É surpreendente o desdenho de certos Coordenadores Universitários. Recentemente, anunciou-se o péssimo rendimento de alguns cursos de Medicina, em especial o da UFBA (Universidade Federal da Bahia). Entrevistado, o coordenador do curso, Prof Dr Antonio Dantas, simplesmente ironizou o fato, ilustrando que “Isso se deve ao baixo QI dos baianos,e que (…) o baiano toca berimbau porque só tem uma corda. Se tivesse mais cordas, não conseguiria”. Ao invés dele mostrar preocupação, apenas uma resposta jocosa que foi interpretada pelos patrulheiros de plantão como “de tom racista”. Foi mal, teacher!
Mês: junho 2008
A Cor do Brasil
Aproveitando o tema Racismo, O IBGE divulgou que nosso país já tem a maior parte populacional negra. Em 1976, eram 57,2 % Brancos X 40,1 % Negros; em 2008, o número passou para 49,5 % Brancos X 49,7 % Negros. Ainda, quanto a renda, o mesmo instituto diz que em média um negro recebe 53% a menos que um branco.
Tais números podem ser interessantes, mas do que adianta se acabamos rotulando as pessoas por cor? Onde entram os “pardos”, que deve ser a maioria da população? Aliás, o que é ser pardo?
Tudo isso, sinceramente, passa a ser uma grande bobagem se definirmos grupos sociais pela cútis. Só existe uma raça, insisto, a raça humana.
A ética nos laboratórios
Essa pesquisa realmente preocupa. A Ética é a prudência para se evitar excessos. Veja esta questão que envolve os cientistas:
Extraído de:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u413926.shtml
Quase 10% dos cientistas já notaram desvios éticos em laboratórios
Segundo o resultado do levantamento, divulgado ontem pela revista “Nature”, 9% dos cientistas disseram já ter testemunhado algum caso de falsificação de resultados, plágio ou invenção de dados.
Entre os 267 episódios relatados para a pesquisa, 37% nunca foram denunciados a instâncias superiores para investigação, por medo de represálias ou de comprometer orçamentos coletivos.
Se o levantamento for uma amostra representativa, dizem os autores, mais de 3.000 casos de desvio ético podem estar ocorrendo anualmente nos EUA.
Considerações do Jogo das eliminatórias
Já dizia o polêmico Milton Neves (pelo menos, ele “massificou esta máxima”), o futebol é a coisa mais importante das menos importantes. E concordo integralmente. Assim, parece que há uma indignação nacional com o futebol brasileiro. E não é para menos. Afinal, a Canarinho (quanto tempo não se tem usado carinhosamente este termo) parece que não consegue mais jogar o que jogava anos atrás. Claro, sinal dos tempos… Globalização: todos assistem a todos os jogos e conhecem os adversários, principalmente quando eles são brasileiros; Internacionalização dos atletas: parece que é mais importante jogar na Europa do que “servir a Pátria”, e, por fim, a evolução dos selecionados adversários (pela mesma globalização futebolística) e baixo nivelamento da nossa esquadra.
Mas não quero atacar ou defender o treineiro Dunga. Afinal, ele foi campeão do mundo, e respeito tal feito (se eu jogasse ou treinasse, talvez poderia criticá-lo ou defendê-lo com propriedade, mas… quem tem o pé redondo apita o jogo!). E não convém a mim, na minha posição, falar sobre seu desempenho.
O que quero falar é sobre algumas nuances. A primeira: o jogo fez com que “passasse batido” a possível quebra de recorde em arrecadação de uma partida de futebol no Brasil: mais de R$ 6,6 milhões. A segunda: a pouca educação da torcida que vaiou o Hino Nacional Argentino – afinal, a educação deve estar acima da rivalidade, e terá jogo de volta (e não sei porque cargas d´água o Galvão Bueno disse que a torcida ouviu respeitosamente o Hino deles!?! – ops: cargas d’água eu confesso: desenterrei a expressão). A terceira: A fantástica Gal Costa errou o nosso Hino, suprimindo algumas letras e cantando apenas a primeira parte – afinal, quando é só a melodia, toca-se pelo meio; quando é cantado, o Hino deve ser por inteiro.
