– O Infeliz Bilionário Geek

Um termo que está na moda é o “Geek”. Os geeks poderiam ser intitulados como aqueles estudantes inveterados, que esquecem de outros aspectos da vida e se dedicam aos computadores. Inteligentíssimos, poderiam ser classificados como “Nerds da Informática”.

Um desses geeks é Mark Zuckerberg, o criador do site de relacionamentos mais popular do mundo, o Facebook (o Brasil é um dos poucos países onde o Facebook não é líder, perdendo para o Orkut). Com pouco mais de 20 anos, o trabalho árduo o tornou bilionário; mas sem tempo disponível para outras atividades.

Compartilho a interessante matéria da Revista Isto É Dinheiro, intitulada “O Bilionário infeliz… Feliz Milionário” (referência abaixo), sobre o dia-a-dia desse empreendedor:

Extraído de: http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/618/um-bilionario-infelize-um-feliz-milionariomark-zuckerberg-e-rico-bem-sucedido-146081-1.htm

UM BILIONÁRIO INFELIZ… E UM FELIZ MILIONÁRIO

São Paulo, terça-feira, dia 4 de agosto, às 17h. Cerca de cem empresários brasileiros aguardam com ansiedade o encontro inédito com o fundador do Facebook, maior rede social do mundo.

Quase 40 minutos depois, sete seguranças entram no espaço e se posicionam estrategicamente pelos quatro cantos do salão. Timidamente, um jovem de 25 anos, cabelo desarrumado, de 1,70 metro de altura aparece em seguida.

Mark Zuckerberg poderia passar despercebido no meio da multidão se sua foto não tivesse rodado as páginas dos principais jornais no Brasil nos últimos tempos.

Dono de uma fortuna estimada em US$ 1,5 bilhão pela revista Forbes e de uma empresa avaliada em US$ 6,5 bilhões, Zuckerberg é um típico geek – o nerd que gosta de tecnologia. Quase nunca se separa do seu jeans, tênis e moletom.

Avesso a badalações, tem uma rotina burocrática. “Minha vida não mudou em nada desde os tempos da faculdade. Acordo de manhã, vou para o trabalho, fico até tarde e volto para casa. Nada de muito diferente”, disse ele. Embora tenha uma fortuna no banco, sua casa não oferece nem um mínimo de conforto. Vive em apartamento alugado, cuja mobília se resume a um colchão no chão, duas cadeiras e uma mesa. “Nunca fui apegado ao dinheiro”, afirmou.

Costuma ser o primeiro a chegar e o último a deixar a empresa, localizada no Palo Alto, no Estado californiano dos EUA. Enquanto jovens da sua idade só invadem a madrugada numa mesa de bar ou na companhia de uma mulher, Zuckerberg vara a noite na Hackathon, uma maratona para hackers que acontece uma vez por mês no Facebook. Sua vida pessoal é tratada com total discrição. Ninguém sabe se tem uma namorada. “O que importa para os geeks são coisas relativas à tecnologia. Eles se divertem em seu universo”, diz Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia da Informação, da PUC-SP. Pela primeira vez no Brasil, o CEO da rede social veio lançar uma competição para desenvolvedores de aplicativos.

O número de usuários no País dobrou nos últimos três anos, totalizando 1,3 milhão de pessoas. Como todo turista, chegou a São Paulo no domingo e foi direto a uma churrascaria. Ciceroneado pelo brasileiro Rodrigo Schmidt, engenheiro do Facebook, até experimentou uma caipirinha. Mas o que fez sua cabeça mesmo foi a pizza de picanha que comeu no sábado. Depois, parou por aí. Nada de baladas ou mulatas do samba, que seduzem até os mais discretos estrangeiros.

Voltado inteiramente para o trabalho, voou para os EUA na quinta-feira. “Em avião separado da equipe”, frisou Schmidt. “É para garantir que pelo menos uma parte de nós chegará bem.” A vida ordinária que leva diaria-mente pouco tem a ver com sua postura no mundo virtual. Na internet, Zuckerberg mostra suas garras. Sua desenvoltura e genialidade no universo digital o fizeram criar, com menos de 20 anos de idade, dois sistemas que aguçaram o interesse de gigantes como Microsoft e Google.

Antes de entrar na faculdade, desenvolveu o tocador de mídia Synapse. Apesar de não ter feito tanto sucesso, recebeu diversos convites para trabalhar nas empresas do Vale do Silício, Nos EUA. Dois anos depois, lançou o Facebook, rede que foi traduzida para mais de 50 idiomas e tem hoje 250 milhões de usuários. Enquanto Zuckerberg insiste em dizer que a rede foi criada para as pessoas se conectarem com a família e amigos, uma versão mais apimentada da história pode, em breve, ganhar as telas do cinema.

Segundo a versão cinematográfica, com dificuldade para se socializar, o estudante desengonçado de Harvard teria criado o sistema para “azarar” as garotas – coisa que não conseguia fazer ao vivo. “A internet funciona para os geeks como uma máscara social. Na pior das situações, basta desligar o computador quando se sentir desconfortável”, diz a psicóloga Luciana.

O filme será uma adaptação do livro Bilionários por Acidente: a criação do Facebook, um conto de sexo, dinheiro, ganância e traição, de Ben Mezrich, autor do best-seller Quebrando a Banca. A obra descreve um lado sombrio do fundador do Facebook. Na história, Zuckerberg invadiu o sistema de Harvard para capturar fotos de todas as estudantes do campus e criar um ranking baseado nos atributos físicos das alunas.

