Compartilho belíssima reflexão do Frei Raniero Cantalamessa, a respeito de como a consciência pode nos alertar, do ponto de vista religioso, através do Espírito Santo.
Extraído de: CançãoNova.com
“O Espírito Santo fala a todo homem através da consciência”
Da Redação, com Rádio Vaticano
“A condução do Espírito, afirmou o pregador da Casa Pontifícia, é exercida não somente nas grandes decisões, mas também nas pequenas coisas”: “Paulo e Timóteo querem pregar o Evangelho na província da Ásia, mas o Espírito Santo os proíbe… Depois se entende o motivo dessa condução exigente: o Espírito Santo impelia desse modo a Igreja nascente a sair da Ásia e se fazer presente no novo continente, a Europa” (cf. At 16, 9).
O Espírito Santo fala a todo homem através da consciência, fiel ou não-fiel, chamando-o com as “boas inspirações”, ou as “iluminações interiores”: “São impulsos a seguir o bem e a fugir do mal, atrações e propensões do coração que não se explicam naturalmente, porque muitas vezes vão na direção oposta àquela que a natureza gostaria. É justamente baseando-se nesse componente ético da pessoa que alguns cientistas e biólogos da atualidade conseguiram superar a teoria que vê o ser humano como resultado casual da seleção das espécies. Se a lei que governa a evolução é somente a luta pela sobrevivência do mais forte, como se explicam certos atos de puro altruísmo e, até mesmo, de sacrifício de si pela causa da verdade e da justiça?”
De fato, quando se deixa de lado o testemunho interior, se cai facilmente no legalismo e no autoritarismo; quando se deixa de lado o testemunho exterior, apostólico, se cai no subjetivismo e no fanatismo”.
“Quando se reduz tudo somente à escuta pessoal, privada, do Espírito, se abre o caminho a um processo irrefreável de divisões e subdivisões, porque cada um acredita estar certo, e a própria divisão e multiplicação das denominações e das seitas, muitas vezes em contraste entre si sobre pontos essenciais, demonstra que não pode ser o mesmo Espírito de verdade que fala a todos, porque, do contrário, ele estaria em contradição consigo mesmo. Esse, como se sabe, é o perigo ao qual muitas vezes se expõe o mundo protestante, tendo colocado o ‘testemunho interno’ do Espírito Santo como único critério de verdade, contra todo testemunho externo, eclesial, que não seja unicamente o da Palavra escrita.”
