– Árbitros Paulistas em Concentração

 

Louvável a iniciativa da FPF em concentrar 7 sextetos de arbitragem em hotéis para a 16ª Rodada. A iniciativa, segundo o Presidente da CEAF-SP, Cel Marcos Marinho, é preservar os árbitros da pressão e do clima de decisão.

Para o propósito ser perfeito, deveriam concentrar TODOS os 10 sextetos e nas rodadas derradeiras também. Mas, tudo bem, é uma experiência.

Ações desse tipo levam a discutir as condições de trabalho dos árbitros sulamericanos e europeus. O fator cultural será muito relevante no debate!

Um exemplo: o árbitro de Chelsea-ING X Copegnague-DIN, pela Champions League, levou 8,000.00 euro por seu trabalho. Aqui, pelo jogo Fluminense-BRA X América-MEX, o árbitro recebeu 800.00 dólares (valores aproximados).

Sensível a diferença, não?

Se lá na Europa temos belos e seguros estádios como Old Trafford, San Siro ou Santiago Bernabeu, aqui nós temos modestas arenas como a de Ibagué, Táchira ou Bombonera. Se a fidalguia ocorre num clássico como Bayern X Intenazionale, a selvageria rola solta em jogos do Banfield ou do Peñarol.

Em suma, a questão é: preparar psicologicamente o árbitro e concentrá-lo num hotel são atitudes profissionais;  entretanto,  não é muito pouco pelas cobranças que ele recebe, num pseudo-profissionalismo travestido de semi-profissionalismo?

Imagine a hipotética partida Prudente X Corinthians numa quarta-feira 22:00h. O árbitro teria que se concentrar na terça e praticamente perder a quinta para o retorno. Como ele não é profissional, depende das suas atividades profissionais particulares. Se empregado, esqueça. Qual empresa permite faltar de terça a quinta no serviço. Se profissional liberal, o reagendamento de seus compromissos o levaria à loucura!

A própria FPF cobra muito com excessivas reuniões e treinamentos, de eficácia duvidosa e planos de carreira obscuros. Pergunte aos árbitros categoria 2 e 3 se estão contentes com tal situação? O retorno em escalas, muitas vezes, não compensa.

E qual a solução? Profissionalizar? Mas com que modelo?

A FPF seria “o patrão”, arcando com os encargos sociais? Haveria um salário mensal adequado e resguardo contra pressões? Teriam um contrato mínimo de trabalho, assegurando a desistência das atividades que exercem na atualidade em seus ofícios?

É difícil responder. Mas o certo e curioso é de que: enquanto os jogadores de futebol discutem com os clubes o fim das concentrações, os árbitros passam a adotar tal regime. Quem estaria certo? Deixe seu comentário:

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