– O Nano, da Tata Motors, está chegando ao Brasil. Ele abalará nossa indústria?

Uma verdadeira revolução da indústria automobilística mundial, somente comparada ao advento do Fordismo e do Toyotismo, pode estar acontecendo: a fabricação do Nano, o carro-conceito da indiana Tata, que custará 2.000 dólares. Veja a foto do carrinho clicando aqui:

Extraído de: http://portalexame.abril.com.br/negocios/truques-nano-ser-carro-mais-barato-mundo-430130.html

Portal EXAME –

Há seis anos quando o empresário indiano Ratan Tata prometeu que faria um carro que custaria cerca de 2 500 dólares em seu país, muita gente achou que ele estava blefando. Mas ele chegou lá. O Nano acaba de ser lançado oficialmente e a versão de entrada custará a partir de 2.254 dólares (ou seja menos de 5 400 reais, um valor inacreditável no Brasil).

Para entender como isso foi possível, EXAME entrou dentro do Nano para analisá-lo e conversou com dois dos pais do projeto que fez o automóvel mais barato do mundo, o indiano Girish Wagh e o inglês Clive Hickman.

Um dos nosso segredos foi cortar dramaticamente o número de peças”, diz Hickman. Um exemplo: a alavanca ao lado do volante aciona o farol e, em outro pedaço, o limpador do para-brisa. Confira outras astúcias que explicam como este modelo chega tão barato às concessionárias da Índia.

Trabalho barato
O salário da mão-de-obra indiana é um dos mais baixos do planeta: um operário especializado ganha cerca de 550 reais por mês.

Economia no motor
Na versão indiana, o motor do Nano tem 2 cilindros, 624 centímetros cúbicos e só 35 cavalos. Calcula-se que o coração mecânico deste Tata custe barato, cerca de 700 dólares. Em compensação, bebe pouca gasolina (23,6 km/litro).

Equipamento enxuto
O modelo básico deste carro sai de fábrica sem rádio, direção com assistência, vidros e travas elétricas. Também esqueça ar-condicionado e aquecedor, inexistentes.

Caça às peças
Para economizar custos, os indianos foram fundo nos cortes de peças redundantes: nesse carro só há um limpador do vidro parabrisa, três parafusos (e não quatro) sustentam suas rodas e o tanque de gasolina fica sob o capô. A vantagem? Não precisa de tampa para proteger o reservatório. Com isso houve uma redução drástica no número de peças para montá-lo.

Apenas o básico
Esqueça o conta-giros. Neste automóvel os instrumentos são básicos: velocímetro, odômetro e medidor de combustível. E o acionamento do limpador de parabrisa e dos faróis é feito pela mesma alavanca. E o estepe não é um pneu como os outros: só serve para rodar até a próxima borracharia.

De grão em grão
Para economizar 10 dólares, os engenheiros do Nano eliminaram mecanismos para ajustar o ângulo dos faróis em função do peso do carro. Em um ano de produção normal, este detalhe significará uma economia de 3,5 milhões de dólares.

O reino do plástico
Como era de se esperar, não há luxo no interior: o painel e o revestimento das portas são de plástico, os tapetes de borracha e os bancos são duros. É menos bonito e mais desconfortável. Mas custa menos.

Meu nome é Pé-de-Boi
A transmissão com quatro marchas é contínua. Menos complexa, precisa de menos dinheiro para ser feita.O mesmo raciocínio vale para os freios, que não são a disco, mas a tambor (e sem ABS, é claro)

Objetos expostos
Esqueça porta-luvas, porta-trecos e também protetor para escamotear a bagagem no compartimento traseiro. No Nano isso seria um luxo.

Volante duro
Mesmo nos modelos mais luxuosos, a direção não tem assistência elétrica ou hidráulica. Em compensação o volante tem um raio curto de manobra

Operação cola
O para-choque é feito de plástico, colado na carroceria

Processo enxuto
A pintura entra uma vez no forno, em vez das convencionais duas. É um terço de economia em comparação aos modelos convencionais

 

– A fé que faz bem à saúde (Extraído da Revista Época)

Para a saúde, um remédio eficaz: a Fé!

