O Bebedouro da Discórdia

Cansamos de ouvir falar sobre leis que não funcionam ou cuja praticidade é comprometida pelo mau funcionamento dos órgãos de fiscalização. Há outras que atendem certos interesses particulares, e que nunca beneficiam a população. Por fim, há aquelas que efetivamente não pegam. Lembram da lei dos 6% de juros anuais?
Pois bem: o vereador paulistano Carlos Gianazi propôs, e ganhou apoio incondicional da também vereadora (e possível candidata à prefeitura de São Paulo pelo PSB, desde que saiu do PT) Soninha Francine, a respeito da obrigatoriedade das casas noturnas possuirem um certo número de bebedouros em suas pistas de dança. Motivo: o excessivo consumo de ecstasy pelos jovens.
Calma, você não entendeu tudo errado. É isso mesmo: o ecstasy, droga sintética “em moda” nas casas noturnas e festas raves, causa secura na boca, e potencializa o efeito da droga no usuário. Assim, o nobre parlamentar sugere que com a instalação de bebedouros, o consumo de ecstasy não seria tão nocivo.
Não seria mais fácil incentivar o não-consumo das drogas? Aumentar a fiscalização, combater o tráfico e orientar os jovens sobre os reais efeitos?
A própria Soninha, segundo a coordenadora da plausível campanha Jovem Pan pela vida contra as drogas, Izilda Alves, declarou que não se pode encarar isso como lei de incentivo às drogas, mas sim como (pasmem) “questão de saúde pública em respeito aos usuários de substâncias psicoativas”.
Se eu fosse político, meu discurso começaria como os demais, mas seria neste tom:
“Nobre colega, vossa senhoria sabe a asneira que está defendendo?” OPS – melhor parar por aqui, pois tal estúpido incentivo pode me levar a falar ou escrever bobagens.
Durma-se com um barulho desses…

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