Os Radicais Neoliberais conservadores

Na última semana de aula, as diversas classes responderam questões que envolviam, dentro das suas disciplinas, indagações reflexivas sobre análises e atitudes dentro do mundo administrativo. Vamos lá:

OITAVO SEMESTRE: Basicamente, dentro de 3 mini-cases voltados à área de marketing, varejo e empreendedorismo, surgiu a pergunta: na questão do risco, como você se enquadraria> conservador, arrojado ou moderado?
Os alunos, predominantemente (com surpresa) responderam serem conservadores, citando que acreditam que a moderação e o arrojo são eventuais, somente em casos específicos, e para usá-lo, “necessita-se do feeling muito apurado”.

SEXTO SEMESTRE: Através de um artigo paradidático, trabalhou-se a questão dos clientes misteriosos, ou seja, a ferramenta em que pessoas são pagas para avaliar algum produto ou serviço. E tal ação tem sido usada cada vez mais com constância, a fim de analisar a qualidade e buscar através dessa diversa alternativa, meios mais fidedignos de resposta do consumidor.
Os alunos valorizam tal prática, mas se contradizem quando exaltam essa mesma ferramenta, pois citam ter ressalvas na mensuração dos dados.

SEGUNDO SEMESTRE: Quando discutiu-se a questão das organizações públicas versus privadas, instigou-se o debate sobre estatização e privatização dos serviços essenciais.
Os resultados foram radicais! Quase todos os alunos privatizariam tudo. Correio, Presídios, Petrobrás, e até, pasmem, o Congresso Nacional (sic). Quanta fúria! Essa grande massa de privatistas cita a ineficiência do serviço público, criticando a saúde, os transportes e outros serviços.
O ponto falho desta turma é a ortografia. Quantos erros… A palavra essencial, por exemplo, foi grafada por muitos como essêncial, excencial, exencial, escensial.
Tá na hora de usar mais o dicionário…

Trabalhos em 22 de agosto

É só elogiar, que muitos começam a relaxar! Foi assim que aconteceu com alguns alunos que, num primeiro momento, teceram ótimas opiniões sobre assuntos discutidos em sala de aula, e que posteriormente parecem que responderam as atividades apenas para cumprir protocolo. Entretanto, há muitas e boas respostas que surgiram das cabecinhas iluminadas dos nossos queridos alunos. Vamos lá:

OITAVO SEMESTRE: A partir de uma coluna escrita por Max Gehringer, sobre a pressa da mudança, a virtude da paciência e o radicalismo dos jovens, questionou-se basicamente sobre a força dos jovens em revolucionar o mundo nos dias atuais, frente às características citadas pelo autor, além da mudança como fato desafiador ou desestimulante.
Das respostas obtidas, praticamente há uma unanimidade de que os jovens administradores hoje podem revolucionar o mundo, principalmente pela qualidade das informações através da globalização pelos meios eletrônicos de comunicação. Um aluno, em especial, citou que “O jovem de hoje é mais capacitado tecnicamente do que os de outros tempos”. Tal resposta leva-nos a uma reflexão: esse novo “técnico” é mais politizado do que os jovens de antigamente? A capacitação digital superará a malícia nos dias atuais?
Fica a análise no ar.
Quanto a mudança, houve, digamos, empate. Metade da sala acredita que a mudança o motiva, desafia, aguça o profissional, citando muitos exemplos de trabalho. Outra metade acredita desestimular, pois um processo de mudança muitas vezes não é aplicado com perfeição, provocando a resistência. Claro, tais resposta talvez surgiram por fruto de experiências vividas. Mas e quando os processos são bem aplicados?

SEXTO SEMESTRE: Quanto a atitudes inusitadas das organizações, houve muita irreverência nas respostas. A partir de exemplos de organizações que buscam caminhos alternativos para o desenvolvimento de seus funcionários, utilizando de alguns exemplos, como profissionais de outras áreas invadindo o mundo administrativo, questionou-se basicamente se o risco de ações inusitadas é aceitável ou não.
Alguns foram enfáticos com o NÃO, questionando aconselhamentos de pessoas que nunca viveram no mundo dos negócios. Outros, creditaram ao modismo no mundo dos negócios, e um aluno citou com perfeição toda essa situação: alguns administradores confundem risco com aventura, o que pode levar a níveis de instabilidade organizacional.