Compartilho a interessante matéria da Revista Época desta última semana:

(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI64864-15224,00-A+FE+QUE+FAZ+BEM+A+SAUDE.html)

A fé que faz bem à saúde

Novos estudos mostram que o cérebro é “programado” para acreditar em Deus – e que isso nos ajuda a viver mais e melhor.
por Letícia Sorg. Colaborou Marcela Buscato

A capacidade inata de procurar a explicação de um fenômeno é uma das diferenças entre o ser humano e outros animais. O homem primitivo não tinha como entender eventos mais complexos, como a erupção de um vulcão, um eclipse ou um raio. A busca de explicações sobrenaturais pode ser considerada natural. Mas por que ela desembocou na fé e no surgimento das religiões? Cientistas de diferentes áreas se debruçaram sobre a questão nos últimos anos e chegaram a conclusões surpreendentes. Não só a fé parece estar programada em nosso cérebro, como teria benefícios para a saúde.

Com sua intuição genial, Charles Darwin, criador da teoria da evolução há 150 anos, já havia registrado ideia semelhante no livro A descendência do homem, em 1871: “Uma crença em agentes espirituais onipresentes parece ser universal”. “Somos predispostos biologicamente a ter crenças, entre elas a religiosa”, diz Jordan Grafman, chefe do departamento de neurociência cognitiva do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame (leia a entrevista). Grafman é o autor de uma das pesquisas mais recentes sobre o tema, publicada neste mês na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Em seu estudo, Grafman analisou o cérebro de 40 pessoas – religiosas e não religiosas – enquanto liam frases que confirmavam ou confrontavam a crença em Deus. Usando imagens de ressonância magnética funcional – que mede a oxigenação do cérebro –, o neurocientista descobriu que as partes ativadas durante a leitura de frases relacionadas à fé eram quase as mesmas usadas para entender as emoções e as intenções de outras pessoas. Isso quer dizer, segundo Grafman, que a capacidade de crer em um ser ou ordem superior possivelmente surgiu ao mesmo tempo que a habilidade de prever o comportamento de outra pessoa – fundamental para a sobrevivência da espécie e a formação da sociedade. E para estabelecer relações de causa e efeito. A interferência de um ser muito poderoso seria uma explicação eficiente para aplacar a necessidade de entender o que não se consegue explicar com o conhecimento comum.

Mas o que levaria o ser humano, dotado de razão, a acreditar que um velhinho de barba branca, em cima de uma nuvem, atira raios sobre a Terra? Ou que 72 virgens aguardam os fiéis no Paraíso? “Tendemos a atribuir características humanas às coisas, inclusive ao ser divino”, diz Andrew Newberg, neurocientista da Universidade da Pensilvânia (leia a entrevista), autor de outro importante estudo sobre o poder da meditação e da oração. “A crença religiosa surgiu como um efeito colateral da maneira como nossa mente é organizada, da maneira como ela funciona naturalmente”, diz Justin Barrett, antropólogo e professor da Universidade de Oxford.

Para Barrett, autor do livro Why would anyone believe in God? (“Por que alguém acreditaria em Deus?”), há evidências de que os sistemas religiosos ajudam a manter comunidades unidas – a dividir, a confiar, a construir redes sociais mais fortes. Barrett afirma que a mente das crianças é um exemplo de como a fé se manifesta precocemente. Em uma das experiências, pesquisadores mostraram uma caixa de biscoitos às crianças e perguntaram a elas o que havia dentro. Como não são bobas, as crianças responderam: “Biscoitos”. Ao abrir a caixa, o que encontravam eram pedras. Então, os cientistas perguntaram às mesmas crianças o que suas mães achariam que havia dentro da lata e o que Deus diria se visse a lata. As crianças de 3 anos disseram que as mães, assim como Deus, diriam que havia pedras. A partir dos 5 anos, elas responderam que a mãe diria “biscoitos”, mas que Deus responderia “pedras”.

