Respeitado, mas corporativista

O que dizer do discurso do deputado Aldo Rebelo, candidato à presidência da Câmara dos Deputados, cuja eleição ocorreu na última segunda-feira? Simplesmente, ele criticou a ação da imprensa que persegue os deputados... Coitadinhos dos nobres parlamentares. Até fiquei com dó…

Quer dizer que a culpa é da imprensa, deputado? Sempre tive a impressão de que Aldo Rebelo fôsse mais sério do que realmente é. Apesar de não concordar com suas convicções políticas (ele é declaradamente comunista), sempre tive respeito à seriedade e serenidade demonstrada. Mas na campanha contra Michel Temer (que foi o eleito), ele argumentou que o voto na sua candidatura era o mais correto pois defendeu a Casa em 5 absurdas CPI’s! Quer dizer que na CPI do Mensalão todos eram honestos? Que a do Waldomiro Diniz e seus sangue-sugas era injusta? Que a dos Correios, então, era blefe? Sem dizer das quedas do José Dirceu e José Genuíno.

Pior: acusou essas 5 CPI’s de só terem ocorrido devido a ação da imprensa. Graças a Deus a imprensa conseguiu essas CPI’s, pois se dependessem da boa vontade dos nobres parlamentares…

Olha o absurdo que ele discursou, extraído de: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL982707-5601,00.html

 

Em discurso, Aldo critica possibilidade de ‘monopólio’ do PMDB no Congresso

Para o deputado comunista, o fato não seria ‘saudável’ para a democracia.
Ele disputa com Michel Temer e Ciro Nogueira a presidência da Câmara.

O deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) usou o seu discurso, nesta segunda-feira (2), para fazer críticas à possibilidade de o PMDB comandar ao mesmo tempo a Câmara e o Senado. Para o deputado comunista, o fato não seria “saudável” para a democracia.

Aldo disputa com Michel Temer (PMDB-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI) a presidência da Câmara, enquanto José Sarney (PMDB-AP) e Tião Viana (PT-AC) disputam no Senado. Com o fim dos discursos, os deputados passaram ao voto, que acontece de forma secreta e em urnas eletrônicas. Além do presidente, os deputados votam para eleger outros dez integrantes da Mesa Diretora.

Em sua exposição, Aldo destacou seu passado político como ministro da Articulação Política e presidente da Câmara na época dos escândalos de Severino Cavalcanti (PP-PE) e mensalão. “Eram cinco CPIs funcionando como tribunal de inquisição sob aplauso de imprensa”. Afirmou ter tido coragem e solidariedade com os colegas investigados.

Aldo fez muitas críticas à possibilidade de um mesmo partido comandar as duas Casas, o que aconteceria no caso de vitórias de Temer e Sarney. “Não se pode dar concentração de poder, monopólio e hipertrofia a um partido (…) Fala-se no apoio à Dilma Rousseff (para a Presidência em 2010). Amanhã, o apoio vai depender de uma lista infindável de reivindicações e muitos aqui na Câmara terão que ceder espaços para a importância e o tamanho do PMDB”.

O candidato do PC do B atacou também o acordo firmado entre PT e PMDB em 2007, pelo qual foi eleito Arlindo Chinaglia (PT-SP) com o compromisso de apoio a Michel Temer (PMDB-SP) agora. “Não creio que essa eleição seja uma farsa, para referendar acordo de cúpula, onde se transfere a presidência da Câmara como se transfere uma sesmaria ou uma herança”.