– Fordlândia nas Prateleiras das Livrarias

A incrível jornada de Henry Ford em construir uma cidade no meio da Amazônia, no início do século passado, virou um interessante livro. Detalhe: a sirene da fábrica toca até hoje, na cidade abandonada…

Extraído de: http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0947/economia/cidade-perdida-ford-nao-detroit-482571.html

A cidade perdida da Ford (e não é Detroit)

Livro mostra a excêntrica e malfadada aventura do empresário Henry Ford na selva Amazônica no início do século passado.

Por João Werner Grando

Na cidade erguida por um dos expoentes da indústria automobilística do século 20, não se vê hoje um único operário. Ruas e ferrovias estão abandonadas, engolidas pelo mato. A vegetação também toma conta das casas que um dia abrigaram famílias de operários. Nas janelas da serraria, os vidros quebrados denunciam que há muito ninguém trabalha por lá. Na torre de 50 metros de altura que sustenta a caixa-d’água, o tempo já apagou a pintura branca em letra cursiva que identificava a companhia que criou aquela cidade – Ford.

A descrição acima não é uma obra de ficção, inspirada num futuro apocalíptico de Detroit – a cidade que foi o berço da indústria automotiva americana e hoje vive uma fase aguda de declínio. Trata-se da realidade presente de Fordlândia, um povoado erguido a mando de Henry Ford na Amazônia no fim dos anos 20 e cuja breve trajetória está narrada no recém-lançado livro Fordlandia: The Rise and Fall of Henry Ford’s Forgotten Jungle City (“Fordlândia: a construção e a queda da cidade de Henry Ford esquecida na selva”), do historiador Greg Grandin, da Universidade Yale.

Fordlândia nasceu da tentativa de Henry Ford de criar no Brasil uma base produtora de borracha para suprir suas fábricas nos Estados Unidos. E o lugar óbvio era a floresta Amazônica. Localizada no oeste do Pará, a dois dias e meio de Belém em viagem de barco, a vila chegou a ter esgoto, luz elétrica, cinema e até um providencial campo de golfe de nove buracos. Mas a selva foi mais forte e a iniciativa de Ford fracassou. Para explicar a saga, Grandin, que esteve em Fordlândia duas vezes, baseou-se em documentos e entrevistas com descendentes dos primeiros moradores. O mergulho feito pelo autor mostra que o fim da aventura se deveu, como quase sempre acontece, a uma sucessão de equívocos, muitos aparentemente pueris.

Em 1928, quando o primeiro barco da montadora chegou à foz do rio Amazonas, a região já vivia a ressaca do ciclo da borracha. As terras compradas equivaliam a duas vezes o território do Distrito Federal. O problema, como foi descoberto depois, é que elas não serviam para o plantio de seringueiras. Sem planejamento nem especialistas, duas coisas que Ford menosprezava, seguiram-se lutas para combater pragas e arregimentar trabalhadores nos igarapés vizinhos. Após quase uma década tentando fazer com que a Fordlândia vingasse, Ford decidiu criar outra cidade, Belterra, a 100 quilômetros do núcleo inicial. Lá manteve um seringal com 10 000 hectares e 2 milhões de árvores plantadas. Apesar das dimensões grandiosas, a área nunca produziu mais de 1% de toda borracha consumida pela montadora. “Ford gostava de bradar que sua companhia não empregava ‘experts’ porque ‘eles só sabem o que não deve ser feito’”, diz o autor do livro. “O barco enviado para fundar Fordlândia estava cheio de cérebros e dinheiro. Mas não tinha botânicos, agrônomos ou qualquer pessoa que soubesse alguma coisa sobre seringueiras e seus inimigos.”

A intenção de Ford, afirma Grandin, ia além de estabelecer um simples fornecedor de matéria-prima – o que ajuda a explicar certas extravagâncias. O criador do sistema de produção em massa viu em sua Fordlândia a chance de formar uma civilização nos moldes do estilo de vida americano, temperada com suas excentricidades pessoais. Os quase 5 000 moradores, em grande parte ribeirinhos ou nordestinos fugidos da seca, tiveram de se adaptar a regras rígidas de horário de trabalho e até a uma dieta imposta. No café da manhã, o cardápio era sempre pêssego enlatado e aveia – para que um nutricionista se o próprio Ford poderia definir a alimentação dos trabalhadores? Ele também tentou impor o consumo de leite de soja no lugar de leite de vaca. Em sua lógica, as vacas consumiam demais e rendiam pouco. Grandin narra como as imposições resultaram em motins e dificuldades na consolidação do povoado.

