– Professores Exemplificando Maus Casos em Aula?

 

O que podemos dizer: Em Santos, um professor usa exemplos em sala de aula utilizando temas do tráfico de drogas e da criminalidade, aplicando exercícios em sala sobre quantidade de carros furtados e outros elementos da bandidagem. Os pais são contra; os alunos, a favor.

 

Sob a alegação de que o método traz a realidade aos alunos, e a contra-argumentação de que tal método é uma apologia ao crime, fica a matéria abaixo para o espírito crítico:

 

Extraído de: Época, Ed 28/02/2011, por Luiz Maklouf Carvalho

 

TRAFICANTES NA AULA DE MATEMÁTICA

 

Zaroio, Chaveta e Pipoco saem da internet e arrumam problemas para um professor de escola pública de Santos

“Vem armado para a escola?”, “A que facção pertence?”. Essas perguntas estão no cabeçalho de uma prova de matemática ficcional que circula na internet pelo menos desde 2007. É uma sátira bem-humorada – humor negro, bem entendido – tanto à criminalidade do Rio de Janeiro como à política que aboliu a reprovação, o que em tese obrigaria os professores a ser mais criativos, para chamar a atenção dos alunos. Em suas dez perguntas, a prova aborda tráfico e consumo de drogas, prostituição, assassinato por encomenda e roubo de veículos. Exemplo: “Zaroio tem um fuzil AK-47 com carregador de 80 balas. Em cada rajada ele gasta 13 balas. Quantas rajadas poderá disparar?”.

No dia 14, uma segunda-feira, Dara, uma garota santista de 14 anos, viu essas e outras perguntas ser desenhadas na lousa de sua classe pelo tranquilo e circunspecto professor de matemática Lívio Celso Pini. Ele tem 55 anos, três filhos já formados, quatro cursos universitários. “Ele disse que era uma prova para resolver durante a aula e escreveu as perguntas no quadro, sem outra explicação”, disse Samuel Evangelista de Campos Oliveira, de 16 anos, um dos 40 alunos que assistiam à aula. Oliveira contou que as perguntas não lhe provocaram reação maior. “Tudo isso é da nossa realidade, está na internet, no rap, nos videogames. Eu tratei foi de resolver os exercícios.” Achou mais difícil, matematicamente falando, a quinta questão: “Chaveta recebe R$ 500,00 por BMW roubado, R$ 125,00 por carro japonês e R$ 250,00 por 4×4. Como já puxou dois BMW e três 4×4, quantos carros japoneses terá que roubar para receber R$ 2.000?”.

Dara não conseguiu resolver todas as questões. Foi a única da classe a levar o teste para casa. “Esse professor está ficando louco”, disse a mãe da garota, a manicure Fabiana Aparecida de Albuquerque, quando a filha lhe pediu ajuda para responder aos problemas. “Louco e irresponsável”, afirmou seu marido, Jaibe da Silva, padrasto de Dara. Silva é eletricista de carros. Eles moram, com uma pequenina de 5 anos, numa casa simples no bairro de Vila Progresso, um dos mais altos de Santos.

No dia seguinte, Jaibe e Fabiana foram à escola. Reclamaram com a diretora, Madalena Serralva. Ela chamou o professor Pini e pediu que se explicasse. “Ele só disse que não tinha a intenção de criar problema”, diz Fabiana. Não satisfeitos, os dois levaram o caso, e a folha do caderno de Dara, à Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise). Quando o caso veio a público, Pini pediu licença médica da escola. A Secretaria Estadual de Educação, que não quer falar sobre o assunto, o afastou por 120 dias.

Na quarta-feira passada, uma semana depois de tomar o susto, Fabiana ainda estava aborrecida com o professor. “O que ele fez é muito negativo, muito errado”, disse, na porta de sua casa. “Ela vai a uma escola pública para aprender, e recebe uma aula de crime. Tem absurdo maior? Ele faria isso se fosse uma escola particular?”

“O tráfico faz parte da realidade dos alunos. É o método do Paulo Freire”
LUCIANO CASTELÃO, professor de geografia da escola

O titular da Dise é o sisudo delegado Francisco Garrido Fernandes, “uma mistura de índio com espanhol”, como ele próprio se define. Tem 52 anos e 33 de polícia. No ano passado, sua Dise apreendeu, na Baixada Santista, 1,7 tonelada de maconha, 15 quilos de cocaína e 4 quilos de crack. Parte dessa droga foi apreendida nos morros de Santos, inclusive no São Bento, onde fica a escola do professor Pini. “Estou averiguando se o caso se enquadra no Artigo 287 do Código Penal, apologia ao crime”, disse o delegado.

