Se costumamos reclamar que os combustíveis no Brasil são caros (e de fato são), veja que interessante esse levantamento sobre a defasagem de preços da Petrobrás:
(Extraído de: OESP, 11/02/2009, por Fabiano Maia)
A gasolina da Petrobrás é cara demais
O preço da gasolina vendida nas refinarias da Petrobrás está aproximadamente 34% mais elevado do que o negociado no mercado internacional de combustíveis, segundo estimativa do banco Credit Suisse, que considera valores colhidos em 10 de fevereiro. No caso do óleo diesel, essa diferença seria de 41%.
Essa defasagem, que para a equipe de análise da instituição já representa uma ameaça à inflação, reforça a expectativa por um corte nos preços dos derivados praticados pela Petrobrás. Mas, no mesmo relatório no qual aponta o problema, o banco avalia que é elevada a incerteza sobre a redução nos preços domésticos nos próximos meses e, portanto, não considera essa iniciativa em seu cenário para a inflação.
O Credit Suisse ainda observa que também há um significativo descompasso entre os preços do petróleo praticados no mercado à vista e o valor do barril negociado no mercado futuro. Ontem, enquanto o barril de petróleo com entrega para fevereiro de 2010 era cotado a US$ 54,97, o preço à vista da commodity estava em US$ 37,55. Mas caso o preço spot, daqui para frente, confirme os preços futuros, a tendência é de que o diferencial entre o preço doméstico e o internacional dos derivados caia.
O banco traça o seguinte cenário: se o preço à vista, nos próximos meses, convergir para os valores negociados no mercado futuro para entrega em dezembro de 2009 (US$ 53,8 o barril), a defasagem entre os preços da gasolina praticados pela Petrobrás e os do mercado internacional cairia para 10,2%.
Mas, caso a Petrobrás opte por uma redução nos preços internos e diminua essa defasagem por completo, os preços para o consumidor seriam reduzidos em 21% para a gasolina e em 37% para o diesel, calcula o Credit Suisse. O impacto desse movimento no IPCA, índice utilizado no regime de metas de inflação, seria de 0,9 ponto porcentual, também de acordo com o banco.