Ford não poupou investimentos nem durante a Grande Depressão. Investiu 20 milhões de dólares na empreitada (quase 235 milhões de dólares em valores atuais), sem nunca ver um único centavo de volta. Fordlândia e Belterra só foram vendidas ao governo brasileiro em 1945, quando Henry Ford II assumiu a montadora. Em troca, ele receberia apenas o valor das despesas para dispensar os operários. O governo brasileiro jamais se preocupou em aproveitar a infraestrutura montada no local. Fordlândia é o retrato da civilização engolida pelas árvores e pelo descaso. Hoje, os cerca de 10 000 habitantes de Fordlândia e Belterra se dedicam sobretudo à plantação de soja e à criação de gado. Paralelamente, tentam promover o turismo. Uma das atrações seria a Casa Número 1, construída para receber Henry Ford – que nunca pisou lá. O apito da fábrica até hoje soa quatro vezes por dia, como se anunciasse turnos de trabalho. Mais do que uma aventura inconsequente, para o autor, Fordlândia é uma parábola sobre a arrogância. Talvez a mesma que ajudou a compor o atual colapso de Detroit.

– Calcio X Pallacanestro, Brasile X Italia

Amigos, é irresistível falar sobre esse assunto e não fazer analogia entre basquetebol e futebol. Na Itália, a Federação Italiana de Basquetebol (Federazione Italiana de Pallacanestro) determinou um manual de conduta aos árbitros locais. Nessa cartilha, estão proibidos a manifestação pública dos oficiais em programas televisivos ou radiofônicos sobre basquetebol, além da expressa ordem de retirada do ar de páginas em sites de relacionamento (como o Orkut), blogs, e-mails, fóruns de discussão ou quaisquer outros meios de comunicação virtuais e similares.

O jornalista Guido Guida, do respeitadíssimo ‘La Gazzeta dello Sport’, classifica tal medida como absurda, alegando que “é abissal a diferença entre os árbitros terem um site que dê receitas de peixe e  outros que critiquem seus colegas (…) sendo que a discussão para o aprimoramento da categoria é inevitável”.

Ao contrário, a Federação Italiana de Futebol (Federazione Italiana de Gioco di Calcio), promove e incentiva as entrevistas coletivas pós-jogos, visando a transparência de seus árbitros.

Nesta última rodada, particularmente, acompanhei bons trechos dos jogos Milan 0 X 4 Internazionale e Roma 1 X 3 Juventus. No derby de Milão, o árbitro Rizzoli não anotou um pênalty claríssimo, digno de exemplo didático a ser usado em escola de árbitros, contra o brasileiro Ronaldinho. Na mesma partida, Ronaldinho cometeu uma falta violenta no segundo tempo, e não foi expulso (detalhe a parte: o milanista Seedorf, que estava no banco como reserva, encontrava-se sem caneleiras, descalço, com as pernas cruzadas – nem parecendo estar pronto para entrar em campo, caso o treinador Leonardo o chamasse a participar da partida). Já em Roma, o brasileiro Fellipe Melo da Juventus recebeu a bola, errou o domínio da mesma, se enrolou todo e ao perder a redonda, deu um pontapé por trás violentíssimo contra o adversário. Falta marcada, Fellipe Melo com o dedo em riste vai contra o árbitro Rocchi, fala “alhos e bugalhos” e nem cartolino giallo recebe.

Devido aos placares dessas duas partidas, não houve tanta repercussão dos erros dos árbitros italianos. Mas após os jogos, ninguém se interessou em ouvir os árbitros em ambas as partidas, mesmo eles se dirigindo às salas de imprensa para falar aos jornalistas.

