A contusão do Ronaldo

Certamente, até as pessoas que não gostam de futebol se compadeceram com a nova contusão do craque Ronaldo. Contusão que traz uma série de questionamentos e reflexões sobre a carreira e a qualidade do jogador. É claro que, ao escrever QUALIDADE, de pronto alguns pensarão: estará o professor duvidando do dom futebolístico do atleta? Não, evidentemente. Mas a discussão deve ser mais profunda.
Ronaldo Nazário, conhecido anteriormente como Ronaldinho, e após o advento do outro Ronaldo, o gaúcho, (o então técnico Vanderlei Luxemburgo mudou seu “nome artístico”), passou simplesmente a ser chamado de Ronaldo ou Fenômeno. Aliás, fenomenal é a história do atleta.
Tive a oportunidade de ver o Ronaldo ainda no Cruzeiro-MG, onde a sua forma magricela e rapidez já chamavam a atenção. Para os apaixonados por futebol, ninguém esquecerá quando o atacante roubou uma bola do magnífico goleiro uruguaio Rodolfo Rodriguez e o fez, literalmente, de bobo. Ousado, leve e inteligente, o jovem atacante de 16 anos despontava para o cenário nacional. Em pouco tempo, foi vendido ao PSV da Holanda, e ganhou projeção mundial. De lá para o Barcelona da Espanha, e posteriormente para a equipe da Internazionale da Itália. Num dos eventos patrocinados pela sua equipe e parceiros, tive novamente a oportunidade de vê-lo pessoalmente. Durante um evento bancado pela Pirelli, em Santo André, num campeonato de crianças carentes o qual tive o prazer de apitar, o Fenômeno desceu de helicóptero para entregar a taça à equipe campeã. Fiquei impressionado com o tamanho do jogador. Não tinha pescoço, pois era um tronco só. Forte excessivamente, beirando a gordura, não lembrava o franzino atacante que era. Sinceramente, ele de tão musculoso era assustador. Não tinha pinta de boleiro, mas de jogador de rúgbi. Daí por diante todos sabem do seu calvário. Sua contusão e a volta por cima na Copa de 2002. Suas novas contusões e suas novas tentativas em voltar a jogar num alto nível. Sua nova operação e sua nova preparação à volta aos gramados.
Para quem teve contato mais próximo dele, vai ter certeza que é um bom rapaz. Namorador, baladeiro, mas com um coração gigantesco. As noitadas trazem dúvidas do seu comportamento profissional, mas outros atributos compensam. O problema é que hoje Ronaldo é um jogador que vive do passado e da fama. Há muito ele não consegue render como antes. E não é culpa dele! É culpa do joelho. Todos torcem para o Ronaldo voltar, mas seria uma volta para sua despedida?
O ponto crucial da discussão é: teria sido Ronaldo drogado ao longo da sua carreira? O médico do Comitê de Dopagem da CBF Dr Bernardino Santi (demitido hoje!), declarou à Rádio Jovem Pan que quando Ronaldo jogou na Holanda, tomou doses de Esteróides Anabolizantes disfarçadamente (tomou sem saber), a fim de aumentar sua massa muscular. O médico ainda declarou que as causas do doping ocorrem muito tempo depois, ou seja, agora. Talvez ele tenha falado o que muitos gostariam ou que pensavam, mas não tinham coragem. E isso nos provoca à seguinte conclusão: como a indústria do doping está anos-luz à frente do anti-doping. Até através do exame de sangue se consegue burlar o resultado. Ronaldo deve ter, salvo engano, jogado no PSV em 1992-93-94. Os efeitos nocivos das drogas muitas vezes tardam, mas não perdoam. Eis o grande exemplo…

Quanto à qualidade, o que falar de alguém que jogou Barcelona X Real Madrid por ambas equipes e Internazionale X Milan também por ambas? Artilheiro maior da história das Copas e 3 vezes melhor do mundo!

A indagação inicial, delicadíssima em relação à sua qualidade, é de que: se não tivesse tomado drogas (involuntariamente), seu rendimento seria tão espetaculoso como foi ao longo da carreira?

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Opinião particular: acho que teria os mesmos números, porém, com uma carreira menos dolorida e com maior número de jogos.

Boa sorte, Ronaldo!

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