Falemos da Arbitragem do Oscar Ruiz. Claro, não vou ferir e nem devo comentar a atuação do colega, mas deve-se ressaltar, pelo propósito didático, que o lance envolvendo o goleiro portenho Pato Abbondanzieri segurando a camisa do atacante madrilista Robinho é pura interpretação. Opa! Interpretação? Mas não foi um puxão claro? O Arnaldo não disse que foi pênalti? Calma, vamos com calma…
Tem-se que opinar no ato. Não adianta ver inúmeras vezes e depois dizer que errou ou acertou, pois aí é covardia. No ato, tive pela minha humilde TV de 14 polegadas que houvera sido pênalti, mas o jogador continua disposto a jogar e “abdica” da marcação manifestando o desejo de seguir jogando. Bonito no papel, mas será que na prática foi isso o que ocorreu? No calor da partida, será que o atacante, o árbitro e até o goleiro pensaram nisso tudo? Ou será que dentro do campo o árbitro entendeu (e aí é interpretação) de que a mão que segura a camisa não teve força o suficiente para parar o atacante (que poderia nem ter percebido o agarrão ou a sua intensidade), e assim considerado jogada normal?
Percebeu que o lance não é tão claro assim? Talvez, dentro de campo, eu também mandasse seguir o lance, e pela TV daria pênalti. Ou vice-versa. Mas agora não vale, pois veja o tempo que cheguei para concluir esse raciocínio e escrevê-lo.
Apitar é ter raciocínio rápido. Estamos discutindo, concordando e discordando da marcação. E nós, árbitros, temos uma fração de segundos para tomar a decisão. Mais um motivo para aprimorarmos, treinarmos e assistirmos até bolinha de gude para podermos trocar informações, experiências e dúvidas.
Quanto ao jogo, que já disse estar impossibilitado de comentar sobre o Dunga, só para dizer que não falei nada: já imaginou um Mineirão transbordando de gente, gritando “Fora Dunga, Zico, Zico!”? Não é fácil… E o inédito grito de “Jumento, Jumento”. Pô amigos mineiros, vocês foram criativos, hein? Já ouvi muita coisa, mas “Jumento”?
Finalizando, não vi ninguém comentando a ótima atuação do nosso colega Gaciba no Bolívia X Paraguai. É isso aí Gaciba, pelo menos no apito a rodada foi boa para os brasileiros.
Obs: Não tem nada a ver com as eliminatórias e já é assunto vencido: o lance do Acosta no Magrão pela Copa do Brasil: quem assistiu pela Globo, viu seu comentarista dizendo “Pênalti, foi claro, errou o juiz”. E quem viu pelo Sportv, reparou que o comentarista disse “Nada, acertou o Herbert”.
Vai entender… não podemos contentar a todos. E nem é dever nosso. Nossa obrigação é contentar a regra e defender o Fair Play.
Racismo do mau jornalista
Se você pensa que já viu de tudo em questão de opinião infeliz, idiotice e arrogância, leia abaixo o texto do (talvez pseudo) jornalista Julio Viana, do Jornal Diário do Commércio de Pernambuco. É inadmissível que exista tamanha apologia à violência, sentimento de intolerância e irresponsabilidade na imprensa como esta matéria a seguir. A entidade que congrega os jornalistas deveria cassar o direito deste cidadão exercer a sua profissão.
Abaixo, o conteúdo do péssimo jornalista, reproduzido no blog do competentíssimo jornalista Fernando Sampaio, da Rádio Jovem Pan, incluindo seu próprio, correto e ponderado comentário. (em verde, a opinião de Sampaio; em azul, a do falso defensor dos interesses do NE).
Observação: tudo isso por causa do jogo Sport X Corinthians, que decidiu a Copa do Brasil. Dá para acreditar que as pessoas fazem isso por uma partida de futebol?
Extraído de: http://fernandosampaio.typepad.com/blog_do_fernando_sampaio/
Ignorância Intolerável
Não entendi porque depois dos incidentes envolvendo o Botafogo, o Governo do Pernambuco não pediu desculpas aos cariocas. Pelo contrário, condecorou a violência da polícia contra os visitantes. A situação está ficando pior com a final da Copa do Brasil.
Junior Viana trabalha na rádio Guarany do Recife onde apresenta o “Programa do Leão”. Escreve no Fórum “Sou Sport”, de responsabilidade do Jornal do Commercio. Duvido que seja jornalista. Se tem diploma deveria devolvê-lo. Na minha opinião Viana é um incentivador da violência, um racista que defende uma Revolução Pernambucana, como aquela Revolução dos Padres de 1817.
