Muitas vezes, as pessoas julgam o seu próximo pelas aparências ou crenças pré-estabelecidas (preconceitos). Dias atrás, alguém queria me convencer que qualquer um que entre no futebol teria vida tranquila.
Quanta bobagem…
Veja a vida de um jogador: concentração, ausência da família, abdicação de muitos “prazeres”/gostos, vida extremamente regrada. O contraponto é o salário, mas não se esqueça: Alguns clubes têm no seu calendário o mês com 90 dias, e outros nem tem folhinha… A propósito, é menor do que 5% o número de atletas que ganham mais de 10 Salários Mínimos. A maioria recebe muito pouco.
Agora, veja a vida do árbitro: Treinos nos momentos em que não está realizando sua atividade profissional, cobrança da qualidade do trabalho, postura, vida controlada, exposição negativa exacerbada, necessidade de estar emocionalmente equilibrado a todo instante, conhecimento das regras e técnicas para o jogo, preparo físico invejável. Muitos acabam encontrando dificuldades nos seus casamentos (Alguém já fez um pente fino sobre as uniões estáveis dos árbitros???). Além disso, não tem direitos trabalhistas reconhecidos.
Apure: somente o árbitro e os gandulas não são profissionais de fato no espetáculo do futebol. Entretanto, nossa atuação deve extrapolar os conceitos do profissionalismo, mesmo aqueles mais arraigados da linha Weberiana redescobertos no começo do século XX.
E por que as pessoas querem ser árbitros?
Muitos estão árbitros, outros são árbitros. Ser árbitro perpetua, estar árbitro dura algumas temporadas.
Quem é árbitro só pode ser por um único conjunto de motivos: paixão pelo futebol, vontade de desafios e aptidão / vocação.
