– Protestadores Profissionais

O que você faria se estivesse na Rodovia Anhanguera, tendo acordado as 05h da manhã para trabalhar, cheio de compromissos e parado no congestionamento? Ficaria irritado? Tentaria descobrir o por quê? Se lamentaria?

No último dia 01, fiquei parado nesta rodovia, por volta de 10h da manhã, na altura da Autoban. Sabe aquele dia em que você está cheio de obrigações, acorda bem cedo para cumprir todas e sabe que mesmo as cumprindo o dia será difícil? Era um dia assim.

Motivo do congestionamento: Protesto da CUT contra o aumento dos pedágios, que valeria a partir daquele dia.

Que o pedágio é caro, concordo. Que as rodovias (como a Anhanguera e a Bandeirantes) são ótimas, concordo também. Mas protestar contra algo, prejudicando alguém, discordo!

O que me deixa indignado foi um caminhão de som, a 40 km/h, na faixa da esquerda, parando o trânsito. E as pessoas que estão apuradas com o horário? E os que dependem da fluidez do trânsito para o seu trabalho?

Protestar pode. Mas “como protestar” é outra história. Temos que suportar atitudes assim? Que imbecilidade e desrespeito com o próximo!

E você, o que acha disso?

– 30 motivos para não ter Felipe Mello em seu time!

Brasileiro gosta de sacanear mesmo na própria derrota. Aqui, mais de 30 motivos do desastroso volante chamado Felipe Mello (email enviado anonimamente, destes que circulam na Internet):

 

ALGUMAS VERDADES SOBRE O EX-VOLANTE DA SELEÇÃO FELIPE MELLO:
 
. Milhares de pessoas no mundo deram entrada no hospital após assistir o Felipe Melo em transmissão 3D.· Se você jogar com o Felipe Melo no Playstation, todos os botões dão carrinho.

· Felipe Melo é primo de 2º grau do Chuck Norris

· Jogo de xadrez: Cristiano Ronaldo é a Dama, Kaká é o Bispo, Julio Baptista é a Torre, Felipe Melo o Cavalo.

· Todas as seleções tem Volante… Nós temos Pára-Choque!!

· Felipe Melo dividiu as duas Coreias com um carrinho.

· No doce do Felipe Melo não pode faltar canela.

· Felipe Melo não estará no próximo Winning Eleven, porque ele vai participar do Mortal Kombat.

· Felipe Melo foi reprovado na escola por excesso de faltas.

 · O Bin Laden abandonou seus planos de ataques terroristas na Copa do Mundo depois que soube que Felipe Melo estaria lá.

· Na infância quando Felipe Melo fazia algo errado era sua mãe quem ficava de castigo.

· Felipe Melo não nasceu. Ele foi expulso do útero.

· O Felipe Melo foi expulso do UFC por ser considerado violento demais.

· Os carrinhos de Felipe Melo têm registro no Detran.

· Deus disse:”Faça-se a luz”. Chuck Norris disse:”Peça por favor”. E o Felipe Melo disse: “Calem a boca vocês dois!”

· Felipe Melo quando criança não ganhava carrinhos, ele dava

· Felipe Melo depois de ver a cotovelada do Kaka: “Amadores…”

· Felipe Melo ligou para o SAC do seu cartão de crédito reclamando da cor. Ele queria o vermelho.

· Misturei Activia com Felipe Melo e saiu uma cagada violenta.

 

· Depois das minas terrestres o maior causador de amputações de perna é o Felipe Melo.

· Após os treinos, alguns jogadores treinam cobranças de faltas, já Felipe Melo treina como cometê-las.

· Felipe Melo aprendeu futebol na escolinha da família Gracie.

· Uma vez Felipe Melo foi jogar JoKenPo com o presidente Lula. Ele tinha uma tesoura, e o Lula, 5 dedos.

· Vai começar a parte preferida do Felipe Melo na Copa do Mundo: o mata-mata.

· Quando Felipe Melo entra no treino os cones saem correndo.

· O cartão de visitas do Felipe Melo é vermelho.

· O Saci tinha duas pernas, isso antes de jogar futebol com Felipe Melo.

· Felipe Melo joga o futebol arte…ARTE MARCIAL!