Leiam trechos do texto que Junior Viana escreveu:
CORINTHIANS- Estou um tanto quanto preocupado com o que pode ocorrer no extra-campo, pois ninguém me tira da cabeça que A SAÍDA ABRUPTA DE ROMERITO TEM A MÃO DELES e o Goiás passa a ser o segundo time fora de PE mais odiado de todos nós. Isso já mostra do que é capaz um time do “eixo” para ganhar um título, pois futebol eles não têm pra nos vencer em campo. Outro problema grande que visualizo é a TENTATIVA DE INVASÃO DA TORCIDA DELES NA ILHA, pois a “paraibacada” vem toda pra cá, enquanto que os rubro-negros que estão seguindo pra São Paulo correm o risco de não entrarem no estádio, visto que, assim como o Vasco, o “Timão” também está dificultando o acesso de nossa torcida ao jogo. Acho EXTREMAMENTE NECESSÁRIO que todos nós paguemos com a mesma moeda: VAMOS IMPEDIR A ENTRADA DELES NA ILHA, dando vez à nossa torcida, a Ilha é nossa! Esta final não é simplesmente um jogo, é uma GUERRA, e como guerra temos que recorrer a novas manobras, se em São Januário-RJ, sofremos pela ação da diretoria do Vasco e omissão das autoridades locais, façamos o mesmo aqui. Apologia à violência? De jeito nenhum, apenas quero este título, a qualquer custo.
Desculpe a baixaria. Fiquei em dúvida em dar espaço para este pusilânime, mas entendi que este tipo de comportamento deve ficar registrado para que possamos combater os guerrilheiros retrógrados que ainda existem neste país.
Nessa, nem no divertido “Esporte em Discussão” discordaram do Fernando Sampaio. Tenho certeza que a corretíssima equipe da Pan assinou em baixo. É uma pena que permitam que alguém com a caneta na mão faça deste instrumento uma arma. Será que o Jornal do Commércio se pronunciou? Lamentavelmente, parece que está longe o tempo em que se voltará a ter famílias nos estádios assistindo a uma partida de forma verdadeiramente segura, e que o futebol seja um instrumento de paz e entretenimento, não essa dita “guerra” pregada.
O Saci como mascote da Copa
Tem gente que possui uma habilidade incrível de escrever. O Torero, da Folha de São Paulo, é um desses caras que admiro por essa facilidade. Abaixo, leia o texto brilhante, nacionalista e simpático sobre a escolha do mascote da Copa Brasileira. Depois diga: o homem não escreve fácil mesmo? E, mesmo dentro deste texto “brincalhão”, responda se quiser: qual sua sugestão para mascote da nossa Copa?
Extraído de: www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk1006200819.htm&COD_PRODUTO=7
Geralmente os mascotes de eventos esportivos são uns tipos bobos, no estilo fofinho-sem graça. Creio que o único que é lembrado até hoje é o Misha, dos Jogos Olímpicos de Moscou, que derramou uma lágrima na cerimônia de encerramento e gerou um “ohhhh….” mundial.
Mas é uma exceção. Alguém lembra do Footix, da França, do Gauchito, da Argentina, ou dos três Spheriks, da Copa de 2002? Eu não lembrava. E só escrevi seus nomes graças a São Google.
Mas em 2014 temos a chance de fazer algo diferente, algo que simbolize o Brasil e fique marcado na memória dos torcedores de todo o mundo, algo que venha da cultura popular e traduza o que é este país.
Pois bem, pernicurto leitor e pernuda leitora, antes que marqueteiros venham com Pelezicos, Bolitos e Brazukas, proponho: o Saci!
Ele é a síntese da formação do povo brasileiro. Nasceu com os índios das missões jesuíticas (com duas pernas), foi adotado pelos negros e perdeu uma delas (há várias versões para isso, mas a que mais gosto é a que diz que ele estava preso por grilhões e preferiu ser um perneta livre a um escravo com duas pernas) e, por fim, ganhou um gorro vermelho dos imigrantes europeus (objeto típico de vários mitos brancos, como o Papai Noel, mas também era usado pelos republicanos, durante a Revolução Francesa e, na Roma Antiga, pelos escravos que se libertavam).
Só não há orientais em sua gênese, pois eles chegaram ao Brasil já no século 20. Porém, há relatos que um tal de Sacimi ou Sashimi ronda o bairro da Liberdade.