SEGUNDO SEMESTRE: Utilizando das habilidades do administrador (técnica, humana e conceitual), questionou-se, a luz de um estudo de caso intitulado “Microsoft Co.”, qual habilidade Bill Gates tem em destaque. Algumas respostas foram evasivas, creditando as 3 habilidades na mesma proporção. Outros, fugiram da questão e deram respostas genéricas, exaltando o empreendedorismo do mesmo. A maior parte dos alunos creditou a habilidade humana, pois se utilizaram textualmente da expressão “ele é a cola que une a empresa”. Alguns citaram a conceitual, e poucos a técnica.
De uma forma geral, não há resposta correta. São pontos de vista. E um posto de vista influenciador pode ser este: A habilidade destacada é a CONCEITUAL, pois se não tivesse qualificação suficiente para administrar o conglomerado, as outras habilidades por si só não estariam tão afloradas.

Trabalhos da Última semana

Post em resposta aos trabalhos acadêmicos realizados pelos alunos do Oitavo, Sexto e Segundo Semestre de Administração de Empresas na última semana (respectivamente, alunos das disciplinas “Prática de Negociação e Administração de Conflitos”, Tópicos Especiais em Adm 1” e “Gestão das Organizações”).

Aluno é sempre um indivíduo maravilhoso. Instigue-o, provoque-o, dê a ele liberdade de expressão e você terá respostas maravilhosas. Ajude-o, motive-o, e certamente ele dará o retorno esperado. Às vezes, extrapolará as expectativas. Eis algumas impressões de questões pertinentes ao mundo da Administração de Empresas em atividades na sala de aula:

Oitavo Semestre: O assunto inovação, administrar o conflito da mudança e negociar tal transição em processos levou a auto-reflexão da capacidade inovadora de cada administrador. As respostas foram parelhas: a maioria aceita as mudanças, buscam a inovação, e, o fator positivo no trabalho, é de que insistem na busca contínua à inovação. Gostar de desafios predominou como argumento, enquanto que poucos se disseram conservadores e resistentes. Fico feliz com esses alunos, pois são abertos à mudanças, lembrando que a busca da atualização, enfatizada em aula, foi lembrada nos comentários discentes.

Sexto Semestre: A questão envolvendo benchmarking, ética e pirataria surtiu ótimas respostas. Quando indagados se compravam produtos pirateados, 96% (números somados das duas turmas) confessaram tal prática. Aliás, sinceridade é o forte deste pessoal! Contaram abertamente o que motiva tal ato. Grande parte compra CDs, alegando diferença de preço. Outros, diversificaram suas respostas, creditando a atitude de protesto (a fim de que os fabricantes baixem seus preços), ao governo (pelos impostos), à facilidade de acesso, por possuírem amigos sacoleiros e ajudarem o conhecido, pela cultura brasileira (opinião isolada do aluno),e, até mesmo, por culpa da corrupção política (justificado pelo universitário de que o mundo comercial é reflexo do político. Nota- Apesar de filosofar nesta questão, tal argumento pode ser facilmente derrubado).
Já aqueles que não compram, justificam pela ética (embora os que compram estejam conscientes de que não seria correto), pelo incentivo à indústria nacional em contrapartida da invasão de cópias chinesas, pela lisura nas relações comerciais, e pela busca da qualidade.
A irreverência das respostas e justificativas foi tão variada, que um aluno sugeriu textualmente: “Professor, estarei indo no feriado municipal à 25 de março, e sei de uma loja que vende tênis barato e com a mesma qualidade dos shoppings. É quente, não tem problema de qualidade. Quer alguma coisa?”
Caro aluno, obrigado. Não serei acusado de receptação. Nem te denunciarei.

Segundo Semestre: O embate sobre ações administrativas cotidianas e às vezes inconscientes, extrapolando a esfera organizacional, buscou o questionamento sobre as boas e más coisas administráveis pelos alunos. Tudo foi possível na argumentação dos acadêmicos. Boa parte se refere a estar administrando muito bem a vida profissional, pois se esforça no trabalho e investe na formação acadêmica. Contraditoriamente, alguns que alegaram isso, também afirmaram que administram mal a vida acadêmica, já que não têm tempo para os estudos. A vida financeira foi muito citada, bem como as dificuldades da administração familiar e social, devido a falta de tempo. Dois alunos foram explícitos quanto administrar mal a saúde: 1 porque emagreceu demais por trabalhar e estudar, outro por engordar pelo mesmo motivo. Lazer, tempo, timidez e espiritualidade foram lembrados.
Nesta turma, pôde-se observar a conscientização dos alunos em relação às suas virtudes e dificuldades na condução da administração de sua vida em diversas esferas, principalmente pessoal e profissional.
Uma resposta em particular me chamou a atenção e parafraseio-a para ilustrar o tópico: “Me considero um administrador em formação (…). Tenho me esforçado para administrar meu egoísmo, orgulho, ira e outras coisas mais (…), porém, o mais importante [da transformação] tem sido influenciar outras pessoas a viverem de um modo diferente (…) para serem felizes.

