Assustou com o tÃtulo deste post? Pois é, o Estadão de hoje traz uma matéria impressionante. A maior parte das BÃblias comercializadas no Brasil são impressas em gráficas na China, a custo muito mais barato.
Tenho o pé atrás com a China. Não gosto de ditaduras. Hoje, projeções indicam que ela será a maior nação do mundo em 2022. Tenho medo de ser dominado por chineses, com pseudo-democracia e práticas abomináveis comercialmente.
Você sabia que só hoje, após pagar 60 milhões de dólares a um gaiato, que a Apple pode chamar seu tablet de iPad na China? A marca já estava registradaâ¦
PAÃS IMPORTA ATÃ BÃBLIA DA CHINA
Por Marcelo Rehder
Ãndia e Chile também fornecem o livro a preço inferior; gráfica já demitiu e ameaça mais 40
Depois do livro didático, as gráficas brasileiras enfrentam agora forte concorrência das importações de bÃblias. A Palavra de Deus está sendo impressa em português em gráficas na China, na Ãndia e no Chile, entre outros paÃses, a custos considerados imbatÃveis pela indústria.
Para driblar o chamado âcusto Brasilâ e ainda obter alguma vantagem com o câmbio, editoras de publicações católicas e evangélicas aceleraram as encomendas no exterior. A vantagem comparativa em relação ao impresso nacional chega a superar 50%.
âà um negócio estranhoâ, queixa-se Jair Franco, vice-presidente da Gráfica Imprensa da Fé, uma das grandes do setor, que trabalha com livros religiosos e didáticos. âPara fazer a BÃblia aqui, temos de comprar o papel de fora, a capa especial de fora e a cola de fora, e tudo isso vem com imposto. AÃ, o editor vai lá e faz a BÃblia completa e vende aqui dentro sem pagar imposto nenhum. Como é que pode?â, questiona o executivo. De acordo com a Constituição Federal, as importações de livros, jornais, revistas e outras publicações são imunes e não pagam imposto.
O avanço das importações de bÃblias e livros didáticos não aparece nas estatÃsticas oficiais porque não existe posições aduaneiras especÃficas para as publicações. Mas os efeitos são sentidos.
Só a Imprensa da Fé chegou a imprimir 3 milhões de bÃblias por ano, há cerca de dois anos. Hoje, não passa de 1 milhão. A consequência foi que a gráfica demitiu 40 trabalhadores nos últimos seis meses e atualmente emprega 280 pessoas. Mas os cortes não devem parar por aÃ: âVamos ter de dispensar mais 40â³, admite Franco.
A situação da Imprensa da Fé não é diferente da vivida pelas demais empresas do mercado gráfico editorial. Tanto que as principais empresas do setor, com a Associação Brasileira da Indústria Gráfica, encabeçam um movimento em defesa da indústria nacional. Amanhã, eles vão se encontrar em BrasÃlia com a senadora Ana Amélia (PT/RS), autora de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estende a imunidade de livros, jornais e periódicos para outros insumos.
A PEC 28/2012 está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania desde 14 de junho, aguardando designação de relator. Nossa bandeira é desonerar o produto brasileiroâ, diz Fabio Arruda Mortara, presidente da Abigraf.