“O tráfico faz parte da realidade dos alunos”, afirmou o professor de geografia Luciano Silva Castelão, da mesma escola. Ele contou que há dois casos recentes de alunos detidos por envolvimento com drogas. “O Lívio só quis trazer para a escola uma discussão crítica sobre a realidade que os alunos já vivem”, disse Castelão. “É o método do Paulo Freire.” Castelão usaria aquelas perguntas para dar uma aula? “Talvez. Mas elas caíram como uma luva na disciplina geografia do crime, que faz parte da grade da Secretaria Estadual de Educação.” Pini conversou a respeito, antes do teste, com ele, com a diretoria ou com qualquer outro docente? “Não”, afirma. “Ninguém sabia que ele ia fazer isso. E nem ele próprio imaginou o tamanho da encrenca. Ficou todo vermelho, com hipertensão, no dia em que os pais da menina vieram aqui. E se desculpou com a turma pelo transtorno.”

Dara depôs na terça-feira. Na quarta-feira, foi a vez do professor Pini. Ele chegou com o advogado Thiago Serralva Huber, de 24 anos, parente da diretora da escola (não quis declarar em que grau). Não quis dar entrevista nem ser fotografado. “Ele tem medo de que esse episódio manche toda uma longa carreira no magistério”, diz o advogado. Pini afirmou ao delegado que passou aquele teste, copiado da internet, com o objetivo de “despertar os alunos para a questão da criminalidade”. Falou, ainda, para a cara impassível do delegado que aquele teste era apenas o início de “uma semana de debates sobre aquelas questões”. A diretora Madalena Serralva, a primeira a depor, disse que em nenhum momento o professor expôs a ela suas intenções pedagógicas. Joyce Silva, de 15 anos, outra colega de Dara, disse que ele não falou sobre debate quando passou as questões no quadro-negro.

Das dez perguntas que estão na internet – o que também não informou aos alunos –, Pini emprestou seis, com pontuais modificações. “Teorias educacionais modernas dizem que se deve aproximar dos alunos o conteúdo da realidade – e isso vale, inclusive, para a matemática”, diz a professora Ângela Soligo, da Universidade de Campinas (Unicamp), doutora em psicologia da educação. “Mas é preciso tomar cuidado, porque os conteúdos não são neutros. Nesse caso, pode ter havido o risco de tornar natural, para os alunos, a realidade criminosa que as perguntas contêm, como se ela fosse válida e aceitável.” Questões dessa complexidade, segundo a professora Soligo, devem passar, antes, por uma discussão na coordenação pedagógica, na direção da escola e até entre os pais. Mas não houve crime, na opinião dela, porque a formulação das perguntas não implica apologia.

No final da manhã da quarta-feira passada, mesmo dia em que o professor Pini iria depor, cerca de 100 alunos da escola alvoroçaram a pracinha em frente, no Morro São Bento, com uma manifestação favorável à volta do professor. Ela foi convocada pelo Twitter do aluno Davidson Welber Rocha, de 17 anos, do 2º ano do ensino médio, e teve apoio da diretora e dos professores. Nas contas do advogado de defesa, “400 alunos” participaram da manifestação. Um dos cartazes dizia: “O professor Lívio nos trouxe a realidade… E a realidade é que perdemos um ótimo professor”. Em outro: “Não se jogam no lixo anos de trabalho por uma aula mal interpretada”. A única a discursar, apelando para não haver tumulto, foi a mãe de um aluno de Pini, Sandra Cristina Ferreira. “Ele é um excelente professor e tem de voltar”, disse.

Dara estava na escola naquele dia, mas voltou para casa antes da manifestação. Sua mãe disse que ela está sendo hostilizada. “Metade da escola não está nem falando com ela.”

– Estudar a Arbitragem para São Paulo X Palmeiras?

 

Hoje teremos mais um Choque-Rei (com arbitragem de Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza, assistência dos amigos Márcio Luís Augusto e Marcos Gonzaga, auxílio de Claus – que apitou o clássico de domingo passado – e Leonardo Ferreira Lima, além do trabalho do quarto árbitro Bizzio) e sobre isso vale a fala na visão de um árbitro: como se preparar para apitar esse jogo?

