– Quando ser Cidadão é ser Diferente

Olha só como os tempos são de outros valores: antigamente, ser honesto era obrigação; hoje, ser honesto é diferençal.

Quando você acha algo que não é seu, é dever devolver ao dono. Mas não tem sido isso que acontece com muitos, infelizmente… É por isso que tais notícias como as postadas abaixo chamam a atenção:

Extraído de: http://www.portaljj.com.br/interna.asp?Int_IDSecao=1&int_id=91417

FLANELINHA ACHA E DEVOLVE NOTEBOOK

A última sexta-feira seria mais um dia de trabalho normal para o aposentado  José Lisboa Silva, que há 7 anos é guardador de carros em frente à Câmara Municipal. Mas, antes de ir embora para a sua casa no Botujuru, em Campo Limpo Paulista, ´seu Lisboa´, como é conhecido pelos amigos, encontrou uma maleta em cima do muro da Pinacoteca de Jundiaí. Abriu e viu um notebook (computador portátil), com nota fiscal no valor de R$ 2.090. “Como não havia mais ninguém e o prédio estava fechado, levei pra casa com a intenção de trazer na segunda-feira para ver se alguém procurava”, comenta Lisboa.Deu certo. Ontem de manhã, o guardador chegou para trabalhar às 7h30. “Sempre venho de ônibus para Jundiaí, mas hoje (ontem) vim com meu Fusca ano 72 para proteger bem o notebook. Daí, às 7h50, apareceu o sr. Pedro procurando pelo computador.”

Pedro Rinco é psicólogo e amigo do proprietário do notebook, o profissional de RH Moracir Lopes, que mora em São Paulo. Na última sexta-feira, eles estavam com um grupo para um trabalho na Pinacoteca e saíram com várias maletas. Porém, uma delas foi deixada sobre o muro. “Só percebemos a falta do notebook quando chegamos a um outro local em Jundiaí. Voltamos à Pinacoteca, mas já estava tudo fechado e não havia mais ninguém por ali”, salienta Pedro Rinco, que é sócio-proprietário de uma agência de emprego na cidade. 

Lisboa afirma que ficou aliviado ao devolver o aparelho. “Fiquei preocupado no fim de semana, porque o dono devia estar procurando ou sentindo falta do notebook. Mesmo assim, guardei segredo e não contei nada para a minha família. Eu não tenho computador em casa e nem pensei em ficar com ele. Acho que a gente tem de dar exemplo. Já perdi várias coisas de valor, mas nunca mais encontrei”, afirma Lisboa, que é casado pela segunda vez, pai de seis filhos e com uma aposentadoria de R$ 600.
Já no ´bico´ de guardador de veículos, ele chega a ganhar cerca de R$ 100 a R$ 150 por semana.  “Foi um gesto maravilhoso do sr. Lisboa, uma prática de cidadania e honestidade espetacular. A gente não estava tão preocupado com o valor do notebook, mas sim com o valor das informações que continha”, frisa Pedro Rinco.

Além do agradecimento de Pedro e de Moracir, o guardador de carros também recebeu uma recompensa pelo gesto de honestidade: uma gratificação de R$ 100. “É equivalente a uma semana de trabalho”, comentou o aposentado, contente.

 

POR PAULA MESTRINEL

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