Admiro muito o futebol-arte do Ronaldinho Gaúcho, que, a propósito, faz tempo que não tem mostrado. Mas o ato dele hoje, recebendo a premiação olímpica no pódio, conversando ao celular, é de matar!
Não sei como classificar esse deslize: é desrespeito, relaxo do atleta ou marketing? Já ouvi essas 3 versões, e, considerando como “marketing de emboscada”, foi uma estratégia extremamente infeliz.
O marketing de emboscada surgiu no futebol há algum tempo, e recentemente tivemos o centroavante Bebeto, nas Eliminatórias de 94, comemorando seus gols com o dedo em riste (em referência à propaganda do número 1 da Bhrama), junto as placas da cervejaria.
Já que o R. Gaúcho é garoto-propaganda da Oi, e a operadora está com forte campanha em SP, onde deve entrar, seria um tremendo anti-marketing esse momento. Não creio que seja uma jogada de mercado, mas sim uma tremenda desconsideração e falta de senso do jogador.
Abaixo, a imagem e a matéria extraída do Terra Esporte:

Bernardo Ramos, direto de Pequim – Terra Esportes
A relação é complicada desde antes da Olimpíada. E agora é apimentada por causa da premiação da Seleção Brasileira masculina. Os jogadores receberam a medalha de bronze neste sábado, no Ninho do Pássaro, com o uniforme da CBF (com o escudo escondido por uma fita adesiva), e não com o do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
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Sem o agasalho do COB, que vinha sendo usado pela equipe em viagens e na Vila Olímpica, Ronaldinho estava sorridente. Ele recebeu sua medalha vestido com o uniforme da CBF e chegou a falar no celular durante a premiação. Havia um acordo para que a roupa do COB fosse utilizada no pódio. Ninguém será multado pela atitude. Oficialmente, a entidade que rege o futebol se vê no direito de usar a camisa do patrocinador. Mas não é apenas isso.
A questão do uniforme é uma alfinetada no COB. A CBF até agora não aceita o apelo do Comitê para que o símbolo da entidade fosse retirado da camisa, sob argumento de que poderia prejudicar a campanha pela realização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. No dia 10 de agosto, na segunda rodada do torneio de futebol, o Brasil derrotou a Nova Zelândia com o uniforme sem o distintivo, o que causou incômodo até nos jogadores.
Mais. O estafe da Confederação Brasileira de Futebol reclama da falta de apoio no caso da liberação dos jogadores Diego e Rafinha, que tiveram de brigar com os clubes Werder Bremen e Schalke, respectivamente, para disputar a Olimpíada. Um dia antes da estréia na competição, o Tribunal Arbitral do Esporte deu ganho de causa às equipes alemãs, que reivindicavam o retorno imediato dos atletas.
Não pára por aí. Uma nota publicada às 13h19 desta sexta-feira no site da CBF, com o título “Futebol brasileiro conquista 100% de medalhas”, é mais uma provocação. De acordo com o texto da publicação “A CBF, através das seleções masculina e feminina de futebol, com as conquistas das medalhas de bronze e prata, respectivamente, deu a sua contribuição para melhorar a posição do Brasil no quadro geral de medalhas das Olimpíadas de Pequim”.
Ou seja, de acordo com pessoas de confiança do presidente Ricardo Teixeira, uma amostra, por meio do bronze no masculino e da prata no feminino, de que o futebol contribuiu para o sucesso do COB. De acordo com o chefe da missão brasileira em Pequim, Marcus Vinicius Freire, não haverá qualquer tipo de advertência ou reclamações em relação à atitude.
