A Fundação Cobra Coral e o Secretário

 

Deu na Bandeirantes AM: Segundo o respeitado jornalista José Paulo de Andrade, o secretário que coordena as subprefeituras do Município de São Paulo, Ronaldo Souza Camargo, esteve em contato com a Fundação Cacique Cobra Coral, a fim de negociar a realização de um rito espiritual contra as chuvas na cidade de São Paulo, garantido tempo seco durante a visita do Papa Bento XVI.

O comentário surge devido ao espanto da incoerência: como uma cidade que recebe o Papa, líder católico, pode solicitar a uma entidade de outra profissão de fé (a propósito, contrária a fé cristã), a garantia de que não haverá chuva. Nem a NASA consegue (embora já esteja estudando tal prática) fazer ou não fazer chover com precisão.

Ora, ora… Só falta o secretário recepcionar o Papa com os dizeres: Saravá, meu Papa! É o samba do criolo doido mesmo!

O sacrifício da vida pessoal e da profissional

 

Em derradeira atividade realizada com alunos do 5º semestre de Administração de Empresas, procurou-se explorar através de um texto paradidático, um embate de idéias sobre o esforço necessário ao sucesso das carreiras. Na mesma aula, buscou-se uma auto-reflexão dos universitários sobre até onde abririam mão da sua vida pessoal (saúde, finanças, relacionamentos e lazer) para a realização profissional.

A questão-chave se resumiu como: Até onde você sacrificaria sua vida pessoal para a concretização do seu sonho profissional?

Na primeira indagação, os alunos oralmente reagiram com a não aceitação de sacrifícios em prol do sucesso de suas carreiras, alegando que a família e a saúde eram inegociáveis.

Posteriormente, quando responderam formalmente no papel, talvez pela racionalidade e frieza das afirmações, o índice surpreendentemente se inverteu. Os números indicaram que 60% dos alunos aceitariam sacrifícios para realizar seu sonho profissional; 35% não aceitariam, e 5% ponderaram suas respostas em relação ao que iriam sacrificar. Um aluno, ironicamente, disse que abriria mão do seu casamento “imediatamente”.

Tal questionamento é muito relativo, principalmente se levarmos em conta o quanto as pessoas se abatem, se motivam, se dedicam e até mesmo, o quanto sonham. Não se mensura, ou melhor, não se quantifica sacrifício. Só quem o exerce pode dizer se valeu a pena ou não.

A Quebra de Patentes

Na última sexta-feira, o presidente Lula, de maneira corajosa, permitiu a quebra de patentes, ou licenciamento compulsório como alguns juristas estão dizendo, dos coquetéis Anti-Aids.

É claro que, torna-se vexatório para qualquer empresa cobrar preços abusivos sem justa causa, principalmente se os mesmos são remédios.

O laboratório Merck, por exemplo, vendia o medicamento anti-Aids Efavirenz com preços diferenciados à Tailândia em relação ao Brasil. E sem justificativa comercial ou financeira! Segundo a Folha de São Paulo (clique no link), tal medida resultará em uma economia de US$ 130 milhões, a serem aplicados no próprio combate a Aids.

A grande questão é: fere-se a Moral (quebrando-se uma regra para o fim social), ou se fere a Ética (interferindo num certo de maneira abusiva ao desrespeitar o esforço científico do laboratório)?

Particularmente, neste episódio, não acredito estar sendo quebrada nem a ética nem a moral, mesmo respeitando as muitas opiniões contrárias que surgem.