A Virada Cultural da capital

Novamente a cidade de São Paulo promoverá a virada cultural. Serão 32 horas de música, pintura, teatro e outros eventos, espalhados por todos os cantos da cidade. A iniciativa é ótima, não há o que discutir. Mas a qualidade e propósito dos shows, aí sim, é ponto de discussão.
No ano passado, um dos contratados foi o grupo Racionais MC, que durante uma canção acabou fazendo um discurso contra a PM, de apologia ao crime, o que irritou os policiais ali presentes, iniciando um tumulto gravíssimo. Letras ofensivas são transmissões culturais? Talvez apropriou-se de um evento de apologia à cultura, e levaram a cultura do ódio e intolerância, travestido de discurso contra preconceito da periferia (o que é peculiar dos fanáticos desse grupo). Espero que o excepcional evento tenha propósito e resultado positivo, e que vença a cultura da paz nessa maratona de arte.

Entendendo as Altas nos preços do Mundo

Certas economias sentem mais as crises do que outras. Mas certo é, nesses tempos de globalização, que todos hão de senti-la. É o chamado “efeito borboleta”, que para muitos é “efeito dominó”. O nome, em si, não importa.
Hoje, muito se reclama na alta dos preços dos combustíveis e dos alimentos. Países pobres estão, logicamente, sofrendo muito mais do que os ricos quanto à alimentação, que por ventura se preocupam mais com o preço da gasolina. Mas o que desencadeou essa crise nos preços mundiais?
Segundo a ONU ( que depois negou seu próprio discurso), a alta no preço dos alimentos se deve ao plantio dos biocombustíveis, e principalmente ao… Brasil! Ora, fazemos apologia e desejamos ser o celeiro do mundo, pois como disse o navegador português, “aqui se plantando tudo dá”. Mas será que é para tanto? Muitos ativistas reclamam que alguns países (principalmente o nosso) substituem plantação de comida por produção de álcool, encarecendo os alimentos. Mas sabiamente o presidente Lula retrucou dizendo que “ninguém vai falar que o aumento do petróleo encarece o Diesel que é necessário para a logística da produção”? Boas palavras, que poderiam e deveriam ser complementadas com o discurso de que o álcool (ainda) não é a matriz energética do mundo, mas sim o petróleo (energia para transporte, evidentemente). Para se ter idéia, 1 litro de Gasolina na França custa 1,5 euro; na Itália, 1,94 euro; na Inglaterra (transformado de libra para euro), 2,02 euro. Comparado ao nosso 2,39-2,49 reais, é um preço altíssimo, mesmo com os custos de vida e receitas européias.
O barril de petróleo, matéria-prima do Diesel que move os caminhões que transportam alimentos e das máquinas / equipamentos agrícolas, passou a marca histórica dos 100 dólares o barril há tempos. Nunca o preço esteve tão alto, nem na crise do petróleo dos anos 70. Sabemos também que o petróleo não é um bem renovável, e um dia suas reservas irão se esgotar. Tudo isso contribui para a alta do produto e reflete no preço dos alimentos. A verdade, única e crua, é essa.
Mas e quanto o “plantar energia ao invés de plantar comida”? Em parte, poderia ser verdade, se substituíssemos a área plantada de arroz, feijão e hortaliças, por área plantada de cana. E isso se tem observado nos EUA (a mudança da cultura agrícola), mas com um detalhe: ao invés de cana, se utiliza o milho para a produção de álcool. Logicamente, faltará milho para comer e o preço aumentará. E a produção do álcool de milho é caríssima.
Já no Brasil, possuímos a cultura da cana tropical, que produz álcool de ótima qualidade a um preço inferior. Mas com uma característica singular: não substituímos a comida pelo álcool, mas ampliamos as áreas de plantio. Assim, não há justificativa para criticar nosso agronegócio. Tampouco elementos para provocar alta no preço dos alimentos. Lá fora, verdadeiramente, a comida sobe pelo preço do combustível (Diesel, não Álcool como já explicado). Aqui, os alimentos têm subido por problemas pontuais: as fortes chuvas que atingiram como nunca o Nordestes brasileiro, a péssima estrutura logística, e o aumento do custo do trigo argentino (a Argentina vendia trigo para nós, mas está segurando o produto para trocar com gás boliviano ou petróleo venezuelano, fazendo com que o pão suba sensivelmente). Assim, uma coisa não tem (mais ou menos) a ver com a outra.
Importante: a Petrobrás divulgou (na surdina, é verdade) um estudo no qual necessitaria aumentar em 24% os preços da Gasolina e Diesel, para se equiparar aos mercados internacionais. Aí teríamos aumento de alimentos ocasionados pelo aumento dos combustíveis.

Atividades Universitárias

O Consumidor Questionador

Excelentes as atividades realizadas pelos alunos do 8º Semestre da disciplina de Tópicos Especiais em Adm 3. Em resposta ao questionamento: “Você é um consumidor questionador, bem informado e que cobra uma postura social e responsável das empresas?”, tivemos ótimas respostas.
Vários alunos citaram bons exemplos, como um aluno que brigou por encontrar produtos vencidos e diferentes nas gôndolas de supermercados; outro, que ensina aos sobrinhos questões de cidadania; e muitos outros que se preocupam com o reaproveitamento de embalagens e/ou produtos, pretendendo ser ecologicamente corretos.
Uma resposta chamou a atenção pelo fato do discente dizer sobre a importância do conhecimento da “política praticada e/ou imposta pela empresa, seu histórico e a realização de programas sociais”.
Por fim, alguns alunos (a minoria) disseram “não importar muito com tal prática”, e um alardeou o fato da dificuldade de se cobrar responsabilidade de uma empresa quando se é empregado da mesma. Bem lembrado!
Um trabalho foi enfático ao extremo: o aluno declarou que “se não tivermos uma prática radical enquanto consumidores, nossos filhos não contestaram nenhuma indústria, pois o mundo não mais existirá”. Cruz-Credo, que sujeito pessimista! Continue consciente, mas não apocalíptico.

O Comportamento do Empreendedor Familiar

Quanto a “dissertar sobre passionalidade e profissionalismo nos empreendimentos familiares”, boas respostas do pessoal do 5º semestre. Jéssica Rodrigues, por exemplo, mostrou grande lucidez ao abordar que o excesso de profissionalismo pode desvirtuar-se para falta de sensibilidade. Silvana Fernandes, observando as dificuldades de relacionamento, citou a “guerra de poder” dos mandatários, complementando com o comentário de Mônica da Costa Gimenes, alardeando a questão das decisões muitas vezes serem tomadas pelo lado pessoal. Isso faz, segundo Wagner Rodrigues Fernandes, que os administradores deixem de lado a razão e se movam pela emoção. Porém, Erônia V Jesus da Silva alertou que não se pode generalizar. Por fim, Arlindo J F Markizvicz sintetizou bem o fato de que “paixão e determinação, passionalidade e profissionalismo – devem ser bem distribuídos”.

As Diferenças Profissionais da Grande e Pequena Empresa.

Já os alunos do Segundo Semestre falaram sobre o planejamento de suas carreiras frente ao porte da empresa que atuam. Basicamente, houve uniformidade nas respostas, com destaque para a ótima citação de Vera Lúcia dos Santos Dias, sobre a dificuldade de opção de escolha entre os modelos de pequeno e grande porte no mercado de trabalho.
Já Patrícia Casagrande e Renato Alexandre da Silva pregaram a pequena empresa como fonte de busca de experiência profissional, para só então buscar uma grande corporação.