O Mea Culpa do The Independent sobre a Maconha

 

Certamente, um dos assuntos mais complicados para discussão é a questão da legalização da venda dos narcóticos. Particularmente, sou radicalmente contra a venda legal de drogas, e sei que estarei sendo contrário a algumas vozes que defendem o uso controlado da Maconha.

Há 10 anos, o jornal britânico The Independent fez, em editoral, a defesa da liberação da venda da Maconha, considerando-a “droga leve”. A justificativa é que os efeitos não eram tão nocivos, de que por possuir propriedades farmacológicas poderia ser usada para fins terapêuticos e que extinguiria-se o tráfico ilegal.

Pois bem, na última semana, o mesmo jornal criticou seu comentário da década anterior. Fez uma espécie de mea culpa pela irresponsabilidade do artigo. Assumiu a infelicidade da sua colocação frente ao assunto, convencido, segundo o The Independent, de que o sofrimento das famílias era muito mais danoso do que a liberdade de comercialização. O diário apontou ainda uma pesquisa inglesa que indicava que de 55% dos usuários de maconha precisavam de clínicas para abandonar o vício.

É claro que os ativistas pró-maconha utilizam-se de vários argumentos: o funcionamento legal das drogas na Holanda, o pagamento de impostos, a venda por parte de multinacionais controlando o consumo, etc.. Nada disso me convence. O sofrimento de um pai e de uma mãe, vendo seu filho afundado no abismo do vício, é algo muito mais difícil à sociedade. A deturpação de valores morais e sociais, o gasto financeiro, a dependência química e o descontrole emocional justificam plenamente a proibição da Maconha.

A Polêmica dos 1000 gols do Romário

 

Romário está próximo, segundo suas contas, do milésimo gol. Claro que muitos compararão o “gol mil” de Pelé com o do Romário. Claro que questionarão a validade da marca e a autenticidade dos gols. Pelé tinha 28 anos quando fez seu gol 1000. Romário já é um senhor de 40 anos.

Mas, se para os críticos de plantão isso é “açúcar no mel”, não me juntarei aos mesmos. Romário é um craque, um símbolo. Assim como Garrincha foi o responsável maior pelo bicampeonato mundial de 1962, Romário o foi no tetra de 1994. Ele é marrento? Sim, é verdade. É, muitas vezes, arrogante e festeiro? Sim, também é verdade. Mas ele é artilheiro, e dos bons!

Talvez tenha sido o maior goleador dentro da pequena área. Vou ser redundante com o noticiário atual, e parafrasearei os jornalistas: o maior gol de Romário aconteceu com o nascimento da sua filha caçula, portadora da Síndrome de Down e cujo acontecimento ajudou o atleta a mudar de conduta fora de campo.

Sabe-se que o milésimo gol, na verdade, é mais simbólico do que verdadeiro. Pela metodologia, outros craques já teriam alcançado a marca dos 1000. Ou será que Dadá Maravilha, Cláudio Adão, Túlio Maravilha e outros tantos que rodaram o mundo do futebol brasileiro até a 3ªidade não conquistaram tal marca?

Independente da numeração, parabéns Romário. Craque que jogou muita bola e que não reclamava da arbitragem, ok?

A propósito, usando da contagem romariana de jogos, já ultrapassei a marca dos 600 jogos apitados. Também quero festa para minha milésima arbitragem….

O Novo PIB brasileiro

A mudança de cálculo do PIB, pelo IBGE, nos trouxe a conquista do 10º lugar no ranking das maiores economias mundiais. Antes da mudança, éramos o 11ºcolocado.

Mas, enquanto se festeja tal número, uma pergunta se faz necessária: é possível maquiar, adulterar, forjar números a bel prazer, a fim de propaganda governamental?

Seria leviano e imprudente afirmar que os números foram mudados por ordem do governo. É claro que tal calúnia renderia muita discussão. Mas a questão se torna relevante quando discutimos sobre a lisura da apresentação dos números. Quem “confere” os dados? Os números apresentados pelos outros países são reais?

Fica a reflexão.

A propósito, a lista das maiores economias mundiais. (fonte: Cepal, Austin Rating e IBGE -em US$):

1- EUA: 12,486 TRI

2-JAPÃO: 4,571 TRI

3-ALEMANHA: 2,797 TRI

4- CHINA: 2,225 TRI

5- REINO UNIDO: 2,201 TRI

6- FRANÇA: 2,106 TRI

7- ITÁLIA: 1,766 TRI

8- CANADÁ: 1,13 TRI

9- ESPANHA: 1,127 TRI

10- BRASIL: 882 BI

11- CORÉIA DO SUL: 793 BI

Imagem Arranhada no Mercado de Trabalho

 

Nas últimas aulas, tenho trabalhado com meus alunos quanto à conduta profissional. E em uma das inúmeras atividades, determinada classe foi questionada sobre a aceitação de oferta de trabalho em empresas com imagem prejudicada por ações imorais, anti-éticas ou com corrupção explícita. E, pasmo, li todas as opiniões! Quase 80% dos mesmos responderam que, devido a falta de oferta de emprego, aceitariam sem constrangimentos uma proposta de trabalho em empresas com imagem maculada.