Quer maior consciência do que tal resposta?

Não disse que aluno é um indivíduo maravilhoso?

Laranja ou Preposto?

Tenho ouvido (e confesso, cansado de ouvir), o noticiário envolvendo os escândalos do senador Renan Calheiros. Impunidade, Culpa, tudo isso que traz indignação a nós, simples e mortais eleitores e cidadão brasileiros, faz com que cansemos de tais informações.

Deixando isso de lado, atento-me as colocações sobre o fato de que o ex deputado João Lira poderia se laranja de Renan em uma rádio. Ambos eram proprietários, mas o nome do senador não aparecia, fazendo com que Lira fosse laranja.

Ora, me corrijam se eu estiver errado: LARANJA, na terminologia policial, se refere ao indivíduo que está à frente de um negócio sem saber, veladamente, ignorando tal fato. Normalmente é um inocente que está sendo enganado. Pois bem, se João Lira é dono e sócio de Renan Calheiros, ele não pode ser chamado de laranja, mas sim de PREPOSTO, ou seja, alguém que agiu de maneira consciente e cúmplice.

Por favor, alguém post comentários de correção se for um lêdo engano.

O caso Mattel e o desrespeito chinês

 Por várias oportunidades escrevi sobre lamentáveis ações de hipocrisia de autoridades internacionais em relação ao desrespeito chinês nas ações comerciais, direitos humanos e outros mais (por exemplo, o artigo sobre liberdade religiosa http://rafaelporcari.blog.terra.com.br/a_liberdade_religiosa_da_china ).O caso da americana Mattel, líder mundial na fabricação de brinquedos, que para muitos foi uma surpresa, já era esperado. Em algum momento, alguma empresa respeitada tería sérios problemas devido as práticas escusas de chineses. Neste caso, a unidade da empresa em Guangdong fabricou uma séria de brinquedos fora de padrões internacionais de qualidade, sendo que oficialmente eram apenas imãs que poderiam se despreender dos produtos (o que levaria uma criança a sofrer um acidente, engolindo-o por exemplo), mas também já se repercutia a informação de que houvera sido utilizada tinta tóxica, a base de chumbo, na produção de brinquedos. Tamanha confusão levou ao seu executivo chinês um repente de preocupação e, porque não, medo de responder criminalmente, culminando em um suicídio.
É sabido que os brinquedos chineses, em geral, são extremamente baratos, sem controle de qualidade adequado, plageando marcas líderes. Mas não é só neste setor. A China não tem marcas sólidas, empresas reconhecidas e de capital própria. Desafio você: rapidamente, cite uma empresa líder de mercado, presente em todo o mundo, com boa qualidade e que seja chinesa?

Viu como não é tão simples?
Recordo-me do episódio recente em que chineses exportaram carne para a Rússia, passando a mesma como produto brasileiro, e falsificando certificados sanitários internacionais.
Pior do que isso, a não-repercussão ou sanção para esse país que não respeita patente, gente, nem presidente.

Abaixo, o site da Mattel com a relação dos produtos retirados (quase 22 milhões no mundo, sendo que perto de 850 mil no país).
http://service.mattel.com/us/recall/J1944_IVR.asp?prod=

 

Responsabilidade ou Irresponsabilidade Social?

