Fanfarronice da bola

Fanfarronices à parte, como é que a Fifa desautoriza partidas entre seleções de futebol acima de 2750m, alegando ser prejudicial à saúde, mas autoriza clubes de futebol a disputarem a Libertadores nessas alturas? No clube, ele pode; na seleção, não pode.

Deve-se levar em conta, em prol dos jogadores, não só as questões de altitude, mas as de temperatura, umidade, ambiente, entre outras. Se deve-se preservar a saúde, façamos-a sem privilégios.

Chavez e as Farcs

Sinto-me impelido em falar sobre Farc e Hugo Cháves. Mas o assunto já cansou. Alguém tem dúvida de que o ditador venezuelano é um “fanfarrão”, como está na moda se dizer? E que as Farcs são milícias terroristas que devem ser tratadas como tal?

As Escalações Curiosas

Futebol verdadeiramente é um microuniverso social. E disso, ninguém duvida. Já pude escrever algumas coisas em meu sítio (www.professorrafaelporcari.hpgvip.com.br), mas cada vez mais temos através do nobre esporte bretão, a sensação dos diversos reflexos pessoais. E um deles, muito curioso, é o dos nomes inusitados dos atletas. Como o futebol permite a inclusão de pessoas das mais diversas origens e culturas na busca de oportunidade de ascensão social, imagina-se a formação humilde de cada um, e os sonhos de seus progenitores. Na última semana, tive o prazer de arbitrar a disputada partida entre Santacruzense X Nacional, válida pela rodada de abertura da série A3 do Campeonato Paulista. Cada time tinha um Maxwel da Silva (um era Pereira, outro Ferreira). O destaque foi o bom jogador Uóchito (que homenageia Washington). Lembro-me do virtuoso jogador da Portuguesa, com breve passagem no São Paulo, apelidado de Capitão, cujo nome verdadeiro é Oliúde (em lembrança à Hollywood). Também não se deve esquecer do jogador Valdisney (à Walt Disney), ou do atacante sub20 de uma equipe que jogou na Copa São Paulo chamado (vamos com calma) Antonov Polovisk Lurskovisk da Silva – vulgo Bilú! Ainda bem que vingou o apelido de Bilú, pois o danado é bom de bola. Já imaginou para os narradores?
Em tempo, o jogador Capitão deu o seu nome para o herdeiro: Oliúde Jr. Gosto não se discute. Aliás, já deve ter gente, ao ler esse post, comentando o meu próprio nome… Mas que Porcaria, hein!

O Carnaval e a Camisinha

Não quero parecer retrógrado, demagogo ou patético. Mas me causa muita angústia a discussão radical entre Igreja e Estado sobre o uso da camisinha. Ambos possuem posições firmes e polêmicas. Às vezes, ambos têm razão e ao mesmo tempo não têm. E, sem querer apimentar a discussão, mas opinando em relação a esta situação, algumas ponderações devem ser feitas.
Inicialmente, todos sabemos dos cuidados devidos na prevenção contra essa mortal síndrome que é a Aids. Ponto que não se discute. A forma de prevenção é o ponto. Em recente visita ao Hospital Israelita Albert Einstein, centro médico de excelência maior, encontrei alguns folders que bem retratam o que penso. Lá, orientações para evitar o contágio com o vírus HIV. E a única forma de prevenção segura é a abstinência sexual ou as relações sexuais com parceiro fixo após exames. A camisa-de-Vênus (desenterrei este termo), ou simplesmente camisinha ou preservativo, por possuírem ressalvas (como defeito de fabricação ou mau uso), foi qualificada pelo HIAE como ação de baixo risco. Reforçando, baixo risco significa que existe risco.
Se olharmos com uma visão mais religiosa, não só a Igreja Católica, mas outras Igrejas Cristãs, o Judaísmo e demais profissões de fé, teremos a percepção que a fidelidade ao esposo / esposa é o sexo seguro adequado, evitando uma vulgarização do ato sexual e da dependência do amor físico, carnal. Se olharmos pelo lado estatal, a crise da saúde e os novos costumes levam à necessidade da adoção do incentivo ao preservativo.
O certo é que a visão de muitos é a de, partindo do ponto de vista que a camisinha é eficaz contra o contágio do vírus, tudo pode-se, tudo permite-se, transformando o que alguns pregam como liberdade sexual em libertinagem, enfurecendo os mais conservadores. Talvez a culpa seja do ministro Temporão, ao aceitar tranqüilamente o slogan: bom de cama é quem é bom na camisinha. O duplo sentido pode levar a outras interpretações menos puritanas, as quais tornam o preservativo masculino uma ferramenta de discórdia.