Tal índice leva a uma rápida reflexão: As dificuldades financeiras estão sobrepondo a integridade e a esperança dos futuros administradores. E para um país com tantos problemas como o Brasil,  é muito pertinente a ação de administrados éticos e com lisura em suas funções.

É uma pena tal resultado. Procurarei, modestamente, reverter essa opinião fornecida pelos futuros bacharéis.

Cony e os Profetas

Carlos Heitor Cony, grande colunista e crítico (sou um grande admirador do mesmo), publicou um artigo na FSP de 22/03/2007, pg 02, intitulado “Uma Nova Religião”, ao qual cita a existência de novas religiões baseadas na crença em Discos Voadores. Meu comentário não visa argüir a crença pessoal ou manifestação de fé alheia, mas tem como propósito fazer uma pequena correção de um comentário infeliz do nobre autor. Aliás, Cony que é notorizado pelos comentários políticos, enveredou em uma área perigosa. O mesmo cita que terrestres são abduzidos desde a antiguidade (…) e que o profeta Elias foi arrebatado ao céu por uma carruagem de fogo (…).

Apesar de Cony afirmar que não acredita em extraterrestres, cometeu uma enorme gafe na passagem bíblica citada. A expressão carruagem de fogo não está ligada a ETs ou OVNIs, mas a um eufemismo comum no tempo dos judeus. Quando alguém morria, tal figura de linguagem era utilizada para amenizar a dor da perda. Nada além disso!

Caro Cony, apesar do desconhecimento no artigo, continuo seu fã!

A Admiração aos Gerentes Brasileiros

 

Em mais uma atividade realizada com alunos (agora do 6º semestre de Administração de Empresas), pode-se observar uma grande veneração pelos gerentes que adotam um estilo legitimamente brasileiro de administrar. Mas qual é esse estilo? Em pesquisa divulgada pela revista EXAME há alguns anos, intitulada “Gestão à Brasileira” , Ed. 801 – 17/09/03 (clique no link), algumas características dos administradores brasileiros foram colocadas em destaque, como criatividade, entusiasmo, disposição para resolver problemas, entre outras.

O trabalho acadêmico consistiu na realização de um paper, onde as críticas, positivas e negativas, puderam ser exacerbadas. E o resultado foi curioso: a maior parte da sala louvou o fato dos gerentes brasileiros serem verdadeiros “apagadores de incêndio”, ou seja, se desdobrarem para resolver os problemas, utilizando de artifícios como improviso e até mesmo convencimento. Tal característica surge de defeitos no planejamento, mas acaba sendo algo corriqueiro nas organizações. E a figura do super-gerente, aquele que tudo resolve, acaba sendo o atrativo e diferencial dos executivos brasileiros.

O Cassino Brasil

 

No país da jogatina, muitas coisas estão sendo levantadas após o surpreendente (ou nem tanto) escândalo dos bingos. Relembrando que, há pouco tempo, quando o governo tentou proibir tais casas de entretenimento, surgiu uma espécie de comoção pela causa dos bingos, como se fossem quase que imprescindíveis para o Brasil.

Agora, se percebe a existência de uma máfia muito bem montada envolvendo policiais, políticos, juízes e bandidos. E se entende porque tanto lobby atuando por essa categoria chamdaa de “bingueiros”.

Tentemos imaginar quanto dinheiro foi empregado em campanhas políticas, lavagens diversas e até mesmo na venda de sentenças.

O vício de jogos parece estar se aculturando cada vez mais no brasileiro. O inocente bingo de quermesses, com fins de filantropia, acabou se desvirtuando. Aliás, um detalhe que não pode passar desapercebido: o grande dono do “Cassino Brasil” é o próprio país, com suas diversas jogatinas sendo administradas pela CEF.

Faz-se necessário um último pitaco: e o jogo-do-bicho, ninguém vai coibir? E a TeleSena, não é um bingo particular televisivo regulamentado?

Por fim, lamentável o comentário da Ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, querendo a legalização de tais casas e jogos. É como aquela velha piada em que o marido traído resolve o problema simplesmente tirando o sofá…