Além de representar a mescla brasileira, também reflete um tanto de nossa alma: é pelado e brincalhão.
Seria sensacional que um mascote de uma Copa fosse negro e com uma perna só. Outra vantagem é que o Saci já tem tradição na luta contra inimigos estrangeiros. Seu dia é o 31 de outubro, mesma data do Halloween, mania estranhíssima que está entrando em nossas escolas.
Os gremistas são os únicos que podem torcer o nariz, já que o Saci é associado ao Internacional (e também, façamos justiça, ao Social Futebol Clube, em Coronel Fabriciano-MG), mas, como o mito nasceu no Sul, pode ser que os tricolores perdoem esta falha.
O Saci ficou esquecido por um bom tempo, mas no começo do século passado foi revitalizado por Monteiro Lobato, nosso maior escritor para crianças, e hoje tem até uma ONC dedicada a ele (não é ONG, é ONC mesmo, de Organização Não-Capitalista), a Sociedade de Observadores de Saci, a Sosaci.
A idéia é brilhante e, assim, obviamente não é minha. Ela me foi passada pelo jornalista Mouzar Benedito (com quem revezo a última página da revista do Brasil), mas desde o primeiro momento abracei-a como se fosse minha (azar do Mouzar).
Unamo-nos nesta nobre cruzada. Abaixo os mascotes fofinhos!
Viva o Saci!
O Saci dá pé!
Fonte: José Roberto Torero
Folha de São Paulo
A polêmica entre Cruzeiro e Vasco
Para muitos, surpresa; para outros, ignorância; para poucos, entendimento rápido da regra.
Será que o fato de espalmar a bola com a mão e só depois de um certo tempo agarrá-la, é um “bi-toque”? No primeiro lance seria uma defesa parcial que se concretizou posteriormente e o árbitro estaria errado? Ou não necessariamente deveríamos entender defesa o uso das mãos, mas perceber que a posse de bola (quando tem pleno domínio com os pés) já possibilita que a bola esteja em jogo, impossibilitando agarrá-la novamente?
Aos colegas árbitros, o entendimento pode ser claro. Mas aos amigos futebolistas e torcedores apaixonados, pode demorar um pouco para entender. Abaixo, reproduzo material da CA-CBF, do presidente Sérgio Correa da Silva, que esmiuçou a regra para mostrar e clarear a mente dos apitadores. Parafraseando o comentarista e ex-árbitro Arnaldo César Coelho, a regra é clara. Veja:
De acordo com a Regra 12, “FALTAS E INCORREÇÕES”, no item INFRAÇÕES DE GOLEIRO, em instruções às “Regras do jogo e diretrizes para árbitro“, o texto é o seguinte:
” O GOLEIRO NÃO PODE TOCAR A BOLA COM SUAS MÃOS EM SUA PRÓPRIA ÁREA PENAL, NAS SEGUINTES CIRCUNSTÂNCIAS:
* SE ELE VOLTA A TOCAR A BOLA COM AS MÃOS, DEPOIS DE TÊ-LA POSTO EM DISPUTA E ANTES DE A BOLA TER TOCADO EM OUTRO JOGADOR.
– CONSIDERA-SE QUE O GOLEIRO CONTROLA A BOLA AO TOCÁ-LA COM QUALQUER PARTE DE SUAS MÃOS OU BRAÇOS, EXCETO SE A BOLA REBATE ACIDENTALMENTE NELE, POR EXEMPLO DEPOIS DE HAVER EFETUADO UMA DEFESA;
– POSSE DE BOLA INCLUI O ATO DE O GOLEIRO AMORTECER INTENCIONALMENTE A BOLA;
Abs.
Sérgio Corrêa
Aos amigos que faziam muita confusão e em especial ao do telefone inoportuno a noite: Clareou? Entendeu? Quer que desenhe (isso foi irônico)? rsrsrs
Qualquer dúvida, aberto a debates.
A impunidade galopante
Que país é este em que a memória curta, a sensação de impunidade e o desrespeito ao cidadão se fazem insistentemente presentes?