Já se chegou a pensar que uma espécie de curto-circuito na parte lateral do cérebro pudesse gerar casos de religiosidade extrema. Ficou famosa uma experiência do neurocientista americano Michael Persinger, batizada “O Capacete de Deus”: um capacete que estimulava eletricamente o cérebro do usuário. Segundo Persinger, oito em cada dez pessoas, qualquer que fosse a confissão religiosa, diziam experimentar um “sentimento religioso” ao vestir o aparato. Mas a maioria dos estudos científicos recentes – sejam eles baseados em imagens do cérebro ou no comportamento humano – afastou a hipótese de que a experiência religiosa seja o mero efeito de estímulos eletromagnéticos em uma parte específica do cérebro. O biólogo evolucionista pop e “ateu militante” Richard Dawkins chegou a usar o capacete para um documentário da BBC britânica. Não conseguiu “encontrar Deus” – só desconforto para respirar e mexer-se. Hoje, Persinger se defende das críticas a seu estudo. “A ‘estimulação religiosa’ reduz a ansiedade e pode ser útil para melhorar a cooperação social”, disse.

Em 2004, o cientista americano Dean Hamer chegou a divulgar que havia descoberto um gene ligado à fé. Publicou o livro O gene de Deus. Batizado vmat2, seria responsável pelo transporte de mensageiros cerebrais, entre eles a serotonina, além de gerar o pensamento religioso. Polêmico na academia desde que anunciou a descoberta de um “gene gay”, supostamente responsável pela homossexualidade masculina, Hamer e seu livro foram acolhidos com ceticismo. Para Jordan Grafman, explicações únicas são insuficientes para elucidar a origem da fé em algo divino. A imprensa batizou seu estudo de “God spot” (o “ponto de Deus”), um trocadilho com o suposto “ponto G”, responsável pelo orgasmo feminino. “O ‘ponto de Deus’ é tão mítico quanto o ponto G”, diz Grafman, irônico. Andrew Newberg também descarta explicações simplistas. Vários estudos demonstraram uma relação entre experiências religiosas e certos tipos de desordem cerebral. “Mas essas associações não podem ser a única resposta”, diz Newberg. Apenas uma pequena porcentagem das pessoas que sofrem de epilepsia no lobo temporal tem esse tipo de experiência.

Newberg, que estuda as manifestações cerebrais da fé há pelo menos 15 anos, descobriu que as práticas religiosas acionam, entre outras regiões do cérebro, os lobos frontais, responsáveis pela capacidade de concentração, e os parietais, que nos dão a consciência de nós mesmos e do mundo. Em seu novo livro, How God changes the brain (“Como Deus muda seu cérebro”), que será lançado nesta semana nos Estados Unidos, Newberg explora os efeitos da fé sobre o cérebro e a vida das pessoas. Segundo o neurocientista, os estudos anteriores olhavam para os efeitos de curto prazo de práticas como a meditação e a oração. Agora, ele e seu grupo encararam a difícil tarefa de responder à questão: o que acontecerá se você adotar, com frequência, uma prática como a meditação ou a prece?

O grupo de Newberg analisou o cérebro de pessoas que meditam e oram rotineiramente e notou os resultados dessas práticas para o cérebro e para as pessoas. No livro, ele lista nove técnicas de meditação (leia o quadro) que podem ser adotadas por crentes ou ateus. Numa delas, a pessoa se concentra em um tipo de diálogo interno. “Descobrimos que essa prática ajuda as pessoas a criar intimidade, a interagir com as outras e a se comunicar com quem elas conhecem ou não”, diz Newberg.

Ainda estão sendo feitos estudos para compreender melhor a meditação e a prece, mas a pesquisa de Newberg mostra que, durante essas atividades, o lobo frontal fica mais ativo, e o lobo parietal menos. Como essa parte do cérebro é responsável pela noção de tempo e espaço, “desligá-la” geraria a sensação de imersão no mundo e a de ausência de passado e futuro muitas vezes relatadas por religiosos. A maior atividade do lobo frontal, além de melhorar a memória, segundo vários estudos também estaria ligada à diminuição da ansiedade. “Quando a pessoa volta sua atenção para o momento presente, não há riscos porque não há futuro”, diz Paulo de Tarso Lima, médico especializado em medicina integrativa e complementar e responsável pela implantação da especialidade dentro do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O simples fato de acreditar em um ser superior – seja ele qual for – reduziria a ansiedade.