· Apesar de não gostar de matemática, Felipe Melo adorava dividir sem deixar restos

· Felipe Melo ganhou a primeira chuteira aos 4 anos. Aos 6 conheceu a bola.

· Jack Bauer resolve tudo em 24 horas. Felipe Melo em 24 faltas…

· Quando Felipe Melo derruba os adverssarios não é falta… é IPPON.

· Felipe Melo não é um “Dunga Jr.”. É um “Dunga Jr. Baiano”.

· O Brasil fez 7 pontos na primeira fase. O Felipe Melo fez 14 só na canela do Cristiano Ronaldo.

 

– Fapesp e a Internacionalização dos Pesquisadores

A FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) está cada vez mais procurando se internacionalizar. Com bolsas de estudo isentas de impostos (por volta de R$ 5.000,00), minicursos internacionais produzidos em parceria com o LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron) e outras renomadas instituições, além do Projeto “Escola Fapesp”, a entidade procura ganhar cada vez mais renome. Abaixo:

 

Extraído de: http://noticias.bol.uol.com.br/ciencia/2010/06/29/sao-paulo-quer-ser-rota-para-cientistas-estrangeiros.jhtm

 

SÃO PAULO QUER SER ROTA PARA CIENTISTAS ESTRANGEIROS

 

A bióloga Maria Amorim, formada pela Universidade de Chicago e pesquisadora da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, vai fazer doutorado no Brasil.


A decisão veio após ela ter participado, em abril, de um minicurso realizado pelo Hospital do Câncer A.C. Camargo, em São Paulo, sobre pesquisas diretamente voltadas à criação de medicamentos e terapias.


“Fiquei impressionada com o nível dos trabalhos apresentados pelos pesquisadores brasileiros”, disse em entrevista à Folha.


O curso foi o primeiro de uma série iniciada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que no começo de 2011 trará para Campinas dois “professores” de peso: os prêmios Nobel Ada Yonath (Química, 2009) e Albert Fert (Física, 2007).

“A ideia é ter cem estudantes de doutorado, 50% da América Latina e 50% de outras partes do mundo. Queremos mostrar a eles domínios que avançaram muito nos últimos anos”, diz o físico francês Yves Petroff, diretor científico do LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron), que abrigará o curso.


“TAX-FREE”

Segundo Petroff, o Brasil tem um atrativo insuspeito para estudantes estrangeiros: o valor alto das bolsas. Aqui, diferentemente da Europa, elas são isentas de impostos, afirma.

O valor da bolsa de doutorado paga pela Fapesp começa em R$ 2.053 e termina em R$ 2.541,30.

No pós-doutorado, a bolsa da Fapesp é de R$ 5.028. “O Brasil precisa de pós-doutorandos”, analisou.

NA ROTA


Batizados de “Escola Fapesp”, os minicursos de inverno e verão -sete aprovados até agora- fazem parte de uma política recente da fundação, voltada a atrair estudantes de pós.

Cursos do gênero são uma realidade bem conhecida em países como os EUA. Um exemplo famoso são as escolas de verão do Laboratório de Biologia Marinha, em Massachusetts, que reúne vários prêmios Nobel.


O evento coordenado por Petroff será realizado no LNLS de 16 a 25 de janeiro.

“Radiação é uma área multidisciplinar. É importante que os estudantes, antes de terminarem seu doutorado, tenham contato com estudantes de outras áreas e de outros países”, diz o francês.

O minicurso do A.C.Camargo, que foi decisivo para a bióloga Amorim decidir fazer doutorado no Brasil, também é uma das propostas aprovadas pela Fapesp. O evento reuniu 40 professores, metade estrangeiros.


MULTINACIONAL

Dentre os estudantes participantes, foram 66 brasileiros e 49 de países como Holanda, Japão, Dinamarca, Portugal e Estados Unidos.


“Pesquisamos problemas complexos, como câncer e neurociências. Precisamos de pessoas que tragam novos pontos de vista e temos de criar condições para isso”, disse o coordenador do evento, Emmanuel Dias Neto, do Centro de Pesquisas do Hospital A.C. Camargo.