Lembram do Marcos Valério, o “carequinha do Mensalão”? O “homem do dinheiro”, que deu propina a muitos políticos e juntos assaltaram os cofres públicos? Veja o que a Justiça decidiu sobre ele:
Justiça de BH condena Marcos Valério por falsidade ideológica
Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do mensalão, foi condenado pela Justiça mineira por crime de falsidade ideológica. Ainda cabe recurso da decisão do juiz Walter Luiz de Melo, da 4ª Vara Criminal de Belo Horizonte.
Segundo a assessoria da 4ª Vara Criminal, a condenação não tem relação direta com o mensalão. Marcos Valério foi condenado a um ano de prisão em regime aberto, mas a pena foi substituída por multa de dois salários mínimos, em favor de uma igreja, e prestação de serviço comunitário durante dois anos.
Segundo a denúncia, a agência de publicidade SMP&B, da qual Marcos Valério era sócio, fazia a emissão de notas fiscais frias para uma empresa prestadora de serviços. Com isso, a SMP&B teria a possibilidade de conseguir abatimento de impostos.
Segundo denúncia do Ministério Público, mais sete pessoas foram acusadas de emissão de notas fiscais para uma empresa de prestação de serviços simulando trabalhos realizados pela empresa de agosto de 2002 a novembro de 2003.
Todos foram denunciados por crime de falsidade ideológica. No entanto, segundo a Justiça, cinco acusados aceitaram proposta de suspensão do processo, prevista em lei dos juizados especiais para crimes cuja pena mínima é igual ou menor a um ano.
Praticar a lavagem de dinheiro que fez , envolver tanta gente e parar o país, e isso custará apenas 2 salários mínimos. Isso faz com que se roube muito, pague-se um bom advogado e ainda sobre uns bons trocados! Agora, a pergunta que não cala: dos inúmeros processos, quanto tempo ele vai realmente pagar?
É assim que se faz a Diferença
Muitas vezes nos achamos incapacitados em promover o bem, muito menos em mudar a vida do próximo. Ao menos tentar! Veja, abaixo, a trajetória do padre James Crowe, ou simplesmente, padre Jaime.
(extraído de Revista Época: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI5301-15228,00-MUITO+MAIS+QUE+UM+PADRE.html)
James Crowe nasceu na Irlanda, em 1945, e cresceu na área rural no condado de Clare. A cidade mais próxima tinha 50 mil habitantes e ele não se recorda de jamais ter encontrado a porta de casa trancada. Alternava os estudos com o trabalho na fazenda da família, onde ordenhava as vacas, plantava batata e jogava futebol com os nove irmãos. Católicos como a maioria dos irlandeses, seus pais não perdiam a missa aos domingos. Aos 17 anos, James teve de se decidir entre a faculdade de Agronomia e o seminário. Os amigos missionários que traziam histórias de comunidades isoladas na África o convenceram a optar pelo seminário. No ano em que foi ordenado padre, porém, o papa João XXIII cobrava mais atenção à América Latina. Assim, aos 24 anos, James desembarcou em São Paulo.
Quatro décadas depois, o padre Jaime atravessa o centro do Jardim Ângela, na periferia de São Paulo. O bairro de 280 mil habitantes foi considerado o mais violento do mundo em 1996 pelas Nações Unidas. Uma moradora se aproxima para cumprimentá-lo. Ele segura sua mão, dá um beijo e pede a bênção. Ela ri: “Bença o senhor, padre!”. A um quarteirão da igreja, ele entra na base de Polícia Comunitária, aperta a mão de todos e brinca com um palmeirense. “Esse aí veio da Europa torcer pelo Corinthians”, diz o policial. “Tem de ter mais classe, padre. Save the Queen!” Padre Jaime o corrige: “God save the Queen!” (“Deus Salve a Rainha”, nome do hino da Inglaterra). E retoma o português carregado de sotaque: “O senhor sabe que essa frase é considerada uma ofensa na Irlanda?”. Os dois dão risada. A parte sul da Irlanda, onde o padre nasceu, se tornou independente da Inglaterra em 1922.
A auto-ironia e o carisma são os principais instrumentos de Jaime (como é chamado pelos íntimos) em sua missão ao Brasil. Atravessar o quarteirão e entrar na polícia é uma de suas conquistas. Em 1996, ele decidiu que, como padre do bairro mais violento do mundo, não podia seguir apenas “enterrando e rezando missa de sétimo dia”. No dia 2 de novembro daquele ano, Dia de Finados, organizou a Caminhada pela Vida e pela Paz, que refazia o trajeto ao qual já estava habituado: da igreja ao cemitério. Ao contar 5 mil pessoas andando a seu lado, viu o potencial de mobilização que o tema gerava. Liderou então a criação do Fórum em Defesa da Vida e pela Superação da Violência, grupo que até hoje enche os bancos da igreja toda primeira sexta-feira do mês. São mais de 200 entidades e organizações sociais da região. Juntas, ganham poder de reivindicação diante do governo. Graças ao grupo, o bairro ganhou seu primeiro hospital neste ano.