Grafman nega ter descoberto um “ponto de Deus”: “É um mito, como o ponto G”

Dois estudos canadenses publicados neste mês mostram que quem crê em Deus tende a lidar melhor com os erros. O grupo de pesquisa, liderado pelo professor de psicologia Michael Inzlicht, da Universidade de Toronto, pediu a pessoas de várias orientações religiosas e também àquelas que não creem em Deus que elas dissessem os nomes das cores que apareciam a sua frente. Quando elas cometiam um erro, uma área do cérebro chamada “córtex cingulado anterior” era ativada. “Quanto mais forte a religiosidade e a crença em Deus dos participantes, menor era a resposta dessa região ao erro”, diz Inzlicht. Isso seria uma evidência de que as pessoas religiosas ficam mais calmas diante de um erro. “Suspeitamos que a crença religiosa protege contra a ansiedade porque dá um sentido para as pessoas. Ajuda-as a saber como agir e, com isso, reduz a incerteza e o estresse”, afirma Inzlicht.

A influência da crença em Deus na redução do estresse já é quase um consenso entre os médicos. “As doenças relacionadas ao estresse, especialmente as cardiovasculares, como a hipertensão, o infarto do miocárdio e o derrame, parecem ser as que mais se beneficiam dos efeitos de uma espiritualidade bem desenvolvida”, afirma Marcelo Saad, outro médico do Albert Einstein. Doutor em reabilitação, Saad é especializado em acupuntura e faz parte do programa de medicina integrativa e complementar do hospital.

Para ser benéfica, a fé em Deus teria de ser associada à prática religiosa? Várias pesquisas mostram que participar de um grupo religioso estruturado – seja ele católico, budista, judeu, evangélico, umbandista – traz benefícios por aumentar o suporte social à pessoa. “Esse apoio social é algo extremamente valioso para a saúde física, inclusive para a sobrevivência e a longevidade”, diz o psicólogo americano Michael McCullough, professor da Universidade de Miami que estuda a maneira como a religião molda a personalidade e influencia hábitos saudáveis e relacionamentos sociais. Ao realizar um “metaestudo” de 42 pesquisas diferentes, o psicólogo descobriu que as pessoas altamente religiosas tinham 29% a mais de chance de estar vivas, em determinado momento do futuro, que as demais. A religiosidade tornaria mais fácil resistir a tentações nocivas à saúde, como o álcool e o fumo. “Para pessoas que acreditam na vida após a morte, pode ser uma decisão racional postergar os prazeres de curto prazo em nome da recompensa eterna”, afirma McCullough.

Robert Hummer, sociólogo e professor da Universidade do Texas, acompanha um grupo de pessoas desde 1992 para tentar esclarecer, entre outras questões, a relação entre a religião e a saúde. Segundo sua pesquisa, quem nunca praticou uma religião tem um risco duas vezes maior de morrer nos próximos oito anos do que alguém que a pratica uma vez por semana. “As evidências da influência da fé na saúde são promissoras e mais que justificam o investimento em outros estudos”, afirma o neurologista brasileiro Jorge Moll, diretor do Centro de Neurociência da Rede Labs-D’Or, rede de laboratórios particular do Rio de Janeiro. Para Moll, o desafio é quantificar a influência da fé e tentar compará-la com o efeito de outras práticas sem conotação religiosa. “A prece e a meditação podem ter vários benefícios. Mas será que a ioga não tem o mesmo resultado?”, diz Moll, que colaborou com Jordan Grafman em vários estudos sobre o funcionamento do cérebro na tomada de decisões morais.

Como trazer isso para dentro dos consultórios e hospitais? Os pacientes não esperam que médicos conversem sobre a fé. Marcelo Saad, do Albert Einstein, reconhece que os profissionais de saúde não são treinados para discutir esse assunto, mas que podem iniciar o diálogo fazendo perguntas simples, como: “Quão importante é a fé em sua vida?” ou “Você gostaria de discutir assuntos religiosos?”. Conforme a resposta, o médico pode sugerir que ele retome a prática religiosa de sua preferência. “Não tem sentido negar a influência da religião na vida das pessoas, especialmente no Brasil, onde 99% da população acredita em Deus”, afirma o médico Paulo de Tarso Lima, que classifica como um desserviço não acolher esse elemento nos consultórios e nos hospitais. Isso significa que todos devem adotar a fé em nome da saúde, assim como se pratica esporte ou se faz dieta? Para quem crê, talvez a resposta seja sim. Mas, para as pessoas que não creem em uma força superior, não necessariamente. “Parece que os benefícios sobre a saúde são incidentais”, diz o psicólogo Michael McCullough. “Ironicamente, ser religioso em busca dos efeitos benéficos para a saúde não dá a ninguém a certeza de que isso vai surtir o efeito esperado.”

