Entra. Sai. Entra e Sai. Agora, enfim, entra!
Parece conversa de louco, mas é a atual situação do candidato a prefeito de Jundiaí nas últimas eleições, Pedro Bigardi, que embora tenha perdido as eleições municipais (em outra polêmica que envolveu o candidato Miguel Haddad, cuja candidatura era impugnada e liberada), quase assumiu uma cadeira no Legislativo por ser suplente.
Acontece que Bigardi era do PT e migrou para o PPS. Como suplente, ficou uma pendenga de quem teria a vaga: o candidato ou o partido. O TRE (Tribunal Regional Eleitoral de SP) confirmou Bigardi, depois o proibiu, alegando que a vaga era do partido. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deu um parecer favorável, não acolhido pelo TRE. Agora, em decisão final, o TSE definiu e ordenou a vaga para Bigardi, bem como sua posse.
Tomara que assuma prá valer! Afinal, Jundiaí carece de um deputado estadual urgente! (E de um Federal também…)
A propósito, a tal da “fidelidade partidária” é cada vez mais polêmica. O Jornal de Jundiaí, em sua última edição, trouxe uma belíssima matéria.
Extraído de: http://www.portaljj.com.br/interna.asp?Int_IDSecao=1&Int_ID=74465
Dos 258.547 eleitores de Jundiaí, apenas 14.036 têm filiação a partidos políticos na cidade. Ou seja, 5,43% das pessoas aptas a votar no município nas eleições estão vinculadas a alguma legenda.
Mas, se em princípio o índice parece baixo, na prática ele é ainda menor, segundo o cientista político da Unicamp (Universidade de Campinas), Valeriano Costa. “Os mais de 14 mil não correspondem aos verdadeiros participantes da vida política na cidade. Está superestimado. Os participantes devem estar em torno de 1% ou menos”, analisa. “Na realidade geral, os filiados só participam da política nas eleições.”
Das 24 siglas registradas nas duas zonas eleitorais da cidade, 18 apoiaram a candidatura majoritária do PSDB. Outras seis fizeram oposição aos tucanos. As estatísticas podem explicar a vitória no primeiro turno e a predominância do partido no poder da cidade há quase 20 anos. Mesmo não sendo a legenda com maior número de cadastrados (1.781), o PSDB consegue reunir militâncias e candidatos a vereador em partidos menores. A massa de filiados situacionistas chegou a 83,83% no pleito de 2008.
A ocorrência dos chamados ´partidos de aluguel´, no entanto, pode se tornar negativa para Jundiaí, segundo o cientista. “É ruim à medida que as legendas deixem de expressar interesses de parte da sociedade para refletir o interesse de pequenos grupos que controlam os partidos”, alerta.
Já o PT, por exemplo, com 1.976 filiados (o segundo maior) não fez coligações no pleito do ano passado e, sozinho, acabou na terceira colocação com o então candidato a prefeito Gerson Sartori. “Por isso defendo a reforma política urgente. Porque o eleitor acha que está votando na pessoa, mas está votando na coligação”, defende Sartori, que é vice-presidente do PT local. Segundo o especialista da Unicamp, é normal o fato do número de filiados ser maior nos partidos com vínculo ao governo. “Essa é uma tendência da sazonalidade de filiação.”
PTB no topo – O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) aparece em primeiro lugar no ranking dos partidos com mais filiados em Jundiaí. Para o presidente da sigla, Ari Castro Nunes Filho, os 2.037 registros são fruto de trabalho e agilidade na captação dos nomes. “Em todas as eleições eu busco novas pessoas e isso surte efeito. Para o novo recadastramento vamos levar mais fichas ainda para reforçar”, enfatiza o dirigente.
Mais que o número, Ari Castro analisa a importância da participação interna do partido na vida política da cidade. “O PTB faz apenas três ou quatro reuniões no ano. Mas, sempre estão presentes pelo menos 500 pessoas.”
Com dois vereadores na Câmara (Enivaldo de Freitas, o Val, parlamentar mais votado na cidade, e Marcelo Gastaldo), a sigla foi uma das que mais puxou votos para a coligação majoritária tucana no ano passado. “Nunca fizemos menos que 20 mil votos na cidade”, ressalta.
THIAGO GODINHO