– Lições de Liderança na Copa Jabulani

Na semana passada, César Souza, consultor em Liderança, escreveu em sua coluna “Cabeça de Líder” (sítio do HSM, citações abaixo) uma espetacular analogia da Seleção Brasileira comandada por Dunga e as corporações no mundo dos negócios. Nela, ele profetizava que caso a Seleção fosse eliminada, as empresas já teriam um novo jargão corporativo: “time de Dungas”, para descrever equipes sem brilho, formada por gente esforçada, mas que não consegue entregar resultados surpreendentes.

Sobre isso e outros líderes da Copa do Mundo, compartilho o belo artigo:

 

Extraído de: http://br.hsmglobal.com/notas/58079-as-licoes-lideranca-da-copa-jabulani

 

AS LIÇÕES SOBRE LIDERANÇA DA COPA JABULANI

 

Esta Copa tem sido pobre em futebol, mas bastante rica em lições sobre Liderança. Convido cada um de vocês a assistir os próximos jogos com o olhar que vá além do meramente futebolístico. São várias as lições sobre os diferentes estilos do exercício da liderança.

 

O técnico da seleção brasileira, o Dunga, fez uma clara opção pela força do conjunto, preterindo a convocação de alguns craques que nos últimos meses tiveram performances bem superiores a alguns dos convocados. Alegou estrelismo e imaturidade, preferindo jogadores disciplinados, adestrados e cumpridores de ordens. Deixou de fora alguns mais talentosos, a criatividade e a imprevisibilidade. Tenho receio que se o time dele não ganhar a Copa, o jargão corporativo passe a usar a expressão “time de dungas” para descrever equipes sem brilho, formada por gente esforçada, mas que não consegue entregar resultados surpreendentes.

Quando assisti ao jogador santista Ganso, recusar-se a sair substituído como definido pelo seu técnico, naquele jogo semanas antes da convocação, intui que ele jamais seria elencado por Dunga. Naquele momento ele perdeu a chance. A “atitude ganso” é incompatível com a “personalidade dunga”. O mau-humor crônico do técnico – flagrado insultando jornalistas e críticos com palavras rasteiras – é também incompatível com o que poderíamos chamar de “espontaneidade Neymar” ou com a irreverência de outros.

Já a orgulhosa França, campeã em 1998 e vice-campeã em 2006, tornou pública a sua pior crise em histórias dos mundiais. Apresentou um severo racha no grupo: o jogador Anelka foi desligado, jogadores se rebelaram e se recusaram a treinar, o preparador físico Duverne ameaçou agredir o lateral esquerdo Evra, o chefe da delegação Valetin pediu demissão e voltou antes do terceiro jogo, o time foi desclassificado, o técnico Domenech se recusando a cumprimentar ao brasileiro Parreira e o presidente Sarkozy intervindo para tentar salvar a “honra francesa”. Um vexame!

Bom refletir um pouco sobre o impacto dessas atitudes da delegação francesa nas suas marcas patrocinadoras como Carrefour, a companhia telefônica SFR, o grupo de energia GDF e o banco Credit Agricole que começaram a abandonar a seleção. Apenas a Adidas manteve seu logotipo no uniforme da seleção francesa antes do terceiro jogo. Outro vexame!

Com líderes assim, os times nem precisam de adversários, como já aconteceu com a França que derrotou a si própria. Parece até que Dunga e Domenech andam disputanto uma copa pessoal, em busca do “Troféu Limão”. Também acho oportuno analisarmos o papel da Jabulani, pois percebo a bola oficial dos jogos como o álibi perfeito para os líderes que não costumam assumir responsabilidades pelas suas decisões e competências. Já vimos reclamações contra o campo, a chuva, o frio, a altitude, o juiz, a torcida, o “despacho”, a zebra, a “Mão de Deus”. É a primeira vez que ouço reclamações sobre a bola. Como se ela fosse ser utilizada por apenas um time. Se ela é diferente, mais leve, etc, ela o é para todas as equipes, que tiveram bastante tempo para se adaptar, treinar e usá-la.

