Compartilho interessante texto sobre as dificuldades na carreira profissional. Você se encaixa no perfil de injustiçado, ou de azarado, ou ainda desprezado? A culpa é de quem?
Leia este texto intitulado “Coitadinhos não existem“, extraído do “Blog do Executivo Ingênuo”, edição de 16/12/2008. É uma ótima reflexão para nossa situação no mercado de trabalho e na condução de nossas carreiras.
(Extraído de: http://portalexame.abril.com.br/blogs/manualdoexecutivo/listar1.shtml)
Coitadinhos não existem
O coroa era pândego. Seu olho azul brilhava um ardil fino e cortante quando me convidava a rir sobre alguma coisa. E ele convidava o interlocutor a achar graça das coisas a todo momento. O velho ria de tudo. De modo sarcástico e inteligentíssimo. Era um cínico no melhor sentido da palavra – um sujeito com poucas crenças, fé nenhuma, escaldado por anos de janela observando o comportamento humano, e uma capacidade tremenda de rir de si mesmo e dos outros e da nossa grande tragédia, ou tragicomédia, diária. Um dia me saiu com essa: “nunca conheci um supertalento que tenha sido injustiçado ao longo da carreira, um megaprofissional soterrado por um mercado malvado que lhe virou as costas”. Ele queria dizer com isso que quem descarrila, quem não dá certo, quem vive à margem, de algum modo fez por merecer estar naquela posição desconfortável. Segundo ele, você pode sofrer uma injustiça aqui, tomar uma rasteira ali. Mas se isso é um padrão em sua carreira, se isso se transforma num corolário de desculpas para você não ter chegado tão longe quanto queria, o mais provável é que a responsabilidade pelo fracasso seja sua e não dos outros. O mercado, na visão do meu velho professor, não desperdiça gente boa. Por mais que elas sejam cheias de arestas. Gente boa mesmo sempre tem lugar.
Por Adriano Silva