Nas primeiras reuniões do Fórum, padre Jaime lançou a necessidade de uma polícia diferente. “Aqui só chegava a Rota, naquelas viaturas escuras, com metralhadoras para fora, amedrontando o povo”, afirma. Entre reuniões na igreja e no governo do Estado, falava sobre uma polícia que conhecesse os moradores e fosse conhecida por eles. Em 1999, o modelo foi implementado por meio da Polícia Comunitária. Uma das primeiras bases do Estado foi construída no Jardim Ângela. De lá para cá, a violência caiu 76%. O índice de homicídios chegou a 128 para cada 100 mil habitantes em 2000. Seguindo a mesma proporção, hoje está em 28. “O crime caiu em todo o Estado, mas no Ângela caiu mais graças à parceria com o grupo de Jaime”, afirma o sociólogo Túlio Kahn, coordenador de análise e planejamento da Secretaria de Segurança Pública. “O bairro virou vitrine de como a sociedade e a polícia podem trabalhar em conjunto”. A base do bairro hoje localiza criminosos foragidos por causa de denúncias feitas pela população. A última chegou em uma bola de papel, jogada pela janela dos fundos da base.
“Eu não podia continuar apenas enterrando e rezando missas de sétimo dia”
Quando recebe chamados de mulheres que sofrem violência doméstica ou crianças vítimas de abuso sexual, a polícia encaminha as vítimas para a Sociedade Santos Mártires, da qual o padre é presidente. Além desses serviços, a entidade tem 30 núcleos de atendimento entre creches, cursos profissionalizantes e uma unidade de internação para dependentes químicos. A rede chega a 11 mil moradores por mês.
A rotina do padre Jaime ficou corrida, ele lamenta não conseguir mais tomar cafezinho com os vizinhos. Só consegue relaxar no fim do dia, quando senta para tomar caipirinha com os amigos. Sempre que tem tempo, acende seu cachimbo. “Só fumo Irlandês”, diz, mostrando a palha que, apesar do nome, é uma marca feita no Brasil. “O pessoal aqui o chama de padre do cachimbo e da caipirinha”, diz Fábio Vicente de Souza, que trabalha na administração da Sociedade.
Ano sim, ano não, padre Jaime volta à Irlanda para ver a família, que mora na mesma fazenda de sua infância, e celebrar o casamento dos sobrinhos. Já casou 12. A viagem serve para “não deixar os olhos se acostumar” com os problemas do Jardim Ângela: “Os rostos de fome, as casas sem acabamento… O maior pecado é achar isso normal”.
Padre Jaime carrega o espírito da Igreja que encontrou quando chegou ao Brasil em 1969. No auge do regime militar, desembarcou uma semana depois da prisão de um grupo de padres dominicanos que apoiavam a resistência à ditadura. No ano seguinte viu dom Paulo Evaristo Arns assumir a arquidiocese de São Paulo e vender o Palácio Episcopal para construir centros comunitários na periferia. “Era um momento positivo, totalmente diferente da Europa, onde o próprio João XXIII dizia que a Igreja estava acomodada”, diz o padre, que chama de “questionadora” sua relação atual com a Igreja.
A reportagem de ÉPOCA pede ao padre que indique uma família que simbolize a recuperação do bairro. Ele faz um longo silêncio: “Só me lembro de casos tristes”. Conta, então, a história de uma família vizinha à igreja que, em 2002, perdeu um dos dez filhos para o tráfico. Depois de orar no velório, o padre se aproximou de um dos irmãos do morto. “Olha bem para ele, Jaime”, disse o jovem de 16 anos. “Está melhor do que eu. Viver para quê?” Em menos de um ano, padre Jaime estava de volta ao cemitério para rezar pelo corpo do jovem desencantado, morto pelo tráfico como o irmão mais velho. “Os pais desses meninos estão deprimidos até hoje”, afirma. “Não há o que se diga para consolar”. Padre Jaime sabe que recuperar famílias que enterraram seus filhos é mais difícil que reduzir índices de violência. É missão para o padre, o militante, o vizinho e quantos papéis mais ele conseguir desempenhar.