Faço essas considerações devido a um hábito bastante comum: o de buscar desculpas e justificativas para nossa incapacidade de fazer o que tem de ser feito. Muito mais fácil atribuir a fatores externos a causa dos nossos problemas, dificuldades e incompetência de atingir objetivos, do que assumirmos essa responsabilidade como algo dentro de cada um de nós. Há alguns meses fiz uma pesquisa com empresas e pessoas físicas sobre os motivos pelos quais não conseguiam atingir seus objetivos empresariais ou realizar seus sonhos de carreira. Fiquei surpreso quando vi que cerca de 92% atribuíam a culpa a concorrentes, a taxa de juros, a tecnologia, ao mercado, ao custo do capital, ao governo.

Considero que o maior concorrente de uma empresa não é quem fabrica os mesmos produtos ou presta os mesmos serviços. O maior concorrente muitas vezes está dentro de casa: falta de objetivos claros, liderança ineficaz, falta de integração entre as diversas áreas, falta de inovação, atitudes como falta de iniciativa, foco e otimismo, além do relacionamento inadequado com canais distribuidores, atendimento ruim a clientes etc. Mas é muito mais fácil encontrar “jabulanis” como causa dos nossos problemas e ineficiências. A sua empresa já tem uma boa “jabulani” para explicar o não atingimento dos resultados desejados para 2010?

– Projeto “Doe Palavras”

Por Reinaldo Oliveira

 

PROJETO DOE PALAVRAS

 

É comum hoje em dia, a pessoa, devido o corre-corre diário, imaginar que para doar algo de si, deve-se estar muito bem em sua vida material. Ela nunca imagina que a doação espontânea, sincera e bem intencionada é aquela que provoca maiores benefícios. Logo, com um gesto simples, que toma poucos segundos ou minutos do seu tempo, você pode levar alegria para muitas pessoas. Bom exemplo disto é um projeto, o “Doe Palavras”, simples, porém de uma eficiência enorme para todos que as recebem e que está sendo colocado em prática pelo Hospital Mário Pena, em Belo Horizonte/MG, que cuida de doentes de câncer. Para tanto é só acessar o www.doepalavras.com.br, escrever uma mensagem de otimismo curta (como no twiter) e sua mensagem aparece num telão para os pacientes que estão em tratamento. De acordo com informações da direção do hospital, a reação dos pacientes é muito positiva, pois são palavras que levam carinho e esperança para eles. Fica aqui a sugestão: participe você também desta manifestação de solidariedade. Doe um pouquinho das suas palavras.

– Cidadania Ativa no Ateliê Casarão

Por Reinaldo Oliveira

 

CIDADANIA ATIVA NO ATELIÊ CASARÃO

 

Na próxima segunda-feira, dia 5 de julho, voluntários do Movimento Voto Consciente, estarão no Ateliê Casarão, onde a partir da 20h, fazem uma exposição para os artistas do Ateliê, do projeto Cidadania Ativa. Este projeto tem como objetivo levar informações ao eleitor sobre os candidatos a deputado estadual e federal pela região de Jundiaí. Por conta disso no dia 14 de julho será feita uma sabatina com os candidatos a estadual e no dia 16 com os candidatos a federal. E você pode contribuir enviando perguntas aos candidatos para o www.votoconsciente-jundiai.blogspot.com. Após estas sabatinas que serão na Associação dos Aposentados e Pensionistas de Jundiaí, as informações disponibilizadas por estes candidatos serão formatadas em um jornal, o Ficha Pública, com uma triagem de 20 mil exemplares que serão entregues gratuitamente à população. Participe e seja um agente do Cidadania Ativa na mobilização por um voto com mais qualidade e melhoria do atual quadro político.

– O Desastre da Competitividade Comercial

Brasil X Holanda será o jogo de logo mais às 11h. Mas você sabia que estamos levando de goleada da laranja mecânica fora de campo?

Ângela Pimenta, na Revista Exame desta quinzena (Ed 971 de 30/06/2010, pg 44-45), nos mostra que a participação brasileira no comércio global é ínfima, se comparada a da Holanda. Somos o 24º. do mundo, e nosso adversário do gramado é o 5º.

O maior comerciante mundial é a China, com 9,6% das negociações, seguida pela Alemanha, EUA, Japão e Holanda. O Brasil representa apenas 1,2% dos negócios realizados.