Andrew Newberg – “O cérebro dos ateus é diferente”

O neurocientista fala sobre seu livro Como Deus muda seu cérebro

ÉPOCA – Como Deus pode mudar a estrutura cerebral das pessoas?
Andrew Newberg –
Os nossos estudos usando imagens do cérebro mostram que, no longo prazo, há alterações no lobo frontal (relacionado à memória e à regulação das emoções) e no sistema límbico (ligado às emoções). As pessoas tendem a conseguir controlar mais suas emoções e expressá-las. A meditação e a oração ajudam a melhorar a relação consigo mesmo e com os outros. Também especulamos que essas práticas alteram, inclusive, a química cerebral, como os níveis de serotonina e dopamina, que regulam nosso humor, nossa memória e o funcionamento geral de nosso corpo, mas ainda não temos provas disso.

ÉPOCA – Em seu livro, o senhor fala bastante da meditação, uma prática tradicionalmente ligada às religiões orientais. Existe alguma diferença entre, por exemplo, o catolicismo e o budismo?
Newberg –
Não olhamos exatamente para as diferenças entre as religiões, mas para as diferentes práticas. A forma como você pratica a religião é mais importante que as ideias religiosas em si.

ÉPOCA – Há um consenso entre os cientistas de que a fé pode ajudar na manutenção da saúde?
Newberg –
Muitos cientistas acreditam que a espiritualidade tem um papel na saúde. A pergunta é quem vai administrar isso e como os profissionais de saúde vão lidar com a espiritualidade de uma maneira apropriada e benéfica. Essas questões ainda não foram respondidas.
ÉPOCA – Há alguma diferença neurológica entre aqueles que creem e os que não creem em Deus?
Newberg –
Encontramos algumas diferenças, sim, e também notamos diferenças dependendo do tipo de prática religiosa. O problema é que nunca sabemos se aquelas mudanças estão lá porque a pessoa é religiosa há muito tempo ou se ela nasceu daquela maneira e, por causa disso, procurou um tipo de religião ou meditação.

Jordan Grafman – “A crença é necessária”

O neurocientista diz que o pensamento religioso nasceu junto com o cérebro humano

ÉPOCA – O senhor diria que a religião é um produto acidental de nosso processo evolutivo?
Jordan Grafman –
Eu não diria acidental. Existe uma tendência para nós pensarmos de certa maneira, e essa maneira, de alguma forma, envolve a necessidade de ter um sistema de crenças. E esse sistema guia nosso comportamento social. Acredito que estamos constantemente criando novos tipos de sistema de crença e é muito provável que os primeiros tenham sido baseados em autoridades religiosas.

ÉPOCA – Somos biologicamente predispostos à religião?
Grafman –
Eu diria que somos predispostos biologicamente a ter crenças, e a religiosa é uma delas, mas não a única. Classificaria a religião como uma forma primitiva de crença porque se baseia muito no que é desconhecido. Algumas das regras éticas vieram por meio da religião, mas só se estabeleceram porque ajudaram a ordenar a sociedade. Então, muitas regras tiveram sentido. A religião nasceu claramente de nossa necessidade de entender o que estávamos vendo.

A crença religiosa surgiu no cérebro antes de outras crenças, segundo pesquisas

ÉPOCA – Seu estudo comparou as áreas do cérebro envolvidas nas crenças religiosas e nas crenças políticas. Do ponto de vista neurológico, quais as diferenças entre o pensamento religioso e o político?
Grafman –
Ainda não temos uma resposta definitiva a essa pergunta, mas há fortes indicações de que as crenças políticas estão sempre ligadas ao “aqui e agora”, a nossa vida, enquanto as crenças religiosas não necessariamente. Há diferenças em comportamento e também nas áreas do cérebro ativadas. No caso das crenças políticas, usamos as estruturas do cérebro que surgiram por último na evolução humana, enquanto no caso das crenças religiosas usamos áreas anteriores no desenvolvimento da espécie. Nossa hipótese é que a crença religiosa seja a primeira forma de sistema de crenças, que surgiu antes das outras. Nossos estudos mostram que as duas usam partes parecidas do cérebro, mas também que a religião veio antes da política.