Culturas e comportamentos diferentes: entre árbitros, jornalistas e jogadores. Mas seriam culturas ou comportamentos forçosos que se repetem?

Fica à livre interpretação.

Extraído de: http://www.gazzetta.it/Sport_Vari/Basket/Italia/31-08-2009/b-501178698097.shtml

Facebook vietato ai fischietti Fip

Una direttiva del Cia (Comitato Italiano Arbitri) minaccia sanzioni a carico dei tesserati iscritti a social network o mailing list. E scoppia la polemica.

MILANO, 31 agosto 2009 – Sembra uno scherzo di Carnevale o un pesce d”aprile e invece non lo è. Eppure si fatica credere che quanto apparso sabato sul sito della Fip (Federazione italiana pallacanestro), nella pagina del Comitato Italiano Arbitri, possa essere frutto di seria meditazione e non di una goliardata fuori luogo oppure dell’intervento malandrino di qualche hacker.

disposizioni — L’antefatto risale al 25 agosto quando sono state diramate, a firma del presidente Cia Luciano Tola, le norme di comportamento per la stagione 2009-10 destinate ad arbitri, ufficiali, di campo, commissari e istruttori Tra i numerosi punti del regolamento ce n’era uno in cui si faceva assoluto divieto alle categorie citate di “rilasciare dichiarazioni in luogo pubblico, anche a mezzo e-mail o propri siti Internet, di partecipare a gruppi di discussione come quelli di ultima generazione (FACEBOOK, ecc.), di prendere parte a mailing list, forum, blog o simili, e tantomeno di esprimere giudizi sull’operato dei colleghi e di qualsiasi altro tesserato della Federazione Italiana Pallacanestro, salvo espressa autorizzazione del Presidente del CIA”.

di male in peggio — Tra il buon senso di lavare i panni sporchi in casa e il divieto di azioni come avere una pagina Facebook o abbonarsi a una mailing list di cucina giapponese la differenza è abissale, così in molti hanno chiesto lumi e il Cia, anziché correggere come previsto il tiro e circoscrivere i divieti all’attività cestistica, ha sceso il carico e il 29 agosto ha specificato: “Si rappresenta, pertanto, che i tesserati appartenenti alle categorie sopraindicate, già registrati/iscritti a FACEBOOK e/o altri social network, blog, mailing-list e simili dovranno disattivare il proprio account, cancellandosi in maniera definitiva; i tesserati non ancora registrati/iscritti non dovranno procedere all’attivazione di alcun account personale sui predetti siti, blog e simili. Si invitano pertanto tutti gli interessati, ad ottemperare a quanto previsto, dalla data odierna e comunque entro e non oltre il 5 settembre p.v., rammentando loro che il mancato rispetto delle Norme di Comportamento comporta provvedimenti in base alla gravità e alla ripetitività della mancanza”.

L’imbarazzo tra le molte migliaia di arbitri e ufficiali di campo, nessuno dei quali è professionista e la stragrande maggioranza agisce per passione in cambio di rimborsi che a stento coprono le spese, è forte. Per evitare sanzioni in teoria tutti dovrebbero limitare il proprio modo di socializzare in maniera ben superiore a quella del buon senso, con imposizioni che arrivano a sfiorare la limitazione della libertà personale. Chiamato in causa, Luciano Tola minimizza: “Negli ultimi mesi è accaduto di tutto e si sono lette cose incredibili anche a proposito di baskettopoli, persino sulle pagine dei forum dei Comitati Regionali della Fip. E’ una cosa che non possiamo accettare, così come non vogliamo che ci sia amicizia tra tesserati Cia e dirigenti di società o che i nostri tesserati ricevano le mail dei club. Vogliamo evitare che siano divulgate le valutazioni dei commissari o che ci siano commenti in merito, su ciò che non è basket i tesserati sono liberi di fare quello che vogliono. Rileggendo la disposizione mi rendo conto che non è chiara e che andrà corretta immediatamente perché non possiamo vietare determinate cose”. Già, la disposizione non è chiara: o meglio, è chiarissima come è chiarissimo che si sia trattato di un imbarazzante autogol. Per fortuna emendarsi non è peccato.