Amigos, estive na última rodada no Estádio chamado de “Arena Barueri”, palco indicado para a possível Copa-2014 no Brasil. E a surpresa foi imensa! Para os que conhecem estádios de futebol, tal construção é inimaginável no país. Há 6 vestiários para as equipes, 1 vestiário para arbitragem com 3 ambientes (feminino, masculino e, pasmem, misto), todos equipados com mini-quadra de grama sintética para aquecimento, banheiras de hidromassagem, entre outras instalações. A limpeza e a sinalização interna é um primor. Estacionamento amplo e coberto para veículos são outras boas características.
No campo de jogo, o gramado é perfeito. Não há alambrado nas cadeiras laterais, sendo que os confortáveis bancos de reserva dividem o espaço com os torcedores (que deverão se comportar bem, evidentemente). Há uma separação nas arquibancadas gerais, onde os ingressos são populares e se localizam atrás do gol. Há restaurantes de bom gosto, camarotes, sala de imprensa e reservados especiais.
Pelas fotos anexas, vê-se que tudo é muito bom. Mas, o grande detalhe, é que a Arena está situada em uma das regiões mais pobres de Barueri, rodeado de favelas e cortiços. Para quem chega ao estádio, via Castello Branco, depara-se com ruas estreitas e esburacadas; para sair do estádio, transita-se por vielas e por um ambiente miserável. Se você for bom observador, verá, ao fundo do telão de alta definição (placar eletrônico), que há barracos e “torcedores” observando a movimentação do alto de suas madeirits.
A grande questão que fica é a seguinte: Todo o estádio foi construido com dinheiro público; afinal, a Arena é municipal. Terá, tal investimento, retorno aos cofres públicos? Valeu a pena investir? Ainda: o investimento é social, a agregação e resgate pela ação do esporte terão o efeito esperado? Tal iniciativa de responsabilidade social prevalece sobre outros gastos com a população carente? Os carentes locais estão satisfeitos? Hospitais, Escolas e Moradia popular foram preteridos, ou não há ou deverá haver correlação?
Sinceramente, não sei discenir o que deva ser correto para responder tais questionamentos. Ou melhor, até sei, mas confesso que desagradaria os gestores públicos.
Obs: Confesso que presenciar tal obra é satisfatória aos amantes do futebol. Mas penso que, tantos diferenciais não sejam algo espetaculoso, mas apenas necessário ao futebol. Não que o Arena Barueri seja ruim. Ele se equipara aos estádios modernos europeus. O problema é que a nossa base comparativa, os estádios aqui existentes, são muito ruins. E ter um estádio ideal, arrumadinho, limpo, de bom funcionamento, passa a ser uma vantagem competitiva ao proprietário.

O Doping Do Dodô Não Deu Dúvida. Dádiva Dos Dados.

 

A brincadeira literal que nomeia este tópico deve-se à indignação de certas decisões e regulamentações da lei, principalmente na esfera esportiva.

O centroavante do CR Botafogo, Dodô, craque indiscutível, bom moço de formação e exemplar atleta, foi flagrado pelo exame anti-doping do Campeonato Brasileiro, devido ao uso de uma substância proibida. A mesma não era estimulante, não melhoraria seu rendimento, foi tomada involuntariamente, mas… estava proibida. Atletas de diversas categorias foram punidos pelo uso de substâncias proibidas, mesmo que utilizadas sem o propósito de benefício ou descuido.

O jogador foi preventivamente suspenso, mas após seu julgamento, por 5 a 3 segundos os auditores, ganhou-se a absolvição e Dodô foi liberado.

Analise o seguinte: Se o regulamento proíbe, porque a impunidade? Se foi involuntário o uso, tenha maior cuidado. Se o médico não avisou o atleta que tal substância poderia ser acusada como doping, puna o atleta e o clube puna o médico. Mas punir a moral do campeonato?

O precedente está aberto. Nos próximos dopings, poderá se alegar a involuntariedade e desconhecimento das substâncias, e como dado que cria jurisprudência, um bom advogado poderá se utilizar do mesmo fato.

Pior do que isso, é a não punição ao clube em casos em que se comprova o dopping. Se um clube ganhar por 3 X 0, e a vitória se der por 3 gols de um jogador dopado, somente o atleta é punido e o clube não perde seus pontos. Ora pois!  Quem garante que se o atleta não estivesse atuado dopado teria marcado os gols?

Mauro César, da ESPN, foi mais longe num brilhante exemplo: se um torcedor joga um chinelo contra um árbitro, o clube é punido. Se um atleta marca gols e dá a vitória ao seu time, só o atleta é punido.

Vai entender…

Bom ou mau caminho da inclusão digital

A Folha de São Paulo publicou, nesta última sexta-feira, que metade dos brasileiros ainda não acessa com freqüência qualquer tipo de computador. E aí vem aquela velha história de interpretar uma manchete e saber discerni-la adequadamente. Será que as políticas públicas a fim de promoção da inclusão digital são positivas, pois em um país continental como o nosso, e com grandes dificuldades devido ao abismo de renda social, tal índice é positivo; ou, se essas mesmas políticas são ruins, pois ainda metade da população permanece analfabetizada digitalmente?

É como um copo com água pela metade: ele está meio cheio ou meio vazio? Responda de acordo com a sua sensibilidade. Particularmente, penso que o esforço da inclusão digital tem sido positivo, apesar da corrupção galopante em nosso país.