– Os Campeões Nacionais de Outrora

Alguns clubes de futebol estão pleiteando que a CBF reconheça aos torneios de âmbito nacional disputados antes da oficialização do Campeonato Brasileiro. Torneios como o “Robertão”, a “Taça de Prata” e outros poderiam ser homologados com a equivalência de campeonato nacional. Isso quer dizer que esses campeonatos, que particularmente penso que foram os “Brasileirões” da época, podem mudar o cenário dos maiores campeões nacionais!

Extraído de: http://esporte.ig.com.br/noticia/2009/03/23/clubes+se+unem+e+fazem+dossie+por+unificacao+dos+titulos+brasileiros+4993059.html

Clubes juntam forças em dossiê por unificação dos títulos brasileiros

Times apresentarão documentos para que a CBF reconheça campeonatos nacionais como títulos brasileiros

Gazeta Esportiva

SÃO PAULO – Palmeiras, Santos, Botafogo, Fluminense, Cruzeiro e Bahia resolveram juntar forças e irão entregar à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) um extenso dossiê. A intenção dos clubes é convencer a entidade a reconhecer como títulos brasileiros os campeonatos nacionais conquistados antes de 1971, data em que a competição foi oficialmente ‘batizada’ de Campeonato Brasileiro.

Através de um comunicado oficial, o Palmeiras, que ao lado do Santos passará a ser o detentor do maior número de títulos brasileiros caso a CBF aceite a sugestão – com oito conquistas -, convocou uma entrevista coletiva para a manhã desta terça-feira, no salão nobre do clube, quando o dossiê será apresentado à imprensa.

Segundo José Carlos Perez, superintendente do escritório do Santos na capital paulista, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, está propenso a referendar o pedido dos clubes caso o dossiê contenha fatos que o convençam de que os torneios disputados entre 1959 e 1970 têm o caráter de Campeonatos Brasileiros.

“Essa é uma pesquisa que conta com a colaboração de outras equipes, mas é toda de responsabilidade do Santos e paga pelo presidente Marcelo Teixeira. O próprio Ricardo Teixeira já disse que se for apresentado um relatório convincente os títulos serão reconhecidos”, afirmou Peres, recentemente, à Agência Estado.

Além de Santos e Palmeiras, que passariam a ter oito títulos brasileiros cada (atualmente tem dois e quatro, respectivamente), Bahia, Fluminense, Botafogo e Cruzeiro, campeões de apenas uma edição desde 1971, acrescentariam o rótulo de ‘bi’ aos seus currículos se o dossiê for aprovado pela CBF.

Ops: depois de tudo isso: uma questão crucial (talvez faça com que nossa vida mude – rsrs): e a Taça das Bolinhas, distribuída para o primeiro Penta, para quem ficará?)

– A Crise Mundial provoca aumento da prática do Assédio Moral

Segundo a Folha de São Paulo, um efeito colateral provocado pela Crise Mundial começa a ser observado: o aumento de casos de Assédio Moral! Emocionalmente abalados, executivos “desforram” em seus subordinados nas organizações.

Extraído de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u538937.shtml

Casos de assédio moral crescem na crise

A.S., ex-diretor de Recursos Humanos de uma indústria de motocicletas, diz que não apoiou a demissão de centenas de funcionários que poderiam ser lesados em seus direitos. Perdeu poder na empresa, foi ameaçado veladamente e acabou demitido no mês passado.

O executivo decidiu cobrar na Justiça do Trabalho o assédio moral que acredita ter sofrido após as medidas que a companhia adotou para enfrentar os efeitos da crise mundial.

Vendedora de uma empresa de cosméticos, M.S. diz que foi isolada por colegas que temiam a competição no trabalho. Passou a receber e-mails com vírus para atrasar e desqualificar seu desempenho. Teve de trabalhar de madrugada para colocar o serviço em dia até ser afastada por doença física e psíquica e também acionou a Justiça por assédio moral.