Interpretando a Interpretação

Confesso que não agüento mais ouvir a discussão nas rádios, jornais ou TV, sobre os lances polêmicos do jogo São Paulo X Corinthians com o Sálvio Spínola. Ouve-se de tudo! Comentários de especialistas e de leigos, alguns com lógica e outros ilógicos, expressões inteligentes e impressões absurdas.
Por alto, sem critério metodológico, creio que o que mais ouvi é que tudo isso é culpa da interpretação. Mas o que é interpretação?
A interpretação no futebol nada mais é do que a capacidade facultada ao árbitro de analisar um lance e tomar decisões. Quanto mais polêmico o lance, mais polêmica a decisão. Entretanto, a mesma deve ocorrer em um piscar de olhos. Às vezes, 1 segundo é um tempo precioso para se tomar uma decisão. Aí entra o “erro de fato” e o “erro de direito”. Erro de fato é aquele que você interpretou um lance, tomou a decisão, e posteriormente observou que era absurda sua marcação. Ex: A mão na bola ou bola na mão. Pôs a mão ou bateu na mão… Já o erro de direito é aquele que se caracteriza pelo desconhecimento da regra. Ou seja: a bola foi recuada para um goleiro por um companheiro de time e o árbitro esqueceu-se de que isso não podia. Na prática, o erro de direito permite anulação do jogo, pois é um “direito”. O erro de fato não, pois houve interpretação naquele fato momentâneo. Ambos não caracterizam dolo intencional.
Feita a introdução, me admiro em ver como a polêmica tomou corpo. É claro que é um clássico, é evidente que num Majestoso (a quanto tempo não se refere a este jogo pelo seu apelido) traz muita repercussão, mas erros como esses (se considerarmos como erro, não o estou aqui fazendo) acontecem com freqüência. E são erros inerentes do futebol, da sua natureza. Alguns passam desapercebidos, outros são mais claros. Em uma partida com inúmeras câmeras, é normal que eles sejam destacados. O que não se pode é creditar má-fé. Por qual motivo o árbitro agiria assim? Qual a intenção? São 2 equipes grandes e tradicionais.
Quanto ao lance em si, e por minha posição como árbitro profissional da FPF, colega do Sálvio e conhecedor dos meandros da arbitragem, não me encontro em posição confortável para comentar tais lances. Seria cômodo usar a desculpa da ética para não me comprometer, ou ainda praticar o proselitismo em torno da categoria. Mas ousarei usar o Fair Play para dizer que faço valer a resposta batida, mas adequada, de que os lances são interpretativos. Se a minha interpretação seria a mesma do Sálvio? Aí já é outra história…
Em tempo: não se pode execrar um árbitro por uma partida. Às vezes, acorda-se num dia ruim, tudo dá errado e frusta-se uma expectativa. E aqui lembro-me de certa vez, em 2004, quando estávamos em pré-temporada para o Paulistão daquele ano, que o árbitro Cléber Abade disse, após realizarmos uma atividade de interpretação de lances (eram 30 jogadas polêmicas): aqui acertei e errei, mas na minha casa, no meu sofá, com minha televisão e controle remoto, não erro um só! Ou seja, a comodidade de alguns críticos também é exagerada, pois sem dó nem piedade rechaçam qualquer argumentação.

A interpretação do árbitro é maior subjetividade do futebol atual. Sinceramente, não sei se isso é bom ou ruim. Mas sei que torna o futebol mais gostoso, “vendável” e popular.

Novidades da Virada Acadêmica

Estivemos na última semana reunidos para celebrar a Formatura dos discentes da UniSant’Anna de Salto. Como é bom ver nossos alunos se formando, realizando seus sonhos e de seus familiares. A alegria estampada escancaradamente, a emoção à flor da pele e o gostinho de “acabou mas eu quero mais” eram nítidos. Nas belas dependências do Indaiatuba Clube pudemos nos confraternizar e nos regozijarmos com todos!
Queridos alunos, parabéns pela etapa vencida. Sim, apenas uma etapa, pois queremos vê-los como cidadãos do mundo! Boa sorte e que Deus os abençoe.

