gol é grande demais para ser inteiramente defendido. O goleiro deve permanecer na linha do gol, entre as traves, olhando para o batedor até que a bola seja chutada. Ele só tem tempo para uma manobra. Se pular para um lado e o atacante chutar do outro, não tem como impedir o gol. O resultado: quatro de cada cinco cobranças de pênalti terminam sacudindo as redes (veja os estudos e estatísticas sobre pênaltis nos quadros destas páginas).

Por causa das chances escassas dadas ao goleiro, a regra da penalidade máxima pode ser revista. Na semana que vem, o International Board, o colegiado responsável pelas regras do futebol, se reúne em Zurique, na Suíça. Na pauta está o destino da paradinha, tática de cobrança cuja invenção é creditada a Pelé. Em termos gerais, trata-se do seguinte: o jogador corre para a bola, mas não a chuta de imediato. Espera o goleiro jogar-se para um lado e, só então, mira no lado oposto. A chance de defesa é zero. Por isso, Joseph Blatter, presidente da Fifa, quer que esse recurso seja banido. Na opinião dele, “a paradinha é irregular. É uma forma de o jogador ludibriar o goleiro. Isso tem de ter punição”. O cartola suíço propõe que a paradinha seja punida com o cartão amarelo e, no caso de reincidência, com o vermelho. Se depender de Blatter, a nova regra começará a vigorar nas competições do ano que vem.

A rejeição à paradinha é quase unânime entre goleiros e juízes. Atacantes costumam ficar em cima do muro, mas até entre eles há insatisfeitos. “A bola está parada. É só ficar tranquilo que a possibilidade de errar um pênalti é mínima”, disse a VEJA o atacante Djalma Feitosa Dias, o Djalminha, que só errou dois pênaltis em quinze anos de carreira no Brasil, na Espanha e em outros países. “Se, além de todas as vantagens, o batedor usar a paradinha, aí já é covardia”, completa. Pelé não pode ser responsabilizado pela farra atual. Em seu tempo de jogador, ao ouvir o apito do juiz autorizando a cobrança, o rei corria com velocidade, mas desacelerava ao se aproximar da bola, para só então chutá-la. Um curto-circuito de confusão atingia a mente do goleiro, fazendo que pulasse com atraso. O que se está vendo atualmente nos campos de futebol de todo o mundo é uma versão em que o jogador para inteiramente. Um exemplo do excesso foi dado pelo atacante Maicosuel num jogo entre Botafogo e Fluminense, em março. O pé do então botafoguense passou por cima da bola, voltou e chutou. “A meta do jogador não deve ser eliminar qualquer chance do adversário, e sim superá-lo, assim como fazia Pelé”, diz o físico Ronald Ranvaud, do Laboratório de Fisiologia do Comportamento da Universidade de São Paulo (USP). O trabalho árduo, caso a proibição vingue, será encontrar uma fórmula efetiva para distinguir a paradinha leal da desleal. Os goleiros estão na maior torcida.

A/C Diretor de Redação
Seção: LeitorA respeito da matéria “Os goleiros estão na maior torcida”, pg 118 (Copa), em relação a “Paradinha no Pênalty”

Interessante matéria publicada pela Veja sobre a paradinha nas cobranças de pênalty. Mas a estimada revista esquece-se de algo relevante: a permissão da regra para efetuar a chamada “paradinha”. Em Diretrizes das Regras do Jogo 2009/2010 FIFA, há o texto em que diz: “é permitido aos batedores realizarem fintas na hora da execução do tiro penal“. A dita paradinha é um dessas fintas, aceitas pela regra. Desde o ano passado, a CA-CBF procurou alertar aos árbitros de que o mesmo texto fala sobre “cuidados com a finta excessiva“, que é o que chamamos de “paradona”: ou seja, quando o jogador corre, pára, e depois chuta a bola (vide a cobrança de tiro penal do atleta Fred no jogo do último sábado entre Santo André X Fluminense). Esta sim é proibida!
Se os goleiros acham a paradinha excessiva, que busquem recursos dentro da regra do jogo para dificultar a vida dos cobradores! Por exemplo: a mesma regra permite que o goleiro possa ficar se mexendo lateralmente embaixo das traves, atrapalhando a cobrança, desde que não avance ou recue sobre a linha de meta. Já imaginou se na hora de bater o pênalty o goleiro resolve ficar encostado em uma das traves? O que faria o batedor? Chutava no canto aberto, mesmo sabendo que o goleiro acertaria o canto, ou arriscaria no contrapé do goleiro, já que ali ele poderia ficar?
Para isso, faltam 2 coisas: coragem para arriscar tal posicionamento e estudar a regra do jogo.
Atenciosamente,
Rafael Porcari
Jundiaí-SP
Árbitro de Futebol
rafaelporcari@terra.com.br
professorrafaelporcari.blog.terra.com.br

 

– Fórum Diocesano sobre a Campanha da Fraternidade

Amigos, foi realizado o Fórum Diocesano sobre a Campanha da Fraternidade 2009, aproveitando o gancho para a de 2010: Fraternidade e a Economia Solidária! Campanha que deverá ser ecumênica na esfera diocesana, com participação de vários segmentos da sociedade. Enviado pelo jornalista Reinaldo Oliveira:

REALIZADO O FÓRUM DIOCESANO SOBRE A CAMPANHA DA FRATERNIDADE

por Reinaldo Oliveira

O auditório da Cúria sediou dia 15 passado, o Fórum Diocesano sobre a Campanha da Fraternidade 2009, cujo tema foi “Fraternidade e Segurança Pública”. De acordo com uma das organizadoras do Fórum, Maria Rosangela Moretti Serra, o objetivo do Forum foi para uma reflexão sobre o que foi levantado nos fóruns realizados nas 11 cidades da Diocese. Durante o evento, representantes das cidades de Campo Limpo Paulista, Pirapora do Bom Jesus, Salto, bem como de paróquias de Jundiaí, expuseram as várias ações desenvolvidas que possibilitaram ações de prevenção contra a violência. E outras que estão sendo colocadas em prática, mas que demandam mais tempo, como a da cidade de Salto, que realizará um Fórum Municipal, envolvendo todos os segmentos da sociedade, nos dias 29 e 30 próximos. Um ponto bastante positivo foi de que sendo uma campanha ecumênica, fiéis evangélicos também participaram do Fórum. No final foi escolhida uma proposta apresentada a nível diocesano, fortalecendo as parcerias. Vale lembrar que para a Campanha da Fraternidade de 2010, o tema será “Economia Solidária”.