Advogados relatam que a pressão para melhorar os resultados diante dos efeitos da crise mundial se dissemina e coloca cada vez mais trabalhadores -como o ex-diretor de RH e a vendedora- em situações de possível assédio moral.

Em 12 escritórios de advogados consultados pela Folha na última semana, aumentou desde outubro o número de ações trabalhistas ou de consultas para abrir processos e pedir indenizações por assédio moral.

A Associação dos Advogados Trabalhistas do Estado de São Paulo (AATSP) estima que os mil profissionais associados ingressaram na Justiça com ao menos uma ação de assédio moral cada um desde que a crise se agravou no final de 2008.

Procuradores do Ministério Público do Trabalho em seis Estados (Rio, Pernambuco, Piauí, Ceará, Santa Catarina e São Paulo) e no Distrito Federal investigam 145 denúncias recebidas neste ano sobre assédio nos setores aéreo, bancário, metalúrgico e de comércio.

É considerado assédio moral um conjunto de condutas abusivas, frequentes e intencionais que atingem a dignidade da pessoa e que resultam em humilhação e sofrimento. “O assédio moral, também chamado de “terror psicológico” no trabalho, é hoje um dos requisitos para aumentar a produtividade nas empresas, que precisam ser mais competitivas contra a crise”, diz Luiz Salvador, presidente da Abrat (associação brasileira dos advogados do setor).

Com o acirramento da competição, o assédio moral tende a crescer intra e entre os grupos nas empresas de diferentes setores -principalmente em segmentos onde a tensão é maior, como mercado financeiro e empresas que tiveram o patrimônio reduzido na crise.

“Existe uma crise real e uma imaginária, que torna os funcionários mais inseguros e angustiados. Com essa tensão coletiva, o clima é de maior disputa. Quem está fora do mercado quer entrar, e quem está dentro não quer sair. Os gestores são mais pressionados, pressionam os empregados da produção, e as situações de assédio vão se alastrando”, diz o pesquisador Roberto Heloani, professor da FGV e da Unicamp.

O número de consultas ao site (www.assediomoral.org.br) cresceu cerca de 20% desde que a crise se agravou, em outubro, afirma Heloani, coordenador do site. Em alguns escritórios paulistas, a demanda por essas informações subiu em 30% nos últimos dois meses.

O assédio, que se espalha do alto escalão à produção, atinge trabalhadores de todas as rendas. Um alto executivo americano que veio ao Brasil comandar grupo de assuntos estratégicos de um banco por quase R$ 60 mil mensais já recorreu à Justiça por assédio. Com a crise, sua função foi extinta. Ele foi deixado em casa até o banco romper seu contrato, antes do prazo previsto e sem pagar a devida indenização.

Cobrar metas faz parte do dia a dia de qualquer empresa. O problema, dizem os especialistas, é a forma dessa cobrança. Se houver humilhação e ameaça, está caracterizado o assédio. “A imposição de metas para alcançar maior produtividade não implica qualquer violação aos direitos do empregado. Ao contrário, já que podem servir como motivação para alcançar bônus ou prêmio. Mas as metas não podem ser absurdas nem abusivas”, diz Otavio Brito Lopes, procurador-geral do Trabalho.

Não há legislação federal específica para o assédio moral no Brasil. Por isso, parte dos advogados crê que, em épocas de crise, o assédio pode ser “usado” pelos trabalhadores para pleitearem indenizações.

“Há pedidos absurdos relativos a assédio moral e com valores desproporcionais. Essa situação é fruto da angústia e desespero dos trabalhadores quando são demitidos. Com isso, demandas verdadeiras de assédio moral ficam sujeitas à ideia de também serem despropositadas”, diz o advogado Guilherme Miguel Gantus.

– A proposta polêmica do estacionamento gratuíto do vereador Orlato

Muitos estabelecimentos comercias oferecem estacionamento aos seus clientes. Isso pode ser um diferencial ao consumidor na hora de comprar um produto (a acessabilidadae à loja). Entretanto, alguns o fazem gratuitamente e outros não.

Assim, uma discussão que já ocorre há dias é sobre a cobrança de estacionamento em shoppings. Em Jundiaí, por exemplo, há algum tempo o Maxi Shopping e o Paineiras Center cobram pela permanência em seu espaço.