Aos remanescentes, fôlego renovado para mais uma jornada que se iniciará em breve! Estaremos embalados por algumas disciplinas importantes e prazerosas. Em especial, Gerenciamento das Pequenas e Médias Empresas e Gestão Empreendedora, cujo material está sendo preparado com carinho e o conteúdo está muito bom (atualizadíssimo e didático). Assim que terminá-lo, encaminharei por e-mail ou por fotocópia.

O Mocinho Vilão

Na última semana, o ator da Rede Globo Fábio Assunção foi manchete nos principais noticiários do país, graças ao seu envolvimento com drogas.
Passado alguns dias, sinto-me mais a vontade para tecer algum comentário, já que poderia me sentir influenciado pelo senso comum de reprovação anunciado pela mídia. E, na verdade, percebo que todas as condenações realizadas são justas.
Todos merecem perdão e possibilidade de recuperação. Mas algumas coisas ficaram mal esclarecidas. Uma delas é o fato do ator ser pego comprando 30 gramas de cocaína, e a legislação dizer que acima de 5 gramas, ele não é considerado usuário, mas traficante. Por que então foi liberado?
Um bom advogado, que deve ter sido o caso, argumentou que ali o ator era apenas uma testemunha. Então tá bom! O cara está com um traficante em seu apartamento, com dinheiro na mão, negociando a droga, e isso não se configura compra de drogas…
Talvez a distinção entre usuário e traficante esteja sendo nociva para a sociedade. Se a punição fosse igual, pensaria-se mais vezes antes de tais atos. Quem compra drogas, financia o crime e é tão bandido como quem vende.
Imagine o desespero dos familiares do ator, que foram os autores da denúncia de que Fábio Assunção estava comprando narcóticos naquele momento. Tentam recuperar o ente querido, que não consegue se livrar de tal mal.
Particularmente, meu sentimento é um misto de piedade pela situação (alguém que descontrolou-se pelo uso contínuo – vício – de drogas) , e ao mesmo tempo de repulsa (já que todos nós sabemos que drogas fazem mal não só à saúde, mas à sociedade). Penso que este caso deveria ser explorado como exemplo para os jovens. Se ele é um ator e se deu bem na vida usando drogas (como pensam alguns), imagine àqueles de raciocínio mais fraco?
Sugestão- já que a Globo o confirmou como um dos protagonistas da próxima novela das 8, que tal um papel que mostre alguém bem sucedido se perdendo nas drogas, e posteriormente revendo seu comportamento e buscando a recuperação? Seria uma ação social interessante para todos, principalmente para a reflexão do ator.

A tabela do Cariocão

A alegria de qualquer torcida de futebol de um pequeno clube, sem dúvida, é a de ver seu time jogar contra uma grande equipe no seu estádio. Entretanto, não dá para entender o que aconteceu com o charmoso Campeonato Carioca. Tudo bem que, se é um estadual, deveria ser Campeonato Fluminense, pois carioca se refere só à capital. Mas se o campeonato se permite à participação do interior, porque os grandes só jogam em casa?
O Flamengo e o Fluminense só jogarão no Maracanã, o Vasco da Gama no São Januário e o Botafogo no Engenhão. Quer dizer que o recém-promovido Macaé, por exemplo, só receberá times pequenos em seu estádio. Nenhum dos grandes jogará fora dos grandes estádios cariocas!!!!
Imagine um Paulistão onde os grandes times não vão ao interior paulista. Os caçulas Mirassol e Rio Preto, exemplificando, não teriam a oportunidade de jogar, diante da sua torcida, contra os favoritos.
Que loucura! E o problema que a maioria dos envolvidos estão aceitando isso passivamente. Tem graça assim? A lógica será de que os 4 grandes façam as semifinais. Sem esse tipo de tabela, também seria uma lógica. Mas desse jeito, não é uma “covardia” aos pequenos?

Há quanto tempo…

Amigos, perdão pela ausência. Não estive de férias não! É a falta de tempo. Felizmente, muita atividade na arbitragem (Copa São Paulo e Campeonato Paulista), volta às atividades acadêmicas e trabalho árduo em meu estabelecimento comercial.

Voltarei a escrever o mais rápido possível. Abraços.