Tal resultado se deve, segundo a matéria, ao negativo desempenho diplomático: nos distanciamos dos países ricos e passamos a comercializar com nações mais pobres ou ditatoriais (vide relacionamento com Irã e Coréia do Norte).

 

E você, o que pensa sobre isso: o problema é a política externa?

 

O texto na íntegra (com as citações acima) segue abaixo:

 

A ARTE DE ESCOLHER O PIOR

 

Apesar do triunfalismo, a diplomacia talvez seja o pior aspecto do governo Lula: nenhum avanço nos acordos comerciais, distância dos países ricos e aproximação com ditaduras. A mudança – se é que virá – fica para o sucessor

 

Por Ângela Pimenta

 

Nunca antes na história deste planeta um presidente brasileiro e o próprio Brasil tiveram tamanha projeção global. Graças à estabilidade e ao peso da economia brasileira, a oitava maior do mundo, o país é uma voz respeitada em fóruns internacionais como o G20. Em parte, a crescente visibilidade se deve ao carisma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – e ao fascínio que sua história de metalúrgico que chegou à Presidência exerce em algumas sociedades ricas. Tal projeção, usada corretamente, poderia se traduzir em ganhos diplomáticos e comerciais para o Brasil. Mas não é isso que vem acontecendo. Desde 2002, o país fechou um único tratado de livre comércio, com Israel. No que diz respeito aos Estados Unidos, que apesar da crise continuam a ser a maior economia do mundo, o governo brasileiro insiste em confrontar a Casa Branca, intervindo em questões como a nuclearização do Irã. “Em 18 horas de negociação conseguimos o que os Estados Unidos não conseguiram em 31 anos”, disse Lula sobre o controverso – e já fracassado – acordo fechado por Brasil, Irã e Turquia para tentar evitar que Teerã recebesse novas sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Mas o pior equívoco da política externa é o apoio a ditaduras brutais, como o próprio Irã, de Mahmoud Ahmadinejad, e Cuba – além de fazer vista grossa para o recrudescimento do regime autoritário da Venezuela de Hugo Chávez. “O Brasil pode até ter ganhado algum respeito no front econômico”, escreveu a analista Mary Anastasia O’Grady, do The Wall Street Journal. “Mas quando se trata de liderança geopolítica, o presidente Lula tem se empenhado em preservar a imagem de um país de Terceiro Mundo ressentido e estridente.”

 

Muito barulho e pouco resultado

 

No governo Lula, a política externa tem sido marcada pela agressividade. Além de confrontar os Estados Unidos, tentando ser mediador de questões globais complexas, como o programa nuclear iraniano, o Itamaraty multiplicou as representações em outros países.

Segundo diversos analistas ouvidos por EXAME, quem vier a suceder Lula na Presidência terá o desafio de recompor a imagem do país na arena internacional, além de dar prioridade à diplomacia comercial. Em clima de campanha, os candidatos delineiam suas plataformas de política externa. A candidata petista, Dilma Rousseff, promete uma linha de continuidade, inclusive quanto ao Irã. “A posição do Brasil a respeito do Irã é pró-paz, que atingimos porque temos soberania nas relações internacionais”, disse Dilma em recente viagem à Europa. De sua parte, se eleito, o candidato tucano, José Serra, deve reaproximar o país dos Estados Unidos. “Com Serra, a diplomacia voltará ao leito normal, com a valorização da política comercial e menos complacência com os governos populistas vizinhos”, diz um assessor da campanha do candidato. Serra já acusou o presidente da Bolívia, Evo Morales, de ser conivente com a exportação de cocaína de seu país para o Brasil. O candidato tucano também declarou que criaria um órgão à semelhança da Representação Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês). Já a candidata Marina Silva, do Partido Verde, promete enfatizar a liderança brasileira nas questões climáticas. “Devemos dar o exemplo, incentivando a economia de baixo carbono”, diz Marina em sua plataforma, que também destaca a defesa dos direitos humanos.

