O Instituto Humanitas, da UNISINOS, lançou um desfio, baseado numa experiência canadense: Você consegue ficar 1 dia sem consumir?
Olha que proposta interessante, extraída de: http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=18573
Não comprar um cafezinho. Nem um carro. Muito menos um apartamento de 500 m2 nos Jardins. Hoje é o “Buy Nothing Day”, dia da campanha mundial que insta consumidores a não comprarem nada por 24 horas. Criado em 1992 pela ONG canadense Adbusters, o dia mundial sem consumir seria uma forma de alertar para o excesso de consumismo no planeta, de acordo com o fundador da entidade, Kalle Lasn. Mas é, na verdade, o mundo do não.
A reportagem é de João Wady Cury e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 29-11-2008.
Lasn e sua equipe partiram da publicidade tradicional para o mundo bizarro e, assim, criam campanhas na tentativa de falar a verdade sobre os produtos vendidos na mídia – um tanto na linha do filme “Crazy People”, de 1990, em que Dudley Moore é um publicitário que vai parar no hospício (sic) e de lá, com sua nova equipe – os pacientes -, cria anúncios nos quais só fala a verdade sobre os produtos. Ou seja, um publicitário conceitual.
É o que acontece com as “spoofs campaignes” da Adbusters: o foco são as indústrias de bebidas, cigarros, moda e alimentos. Nada escapa. Algumas tornaram-se históricas e circulam por e-mail, fazendo a alegria de seu principal público: designers, redatores de publicidade, jornalistas. Vide bula.
É o caso da campanha parodiando a publicidade de uma marca de vodca, cujo título é revelador: “Absolut Impotence”. Ou impotência absoluta, apontando, com o perdão da má palavra, para a possibilidade de impotência sexual masculina causada pelo consumo excessivo de bebida alcoólica. Ou ainda o garoto-propaganda dos cigarros Camel, Joe Camel, que foi rebatizado de Joe Chemo, numa alusão à quimioterapia, tratamento de câncer, conseqüência do fumo.
O universo de ataque do “Buy Nothing Day”, diz Lasn, atinge 65 países. Nada mal. O que não significa que haja seguidores. Aliás, até agora, não se conseguiu medir o impacto das ações da ONG e se, de fato, são eficientes. Sabe-se apenas da sua popularidade entre universitários e da boa imagem de seu fundador, que em alguns nichos é tão famoso quanto o cineasta-ativista norte-americano Michael Moore.
Tem mais. A Adbusters faz todos os anos, em abril, uma campanha que leva adeptos a não ligarem a TV por uma semana. Antes chamava-se “TV Turnoff Week”, mas, com a invasão de tocadores de DVDs, MP3 e plataformas de jogos, foi rebatizada para “Mental Detox Week”. A pretensão é abalar o comércio e levar a audiência das TVs a nocaute e, com ela, a verba publicitária.