Embora a brincadeira quase tenha rendido sua expulsão da faculdade, o conceito serviu de base para o Facebook. Sua ousadia fez com se transformasse em um mito nos EUA. A partir daí, conta o livro, o protagonista entrou num circuito obscuro dos socialites americanos, com direito a orgias e jantares exóticos – como o de um iate em que o prato principal era um coala. Calma, nem tudo é verdade, já que a história foi parcialmente inventada, como o próprio autor revela. Mas ele não seria o primeiro geek a viver uma vida dupla na internet.

Alexandre Gomes, de 27 anos, começou a jogar pôquer na internet. No começo era apenas diversão. Mas o jogo fez dele um vencedor com fama internacional

US$ 2,8 milhões foi quanto o jogador ganhou em torneios desde que se profissionalizou

No fim de 2007, com pouco mais de 25 anos, Alexandre Gomes se despediu de seus sócios em um escritório de advocacia em Curitiba. A partir daquele momento, mergulhou no mundo do jogo, mais precisamente no do pôquer. O resultado de uma história como essa poderia, muito bem, ser trágico. Mas não no caso de Gomes.

Hoje, pouco mais de um ano e meio após abandonar o Direito, ele acumula rendimentos de mais de US$ 2,8 milhões, todos obtidos como jogador profissional em mesas de pôquer pelo mundo. Embora nunca imaginasse que o jogo poderia se transformar em seu ganha-pão, a verdade é que, hoje, Gomes vive apenas do que, até bem pouco tempo atrás, era apenas uma diversão. E claro, que continua divertido, independentemente da seriedade com que ele encara a nova profissão. “Acabei de voltar de três meses de torneios em Las Vegas.

Antes disso, participei de torneios nos melhores hotéis e cassinos de Monte Carlo e Veneza”, diz ele, com semblante sério. “Em breve embarco para Londres, para outra competição”, diz, mantendo a “cara de pôquer”. Como não se trata de um jogo, mas de uma entrevista, a proteção cai e ele abre um largo sorriso quando lembrado que sua rotina é, certamente, mais divertida do que a dos ex-colegas de Direito. Sua paixão pelas cartas começou na adolescência. Na época, suas habilidades também ficaram evidentes.

Com 15 anos, ele disputava – e vencia – vários campeonatos de truco no Paraná. Nesse período teve seu primeiro contato com o pôquer. “Até aprendi a jogar naquela época, mas era o pôquer tradicional, e ele não me atraiu tanto”, confessa Gomes Alguns anos mais tarde, aos 23, acompanhou um amigo a um campeonato de pôquer no estilo “Texas Hold’em”.

Nesse tipo de pôquer, parte das cartas utilizadas no jogo é comum a todos os jogadores e existe um limite para o total de apostas, igual ao valor da inscrição. Isso evita que jogadores ricos “engulam” os menores com seus recursos maiores e atrai os menores, que veem oportunidade de arriscar sabendo, de antemão, qual o máximo que podem perder. Depois desse dia, Gomes passou a jogar cada vez mais com amigos “apenas por diversão”.

Começou também a praticar seu jogo em páginas de internet estrangeiras, quando adotou o apelido “Allingomes”. Por diversão, Gomes começou a se aprofundar cada vez mais no jogo, estudando teorias e técnicas, para melhorar seus resultados online. Ao perceber sua rápida evolução, deu um novo salto e se inscreveu num torneio real, fora da internet, no Exterior. Gradativamente, a diversão começou a tomar forma de profissão.

E, como em qualquer trabalho, Gomes começou por baixo, nos torneios mais baratos, galgando posições até aquelas com taxa de inscrição mais elevada. Foi aí que caiu na mira da PôquerStars, um dos principais portais de pôquer online do mundo, que passou a patrocinar o jogador. Hoje, ele divide seu tempo entre mesas de pôquer em alguns dos mais belos e paradisíacos lugares do mundo e atividades para divulgar o pôquer como esporte no Brasil a pedido de sua patrocinadora. Para Gomes, o jogo de cartas se tornou muito mais do que uma diversão.

“O pôquer, para mim, certamente é uma carreira”, diz o ex-advogado. Realista, ele afirma que só consegue encarar o jogo como uma profissão por acreditar que habilidade é mais importante do que a sorte. “A sorte me impede de saber qual torneio, exatamente, vou ganhar ou não, mas a habilidade me dá segurança para saber que, no período de um ano, conseguirei resultados suficientes para meu sustento”, afirma. Mas ele alerta: “Se o jogador encarar o pôquer apenas como um jogo, não vai dar certo como profissional. É preciso seriedade e dedicação”, afirma. Tudo, é claro, para não estragar a diversão.

– Compulsão Tecnológica

Compartilho um interessante material da Rádio Bandeirantes, a respeito do uso do Twitter (com Marcelo Tass, o “twiteiro mais seguido”) e de outras redes sociais, como Orkut e Facebook. Nesse conteúdo, em áudio, um tema interessante: a compulsão e dependência (sim, vício!) por tecnologia.

Para ouvir o aúdio, clique em: http://www.radiobandeirantes.com.br/conteudo.asp?PDT=25&ID=155703