Lee Siegel e os idiotas da internet
O articulista do Los Angeles Time, Lee Siegel, discutiu recentemente sobre o que há de inteligente na Web. E seus comentários são surpreendentes! Por exemplo: Na China, há milhões de blogs, que quase ninguém lê. Lá se escreve de tudo, das verdades às mentiras, e, principalmente, muita bobagem. Qual a serventia dos blogs? A quem os posts interessa? Literalmente, ele disse que “os blogs são como o espelho de Narciso na tela do PC. As pessoas vêem o reflexo da própria perdição (…) Se pudesse, proibiria as pessoas de escreverem sobre pseudônimos”. Quanto ao Google, disse que “Ele é assustador, pois compra a alma das pessoas e as vende para as empresas. Seu negócio é virá-las pelo avesso, e dominar a cultura da busca”.
Ousado esse Lee, não? Mas será que muitas das suas afirmações não são realmente verdadeiras? Há realmente muita bobagem na Web?
Os truculentos da bola
Lamentáveis as cenas do Estádio dos Aflitos. O destemperado jogador André Luís, do Botafogo, e a Polícia Pernambucana, sem dúvida, exageraram.
Após levar o segundo cartão amarelo e conseqüentemente o cartão vermelho (corretamente aplicado pelo colega Wilson Luís Seneme, por ter agindo com um carrinho o adversário), o atleta saiu de campo fazendo gestos ofensivos com o dedo e arremessou uma garrafa de água contra a torcida (segundo imagens da TV Globo). Um atleta profissional deve ter consciência do seu comportamento, e suas atitudes são inadmissíveis. Aliás, em 3 jogos que assisti, jogadores deram carrinho no adversário, levam cartão e demonstraram uma antidesportividade imensa (e, porque não, uma grande cara-de-pau) alegando que foram na bola e protestando com socos no ar. Não pode virar moda!
Agora, a polícia exagerou ao usar spray de pimenta e prender o atleta. Sinceramente, precisava de tudo isso? O ambiente esportivo do futebol tem sido trocado por um ar odioso de contendas e batalhas, o que é muito triste para o país que sempre desfilou o futebol-arte…
Para quem não viu a confusão, eis o link extraído de Teera Esportes:
O Melão Tentador
(extraído de http://veja.abril.com.br/051005/pompeu.html)
O Melão Tentador,
Variações em torno desse singular exemplar do gênero humano que é o juiz de futebol :
Antes, eles só se vestiam de preto. Já no uniforme se denunciavam como figuras cavernosas, urubus azarentos, anjos maus do luto e do agouro. Depois, assim como os padres, foram liberados do traje funéreo. E os juízes de futebol passaram a se apresentar com camisas e calções de outras cores. Numa outra e mais revolucionária mudança, e ao contrário do que acontece entre os padres, mulheres passaram a ser admitidas em seu meio. Uma coisa, porém, não mudou por mais que as camisas sejam azuis ou amarelas, em vez de pretas, e as coxas sejam roliças e suaves, em vez de ásperas e peludas. O juiz é um salafrário. Todo juiz é culpado até prova em contrário. Pensando bem, é culpado mesmo com prova em contrário.
Já quando ele entra no gramado, é recebido com vaia. Não há caso similar, em nenhuma outra atividade humana. É a “vaia preventiva”, como bem chamou o colunista Luiz Zanin, no Estado de S. Paulo. Os minutos que antecedem o jogo são festivos. Ninguém ainda tem motivo para queixa. As torcidas cantam. Paira no ar aquela eletricidade em parte feita de alegria, em parte de tensa expectativa. Então desponta em campo “sua senhoria”, como era chamado, ou talvez ainda seja, pela crônica esportiva, e desaba sobre ela, bem como sobre os bandeirinhas, que a escoltam, uma vaia estrondosa, avassaladora, acachapante. É o único momento em que o estádio todo se une. Durante o jogo o juiz será vaiado por uma ou outra torcida, mas agora são as duas juntas, e mesmo os eventuais neutros, e talvez até os estrangeiros presentes sem outro propósito senão fazer turismo, que se irmanam num desmoralizante uníssono. Trata-se de um dos mais antigos e mais sagrados rituais do futebol. Ele não fez nada ainda, nem de certo nem de errado. Por isso mesmo, merece vaia.