Os erros do governo Lula no front internacional, na visão dos analistas, têm duas causas. A primeira é a diminuição do poder do Itamaraty – reconhecido mundialmente pela qualidade dos diplomatas – na formulação da política externa. “A fim de apaziguar os setores mais radicais do PT, Lula fez uma espécie de barganha, promovendo, de um lado, uma política monetária conservadora, mas adotando, por outro, uma diplomacia esquerdista”, diz David Fleischer, cientista político da Universidade de Brasília. O segundo erro seria a escolha equivocada de prioridades. “Em vez de se atritar com os Estados Unidos, o Brasil deveria dar prioridade à liderança na América do Sul, que, além de ser sua esfera primordial de influência, é um importante mercado”, diz José Botafogo Gonçalves, presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais. Apesar de manter uma retórica integracionista na América do Sul, o governo Lula, com uma série de concessões à Argentina, debilitou a evolução do Mercosul – união aduaneira que, além dos dois países, inclui o Uruguai e o Paraguai e num futuro próximo deve incorporar a Venezuela. “A tolerância brasileira para com a Argentina impediu o avanço do Mercosul, tornando-o um grupo sem regras comuns cujas disputas só podem ser resolvidas por decisões presidenciais, o que é um claro sinal de debilidade diplomática”, diz Peter Hakim, presidente emérito do centro de estudos Diálogo Inter-Americano, de Washington. Outro vácuo da liderança brasileira é a ausência de acordos bilaterais de livre comércio. “O Brasil tem focado demais as negociações da Organização Mundial do Comércio, ainda emperradas, e descuidado de tratados mais específicos que aumentem significativamente as exportações”, diz Ricardo Mendes, especialista em comércio externo.

O resultado de tal política é claramente insatisfatório. Em valores absolutos, de 2002 a 2008, as exportações brasileiras cresceram mais de três vezes, de 60 bilhões de dólares para 198 bilhões de dólares. Contudo, nesse período, o comércio global como um todo se multiplicou e o resultado é que a participação brasileira avançou pouco, de 0,9% para o ainda modesto 1,2% do volume de trocas no mundo. A crescente competição chinesa com as manufaturas brasileiras em mercados estratégicos, como a América Latina e os Estados Unidos, é uma questão que deverá ser discutida nos próximos anos. Um estudo da dupla de economistas Marina Filgueiras e Honório Kume, recém-publicado no livro O Brasil e os Demais Brics – Comércio e Política, mostra que, de 2000 a 2008, a China quase dobrou as vendas para os Estados Unidos, que passaram de 8,3% para 16% das importações americanas, enquanto as vendas brasileiras aos americanos subiram de 1,1% para 1,4%.

Ao contrário do que o governo brasileiro diz, as escaramuças entre Brasília e Washington tornam ainda mais remota a ambição brasileira de obter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, já que os americanos têm poder de veto na instituição. Um dos focos de atrito entre ambos é Honduras, a pequena nação centro-americana que já conta com um presidente, Porfírio Lobo, eleito democraticamente, ainda não reconhecido pelo Brasil. O governo brasileiro, que em 2009 concedeu asilo na embaixada em Tegucigalpa ao ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya, deposto por querer violar a Constituição do país, forçando sua reeleição, veta a presença de Honduras na Organização dos Estados Americanos. “Se quisesse se afirmar como uma potência digna de representar a América Latina no Conselho de Segurança, o Brasil deveria adotar posições mais corajosas na defesa da democracia em Honduras e na Venezuela”, diz o cientista político chileno Patrício Navia, professor da Universidade de Nova York. “Hoje, numa posição antiamericana e dogmática, o Brasil não tem uma agenda positiva.” Seja quem for o sucessor de Lula, seria desejável que, em 2011, o Itamaraty começasse a recuperar espaço na condução da diplomacia brasileira. “Nos anos 70, o Brasil tinha o Pelé como líder global e hoje tem o Lula,” diz Fleischer, da UnB. “De um lado, a celebridade de Lula é boa para o Brasil, por outro, a exposição excessiva do presidente, com declarações polêmicas, tem criado ruídos desnecessários.”

– O Custo Brasil

E o custo-Brasil na soja brasileira?

 

Leio que o frete do Mato-Grosso, maior estado produtor de soja do país, até o porto de Paranaguá/PR, é mais caro do que o frete do porto à China (proporcionalmente falando).

Inversamente, temos o custo-China: quanto custa na fonte um CD pirateado chinês vendido na Rua 25 de Março por R$ 1,00?