 

Primeiro vamos a uma questão pertinente: há duas correntes no mundo da arbitragem – uma, mais antiga, de que o árbitro deve ser alheio de tudo o que envolve as equipes para apitar sem influência alguma; a outra, mais européia, de que você deve estar atento a tudo o que influenciará o jogo.

 

Confesso que gosto da segunda corrente. Estudar os times, estar informado de situações possíveis ajudará a conduzir a partida com mais sabedoria. Certa vez, disse que gostava de estudar não só a arbitragem mas também os esquemas táticos das equipes. Fui advertido de que isso era irrelevante, pois você deve cumprir a regra. Ora, é essa mentalidade retrógrada (a mesma que pune quem dá entrevistas ou quer obscuridade nas comissões de arbitragem) que faz o árbitro ser tão antipático e odiado.

 

Cito o jogo de hoje: se eu souber como o São Paulo ou o Palmeiras jogarem, posso me preparar para mais contra-ataques ou não, para mais marcações de faltas ou não. Se um time joga no 4-4-2 ou no 3-5-2 posso mudar meu posicionamento em campo. Se há em campo jogador que aceita ou não provocação preciso ficar atento para o unfair-play do adversário. Isso só ajuda o árbitro e ao espetáculo.

 

Por exemplo: estudando o jogo, lembro dos incidentes de um Palmeiras X São Paulo recente, onde Kléber acertou uma cotovelada em André Dias e Alex Silva tomou as dores. O palmeirense mandou o sãopaulino dançar balé, literalmente! Ora, não é o caso de eu avisar ao árbitro de meta de que, na primeira discussão entre ambos, adverti-los para o bem do clássico? Ou, ainda, estar atento às possíveis simulações de Valdívia, que, diga-se de passagem, parou com o costumeiro cai-cai. Mas, num clássico como esse, encostou na área…

 

Por que não estudar as características dos atletas?

 

O jogo entre essas equipes tem sido há muito tempo polêmico, desde o episódio do gás no vestiário, onde a  FPF se calou e não puniu ninguém. A equipe de arbitragem estar atenta a todos esses lances e acontecimentos é vital para um bom jogo.

 

Boa sorte aos amigos!

 

E você, acha que é importante para o árbitro estudar os atletas antes de um jogo? Deixe seu comentário:

– Papai Ansioso pela Primeira Bicicleta da Filhinha!

 

Nesta semana, nossa filhinha Marina Porcari fará 2 aninhos (dia 3 de março). Mas neste domingo faremos um bolinho para os vovôs curtirem a netinha mimadinha. E o presente do papai e da mamãe é algo que ela quer muito: uma bicicleta cor-de-rosa!

 

Vai ser a sua primeira bike. Ela adora andar de bicicleta nas cadeirinhas conosco. Há 6 meses, ela achou que a bicicleta na foto abaixo era dela. Olha a carinha que ela fez:

 

Nem dormi a noite esperando o dia de dar a bicicleta que compramos. Estou mais ansioso que ela! kkkk

– Empreendedorismo Halal

 

Já que citei abaixo a Época, compartilho algo interessante da Época São Paulo (Ed Março/2011): a boa matéria sobre os 8 açougues árabes do bairro do Pari.

 

Os muçulmanos comem algumas carnes (frango, boi e cordeiro) após certos rituais aprovados por sua religião. Não comem outras (porco, cães, elefantes, ursos, gatos, macacos e aves de rapina; alimentos cultivados com pesticidas e bebidas alcoólicas) por motivos também religiosos. As carnes permitidas pelo seu livro sagrado, o Alcorão, são chamadas de Halal (lícitas, em árabe) e as proibidas são Haram (pecaminosas).

 

Assim, vale a dica: um grande negócio a ser explorado é o de açougues e restaurantes halal, que tem um potencial de clientela nascente e emergente em São Paulo.

 

Vale a dica e a leitura da matéria, em www.epoca.com.br.

– Palavras de Dilma e Lula

 

É incrível como há profissionais para tudo. Há alguém dedicado a contar palavras de discursos presidenciais!

 

Claro que a informação fica a título de curiosidade, mas… a Revista Época dessa semana contou as palavras dos discursos oficiais de Dilma Roussef desde que assumiu a presidência e de Lula no mesmo período.

 

Lula disse em 55 dias de mandato por mais vezes:

COMPANHEIRO (135 vezes)

FOME (102 vezes)

 

Dilma disse:

NORDESTE (62 vezes)

POVO (58 vezes)

 

Não sei para que serve tal constatação, mas fica aí a curiosidade.