A quadrilha dos gramados denunciada na última edição desta revista pôs em evidência essa extraordinária variante do gênero humano que é o juiz de futebol. Que culpas, que necessidade de expiações colossais leva alguém a abraçar tal profissão? Um comercial de televisão de pouco tempo atrás mostrava Ronaldinho Gaúcho, ainda menino, metido num uniforme de juiz e de apito na boca. “Eu não queria ser jogador, queria ser juiz”, dizia ele. Até que um dia chutou uma lata de refrigerante e descobriu sua verdadeira vocação. O comercial provocava pasmo e hilaridade, menos pelo paradoxo de um craque, e um craque do calibre de Ronaldinho Gaúcho, estar a apregoar que queria mesmo era ser juiz, mas, mais ainda, pelo fato de um garoto dizer que queria ser juiz. Não há isso. Juiz de futebol é profissão com a qual não se sonha na infância.
Um juiz pode ser honestíssimo, a grande maioria deles sem dúvida é honesta, mas o protótipo da classe, irremediavelmente, é o juiz ladrão. Sobre esse personagem correm, desde os primórdios do futebol, lendas espantosas. Há a história do juiz tão ladrão, mas tão ladrão, que se vendeu para os dois lados, e passou o jogo todo roubando descaradamente, ora para um time, ora para o outro. Aparentada a essa é a do juiz tão ladrão, mas tão ladrão, que os times costumavam juntar-se e pagar-lhe um contra-suborno, para que não roubasse.
No atual escândalo, dignos de entrar no repertório são os casos em que o juiz Edilson Pereira de Carvalho confessa que não conseguiu roubar como queria. No jogo Juventude x Figueirense, ele devia fazer o Juventude ganhar, mas ganhou o Figueirense – 4 a 1. “O Edmundo jogou demais”, desculpou-se. No jogo Santos x Corinthians, o serviço devia ser feito para o Corinthians, mas ganhou o Santos – 4 a 2. As escutas telefônicas revelam um Edilson abatido com o fracasso e ansioso por se recuperar no jogo seguinte. Estava em jogo sua reputação. Ele não podia suportar o vexame da inépcia na prática da ladroagem.
O juiz desonesto, nos tempos heróicos do futebol, era chamado pelo romântico qualificativo de “gaveteiro”. No futebol de São Paulo, fama de gaveteiro por excelência coube durante muitos anos a um personagem célebre em seu tempo, João Etzel Filho. É atribuída a ele uma história aproveitada no filme Boleiros, de Ugo Giorgetti, aquela em que o juiz cansa de mandar repetir um pênalti, batido por um jogador inepto, e decide, ele próprio, impedir aquele jogador de tentar de novo. Que o time arrumasse outro cobrador. Etzel não chegou a admitir que roubava, mas se vangloriava de saber apitar “politicamente”. Seja lá isso o que for, não deve ser boa coisa.
Uma vez, durante um jogo Palmeiras x Portuguesa, um torcedor junto do alambrado insistia em chamar a atenção de Etzel para um melão que tinha na mão. O juiz olhava para o torcedor e este lhe apontava o melão. Olhava, e lá vinha o melão. Terminado o jogo, Etzel foi perguntar ao homem que diabos significava aquilo. O torcedor explicou: dentro do melão estava escondido um dinheiro para sua senhoria. Etzel, ao contar essa história, dizia que reagiu indignado e denunciou o caso à federação, mas sabe-se como é – melão, assim como mensalão, só se oferece a quem se sabe de antemão que tende a apreciá-los.
Feliz Aniversário, Zé Bombinha
Tivemos o prazer de comemorarmos os dois anos de trabalho do nosso Auto Posto Harmonia. Após oito anos de dificuldades financeiras na construção, e de muito empenho do nosso dedicado pai, que sempre nos ajudou muito, nosso comércio vem trabalhando sempre corretamente, com ética, respeito aos funcionários e aos clientes, mesmo em um ramo onde a acirrada e desleal concorrência se faz presente. Mas com dedicação e honestidade, tudo flui satisfatoriamente. Obrigado aos amigos que nos prestigiam! Parabéns ao nosso mascote, o Zé Bombinha, e obrigado a Deus, que sempre nos ajuda e socorre!
