Cada vez mais as empresas costumam fazer perguntas desconfortantes, delicadas e constrangedoras aos seus futuros funcionários. A justificativa é: não saber sobre assuntos pessoais detalhados, mas sim a reação do candidato à vaga numa zona de conforto.
Já passou por uma situação de ser questionado sobre divórcio, drogas e crimes?
Extraído de: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/entrevista-de-emprego-como-responder-perguntas-muito-pessoais
ENTREVISTAS DE EMPREGO: COMO RESPONDER PERGUNTAS (MUITOS) PESSOAIS
Não agir de forma explosiva ou desconfiada é a melhor maneira de agir nessa situação
por Camila Lan
Você já infringiu alguma lei? Utilizou drogas ilícitas? Por mais que as perguntas possam ser consideradas invasivas pelo candidato, em algumas empresas, principalmente nas multinacionais, esse tipo de questão é considerada essencial em um processo de seleção.
Alexandre Fantozzi, sócio da empresa de recrutamento e seleção Fantozzi & Associates, explica que alguns clientes não dispensam esse tipo de pergunta, pois determinadas colocações exigem habilidades específicas. Nesse caso, a reação do candidato e a maneira que lidará com a questão são os aspectos relevantes para os recrutadores.
“Não iremos julgar se o candidato fez ou não aquilo, não há uma resposta correta. Analisamos como ele reage em uma situação de desconforto”, afirma Fábio Saaad, gerente sênior das divisões de F&A e FSG da Robert Half.
A principal recomendação dos especialistas é responder honestamente. “No caso do tema das drogas, por exemplo, o que é preocupante é a instabilidade do candidato. Precisamos avaliar se ele tem capacidade do controle emocional e de lidar com problemas”, explica Fantozzi.
As perguntas muito pessoais podem não ter sentido para os candidatos, mas profissionais que tendem a burlar regras para proteger colegas de trabalho ou já praticaram ações antiéticas precisam ser identificados na fase da entrevista pelos recrutadores.
Para Saad, se o candidato tem alguma informação obscura e que não foi bem explicada, será possível notar durante o desenvolvimento da resposta. Ou seja, reagir de forma explosiva ou intempestiva, é um indício de que o profissional está escondendo algo.
“Quanto mais maduro e objetivo, melhor”, diz Fantozzi. “Caso a pergunta entre em um assunto delicado, como divórcio, a morte de um familiar ou um abuso, o candidato deve deixar claro que este é um ponto delicado e que o incomoda. O recrutador irá entender”.