Nesta terça, a Câmara dos Vereadores está discutindo um projeto do vereador Durval Orlato, que sugere um aumento de 50% no IPTU de estabelecimentos comerciais que cobrarem pelas vagas de estacionamento.

É entendível o intuito do vereador em baratear o custo do estacionamento. Ele próprio relatou que a sua proposta é visando os shoppings e supermercados. Mas… não estamos vivendo numa sociedade de livre mercado? Quem quer ir ao Maxi Shopping, sabe que terá esse custo adicional, mas terá seu carro segurado. Quem for ao mesmo shopping e deixar o carro na rua, sabe do risco que corre (as imediações do Maxi é um dos pontos de maior ocorrência de furtos na cidade).

Duas observações: a lei valerá também aos bancos, pois muitos cobram pelas vagas? Ainda: já que há a responsabilização pelos estacionamentos, o que dizer do sistema de parquímetro de Jundiaí? Porque os estabelecimentos comerciais devem dar vagas gratuítas e a Prefeitura cobrar por estacionar na rua? Pior: você paga pela vaga e não tem nenhuma responsabilidade por parte do administrador do Parquímetro pela segurança do seu carro. Se levarem seu veículo, literalmente, ficou na mão!

Como dito, a proposta é polêmica!

– Quando ser caloteiro (infelizmente) pode valer a pena.

Ficamos desesperados para pagar nossas contas em dia. E nunca ganhamos benefícios do Estado, por exemplo. E quem atrasa seus pagamentos, sai ganhando! Veja só: Para quem está com o IPVA atrasado, haverá anistia de algumas multas, descontos de 75% em outras, redução de juros e parcelamento em até 12 vezes!

Por quê quem paga nas datas corretas não é beneficiado? Não há uma clara inversão de valores?

Extraído de: http://www.reporterdiario.com.br/index.php?id=125107&secao=7

Prorrogado prazo para pagar IPVA atrasado

A Secretaria da Fazenda do Estado prorrogou, até o próximo dia 30 de maio, o prazo para proprietários de veículos com IPVA atrasado pagar suas dívidas com desconto nos juros e na multa. Pelo PPD (Programa de Parcelamento de Débitos), o contribuinte pode quitar os débitos do IPVA até o ano de 2006, inclusive os de autos de infração e imposição de multas, inscritos em dívida ativa ou ajuizados.

O pagamento poderá ser feito de uma vez só ou de forma parcelada. Quem optar pela quitação à vista terá redução de 75% da multa e de 60% dos juros de mora. Se a opção for pelo parcelamento, o desconto é de 50% da multa e de 40% dos juros de mora. Para os parcelamentos em até 12 vezes, haverá juros de 1% ao mês, de acordo com a tabela Price. Para o pagamento em mais de 12 vezes o reajuste é pela Selic, sendo que para contratos superiores a 10 anos (120 meses) é exigida garantia bancária ou hipotecária.

Para aderir ao PPD, o contribuinte deve acessar o endereço do programa na internet (www.ppd.sp.gov.br) e utilizar a mesma senha da Nota Fiscal Paulista. O cadastro pode ser feito no site http://www.nfp.fazenda.sp.gov.br.

Outras informações no site http://www.nfp.fazenda.sp.gov.br ou pelo telefone 0800 170 110.

– E ninguém vai preso?

Todos nós só podemos lamentar as horríveis cenas do Estádio do Pacaembú, no último Corinthians X Santos. Muita confusão dentro de campo no final da patida, fora de campo nas arquibancadas entre torcedores e dirigentes, e até nas cabines de rádio! Ouvia o jogo pela Rádio CBN, e repentinamente os jornalistas Victor Birni e Deva Pascowit começaram a ser hostilizados no seu próprio local de trabalho! E olha que os torcedores próximos das cabines pertencem à área VIP.

O que assusta foram as cenas de guerra. Uma delas flagra claramente alguns brigões (veja aqui), e… quais providências foram tomadas? Nenhuma!

Após a partida, o promotor Paulo Castilho anunciou que uma medida era a emissão da dita carteirinha do torcedor, defendida pelo Ministro Orlando Silva. Ora, que adianta ter carteira ou não, se as imagens são claras? Não consegue prender os bandidos com tantas fotos? Ou não querem…

Vergonhoso. Não há outro adjetivo.