Post em resposta aos trabalhos acadêmicos realizados pelos alunos do Oitavo, Sexto e Segundo Semestre de Administração de Empresas na última semana (respectivamente, alunos das disciplinas “Prática de Negociação e Administração de Conflitos”, Tópicos Especiais em Adm 1” e “Gestão das Organizações”).
Aluno é sempre um indivíduo maravilhoso. Instigue-o, provoque-o, dê a ele liberdade de expressão e você terá respostas maravilhosas. Ajude-o, motive-o, e certamente ele dará o retorno esperado. Às vezes, extrapolará as expectativas. Eis algumas impressões de questões pertinentes ao mundo da Administração de Empresas em atividades na sala de aula:
Oitavo Semestre: O assunto inovação, administrar o conflito da mudança e negociar tal transição em processos levou a auto-reflexão da capacidade inovadora de cada administrador. As respostas foram parelhas: a maioria aceita as mudanças, buscam a inovação, e, o fator positivo no trabalho, é de que insistem na busca contínua à inovação. Gostar de desafios predominou como argumento, enquanto que poucos se disseram conservadores e resistentes. Fico feliz com esses alunos, pois são abertos à mudanças, lembrando que a busca da atualização, enfatizada em aula, foi lembrada nos comentários discentes.
Sexto Semestre: A questão envolvendo benchmarking, ética e pirataria surtiu ótimas respostas. Quando indagados se compravam produtos pirateados, 96% (números somados das duas turmas) confessaram tal prática. Aliás, sinceridade é o forte deste pessoal! Contaram abertamente o que motiva tal ato. Grande parte compra CDs, alegando diferença de preço. Outros, diversificaram suas respostas, creditando a atitude de protesto (a fim de que os fabricantes baixem seus preços), ao governo (pelos impostos), à facilidade de acesso, por possuírem amigos sacoleiros e ajudarem o conhecido, pela cultura brasileira (opinião isolada do aluno),e, até mesmo, por culpa da corrupção política (justificado pelo universitário de que o mundo comercial é reflexo do político. Nota- Apesar de filosofar nesta questão, tal argumento pode ser facilmente derrubado).
Já aqueles que não compram, justificam pela ética (embora os que compram estejam conscientes de que não seria correto), pelo incentivo à indústria nacional em contrapartida da invasão de cópias chinesas, pela lisura nas relações comerciais, e pela busca da qualidade.
A irreverência das respostas e justificativas foi tão variada, que um aluno sugeriu textualmente: “Professor, estarei indo no feriado municipal à 25 de março, e sei de uma loja que vende tênis barato e com a mesma qualidade dos shoppings. É quente, não tem problema de qualidade. Quer alguma coisa?”
Caro aluno, obrigado. Não serei acusado de receptação. Nem te denunciarei.
Segundo Semestre: O embate sobre ações administrativas cotidianas e às vezes inconscientes, extrapolando a esfera organizacional, buscou o questionamento sobre as boas e más coisas administráveis pelos alunos. Tudo foi possível na argumentação dos acadêmicos. Boa parte se refere a estar administrando muito bem a vida profissional, pois se esforça no trabalho e investe na formação acadêmica. Contraditoriamente, alguns que alegaram isso, também afirmaram que administram mal a vida acadêmica, já que não têm tempo para os estudos. A vida financeira foi muito citada, bem como as dificuldades da administração familiar e social, devido a falta de tempo. Dois alunos foram explícitos quanto administrar mal a saúde: 1 porque emagreceu demais por trabalhar e estudar, outro por engordar pelo mesmo motivo. Lazer, tempo, timidez e espiritualidade foram lembrados.
Nesta turma, pôde-se observar a conscientização dos alunos em relação às suas virtudes e dificuldades na condução da administração de sua vida em diversas esferas, principalmente pessoal e profissional.
Uma resposta em particular me chamou a atenção e parafraseio-a para ilustrar o tópico: “Me considero um administrador em formação (…). Tenho me esforçado para administrar meu egoísmo, orgulho, ira e outras coisas mais (…), porém, o mais importante [da transformação] tem sido influenciar outras pessoas a viverem de um modo diferente (…) para serem felizes.
Quer maior consciência do que tal resposta?
Não disse que aluno é um indivíduo maravilhoso?
