Ontem, durante o Jornal Gente da Rádio Bandeirantes, o economista Joelmir Betting chamou a atenção para o fato de produtos destinados aos cães estarem sentindo muito a crise mundial. E o motivo, segundo o jornalista, seria que estão “migrando de cachorro para gato”. Gato é mais barato para se cuidar, e que a prova disso é o alto crescimento do mercado de produtos destinados aos felinos.
E não é que a “Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios” prova que isso é verdade?
Extraído de: http://empresas.globo.com/Empresasenegocios/0,19125,ERA1699796-2574,00.html
Mercado de produtos para gatos está em alta
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Lisa Polloni e Rodolfo Miceli, dois executivos de São Paulo, estavam até pensando em mudar para um apartamento maior, a fim de conseguir mais espaço para ter um cachorro. “Foi aí que veio a ideia de criar um gato”, lembra Rodolfo. A esposa Lisa gostou da sugestão e, assim, há quatro anos, Tampinha e Tom entraram para a família. O apego aos bichos é tanto que Lisa, quando viajava ao exterior, voltava sempre com a mala cheia de mimos para os gatos. “Mas hoje não preciso mais fazer isso. Encontro vários produtos, tudo de primeira, aqui mesmo no Brasil”, diz ela.
Não é por acaso. Pela primeira vez, o mercado brasileiro de produtos para felinos cresceu mais que o de cães. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação (Anfalpet), as vendas de ração para gatos cresceram 11% no ano passado, chegando a 136 mil toneladas. O faturamento com alimentos para cães, por sua vez, teve retração de 1,5%. “Essa é uma tendência que veio para ficar e que se confirma também para outros produtos”, diz José Rapacci, diretor de ‘PetCare’ da Mars Brasil, fabricante das rações Whiskas, líder de mercado com 33,5% das vendas.
Mas, ao contrário do que se poderia imaginar, não foi o aumento da população de gatos a causa dessa expansão. Embora, nos últimos três anos, o número de criadores comerciais de gatos de raça tenha crescido 50%, segundo a Federação Brasileira do Gato, o Brasil continua com cerca de 10 milhões de gatos.
Na verdade, foi uma mudança no comportamento e no perfil dos donos de gatos que motivou o crescimento do mercado. Hoje, há mais pessoas nas grandes cidades que querem ter um mascote como companhia. Muitas escolhem o gato, um bicho prático de cuidar e que fica sozinho sem problemas enquanto o dono trabalha.
O paladar “requintado” dos bichanos é também outra vantagem do segmento. Em uma situação de crise, como a deflagrada no fim do ano passado, é fácil trocar a ração do cão por restos de comida. Foi por isso que o mercado de alimentos para cães caiu de 1,67 milhão de toneladas em 2007 para 1,64 milhão em 2008. Já o gato acostumado com ração, dificilmente deixa o alimento industrializado.
